33. Não, por favor.

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ELISA FRANCO

A negociação parecia eterna. Não conseguia entender muito bem o que estava acontecendo. A Delegada Ferraro estava concentrada e cautelosa até aquele momento.

- Se preparem pra invadir a qualquer momento. - Ela fala.

Dois policiais seguram um Aríete para arrombar a porta.

- Como foi a ligação? Porque vocês vão arrombar a porta? - Pergunto nervosa.

- Esse tal de Marcos não vai aceitar a negociação. Não importa o que eu fale, ele está afetado psicologicamente e pode atacar Sophie a qualquer momento. Só estamos nos adiantando.

- O que ele disse?

- Elisa, se afaste. Precisamos de espaço para arrombar a porta. Eu entendo que seja difícil. Mas se não entrarmos agora o pior pode aconte... - Antes que ela termine de falar ouvimos Sophie gritando.

- Socorro, por favor me ajuda! - Sua voz é de puro terror, ela bate na porta enumeras vezes.

Saio correndo em direção a porta, mas sinto alguém me segurando.

- Sophie! - Grito com a voz rouca e desesperada. - Me larga, eu tenho que ajudar minha namorada.

Os polícias continuam tentando arrombar a porta. Todos escutamos um tiro. Me desespero pensando o pior.

Tudo foi muito rápido. Escuto mais um disparo e a porta do apartamento é arrombada. Alguns policiais armados entram no local. Tento ver dentro do apartamento, mas quem está me segurando não deixa eu me mover.

- Me solta! - Grito com muita raiva. Sinto meu corpo ficar livre e saio correndo em direção a sala de Sophie.

Meu corpo paralisa ao ver Sophie no chão e Marcos sobre o seu corpo. Tinha muito sangue no chão.

"Não, por favor". Imploro em meus pensamentos.

Só consigo chorar em desespero, enquanto a equipe de socorristas me afasta do local e começam a fazer os primeiros atendimentos em minha namorada.

Sinto alguém me abraçar e tentar me acalmar, acho que é Henrique, mas não estou conseguindo raciocinar direito.

- Ainda sinto o pulso. Vamos levá-la para o hospital. - Os socorristas colocam Sophie em uma maca e passam por nós. Só tenho tempo de tocar na mão dela e ver seu corpo pálido e inerte. Também vejo muito sangue na região do seu abdômen.

- Sophie!! - Falo sussurrando, porque não tenho mais forças.

Olho rapidamente para o chão e vejo Marcos jogado, é uma visão horrível que embrulha o meu estômago. Ele não tem parte da cabeça e seu corpo está branco como papel. Seu sangue inunda a sala. Os peritos estão marcando a área e cobrem o rosto dele. Tenho vontade de vomitar, então saio correndo daquele local e vou até um canto do corredor.

Começo a vomitar e passar muito mal.

- Elisa! - Henrique me chama. Não consigo falar nada. Só quero ir atrás de Sophie.

- Senhor Henrique, pode deixar que eu falo com a Elisa. - A delegada se aproxima de mim. - Sei para qual hospital estão levando a Sophie. Vamos, eu te levo.

- Tudo bem, vamos. - É tudo que consigo dizer.

- Vou logo atrás de vocês, só vou ligar para os pais de Sophie e para nossos amigos. Eles precisam de notícias. - Henrique me abraça e corre para dentro do seu apartamento.

- Elisa, eu também vou com o Henrique. - Levi fala.

- Tudo bem, Depois nos falamos.

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A HORA CERTA PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora