35. A hora certa para amar.

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SOPHIE LOPES

Um clarão toma conta da minha vista, tenho dificuldade para abrir meus olhos. Porque meu corpo está tão pesado? E esse gosto amargo em minha boca? Meus lábios estão secos. Sinto cheiro de álcool e produtos de limpeza. Minhas pupilas demoram a se acostumar com a luz do ambiente.

Escuto uma voz baixa e suave cantando, é Elisa. Ela parece distraída. Sinto sua mão acariciando a minha. É estranho porque sinto seu toque, mas ao mesmo tempo é como se eu não estivesse em mim mesma. Me sinto sonolenta e muito cansada.

- Não sabia que minha noiva cantava tão bem. - Falo e ela me olha assustada. O que está acontecendo, por que ela está me olhando assim?

- Meu Deus. Amor, você acordou. - Ela me olha.

- Onde estamos? - Pergunto.

- No hospital, meu amor. - Que diabos estamos fazendo em um hospital?

- O que aconteceu? - Tenho vontade de levantar, mas não consigo.

- Você não lembra de nada? - Elisa pergunta.

- Não sei. - Falo confusa. Alguns flashes passam em minha mente, mas é tudo muito desconexo. Elisa tenta levantar da cama, mas eu a seguro, estou com medo. Minha noiva beija minha testa e me abraça.

- Tudo bem, não force sua mente, estou aqui com você.

- Bom dia, vejo que nossa paciente acordou. - Uma mulher vestida de branco passa pela porta.

- Bom dia Dra. Eduarda. - Elisa a cumprimenta.

- É normal ficar um pouco desorientada e confusa após acordar de um coma. - Ela fala olhando para mim. - Não se preocupe, logo esse mal estar vai passar. O importante é que você está se recuperando muito bem.

O flashes em minha cabeça se tornam mais claros. Lembro de Marcos me batendo e eu tentando escapar dele. A memórias voltam com muitas força. Sinto uma dor de cabeça aguda.

- Minha cabeça está doendo muito.

- Vou pedir para a enfermeira trazer um remédio. - A Doutora fala.

- Lizzy, agora eu me lembro. O Marcos entrou no meu apartamento, ele estava descontrolado. Ele me bateu e me amarrou em uma cadeira. Mas consegui me soltar e pedir ajuda, só que ele foi mais rápido e... - Começo a chorar descontroladamente.

- Amor, calma. Já passou, você está segura agora. - Ela me abraça mais forte e eu não consigo controlar os meus soluços. Sinto as lágrimas de Elisa em meu rosto. Ela parece estar tão assustada quanto eu.

- O Marcos está aqui? Não deixe ele chegar perto de mim. - Falo desesperada.

- O Marcos morreu Sophie, ele nunca mais vai fazer mal a você. - Elisa sai da cama, mas continua a segurar em minhas mãos. - Não vou deixar que nada lhe aconteça. - Ela me encara e vejo medo em seus olhos também.

Começo a me sentir muito sonolenta, meus olhos não me obedecem.

- Esse calmante vai ajudar sua namorada. Ela precisa descansar. - É a última coisa que escuto antes de apagar.

**********************

Quando acordo vejo minha mãe ao meu lado.

- Mãe, que bom que está aqui. - Falo entre bocejos.

- Filha, se sente melhor? - Ela segura em meu braço e me olha preocupada.

- Sim, me sinto melhor.

- Ai que bom meu amor! Ficamos tão preocupados. Seu pai e sua irmã estão lá fora, eles estão ansiosos para falar com você. É tão bom te ter de volta minha filha. - Minha mãe falava apressada. Ainda não conseguia entender o que estava acontecendo.

A HORA CERTA PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora