24. Jantar na casa da sogra.

1.4K 111 6
                                    

SOPHIE LOPES

Abri a porta de casa e procurei por Lara. Nunca tínhamos passado tanto tempo sem se falar.  A minha opinião tinha mudado a respeito de Mateus, mesmo que ele tenha agido de forma errada, agora eu entendo os seus motivos. Mas eu não poderia contar para ninguém, fiz uma promessa e a manteria.

Namorar com Elisa era sempre uma surpresa. Eu não sabia o que esperar. E compartilhar segredos fazia parte. Ela estava tão vulnerável ontem, por um momento achei que não era só por causa da situação do Mateus.  As vezes minha namorada tem um olhar triste.  Ele é bem específico, não é como se algo estivesse errado no trabalho. Não, seu olhar se torna vazio e distante, como se ela estivesse em outro mundo.

- Oi soph. - Lara veio em minha direção e me deu uma xícara de café.

- Oi sumida. Onde você estava esse tempo todo? - Ela sorriu fraco e sentou no sofá.

- Estava andando por aí e pensando.

- Você me deixou preocupada. Sinto muito por tudo que aconteceu.  Eu fui impulsiva, deixei a raiva me dominar. Desculpa por ter batido no Mateus  - Sentei ao seu lado.

- Você tinha razão.  Ele é um covarde. -    Lara falou amargurada.

- Não é verdade. Eu nem o conheço, só estava assustada com a possibilidade de você se machucar. - Confessei.

- Soph, você não pode me proteger de tudo e de todos. Eu preciso aprender sozinha. - Minha irmã tocou em meu ombro.

- É tão difícil aceitar que você cresceu e que não vai mais precisar de mim.

- Isso não é verdade Soph, eu sempre vou precisar de você.  Somos irmãs e melhores amigas. Você só precisa deixar com que eu tome minhas próprias decisões. Não sou mais criança.

- Eu sei que não é mais criança. Você me deu conselhos ótimos sobre a Elisa e está se tornando uma mulher incrivelmente forte. 

- Eu aprendi com você. - Fiquei surpresa com essa afirmação.  Não sabia que Lara me enxergava dessa forma. - Sei que temos a mamãe, mas foi você que me ensinou a enfrentar o mundo e correr atrás dos meus objetivos. Eu não devia ter sumido, muito menos ter ficado sem dá notícias. Sinto muito.

- Tudo bem minha pequena. Eu sei que ainda vamos nos desentender bastante, mas quando precisar de alguém pra desabafar ou apenas um ombro para chorar, eu vou estar aqui. - Nos abraçamos e ficamos assim por um tempo. Eu não sabia quando minha irmã encontraria a pessoa que a completaria, mas sabia que estaria lá para o que ela precisasse.

ELISA FRANCO

Como sempre, Soph estava atrasada.  Combinamos de nos encontrar para almoçar juntas com a Flávia e a Renata. As duas já estavam aqui e eu aproveitava para observá-las. Minha amiga não tirava o olhos da Flávia. Tudo o que ela falava parecia muito empolgante para para a Rê. As duas estavam falando sobre a cor do suco que estavam tomando e mesmo assim parecia o melhor assunto do mundo.

- Oi gente, desculpem o atraso. - Sophie cumprimentou as meninas e me deu um selinho. Depois sentou ao meu lado. Ela estava tão linda. Nunca era suficiente o tempo que passávamos juntas. Mesmo que ela tenha dormido na minha cama ontem, parece uma eternidade desde que a vi pela última vez.

Depois que o garçom serviu nossos pedidos e já tinhamos conversado sobre o trabalho e a vida de cada uma, resolvi que era hora de falar sobre a mãe da Flávia. 

- Flávia, a Soph me contou que vocês estão procurando um detetive.

- Sim, eu decidi que quero encontrar minha mãe biológica.

A HORA CERTA PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora