30. Senti tanto a sua falta.

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Sophie Lopes

Os minutos passavam e Elisa não saia do seu escritório. Não consegui me concentrar em nada desde o momento que ela entrou com Jonas para falar sobre sei lá o que. Elisa nunca tinha escondido nada de mim, era estranho pensar que ela podia ter um passado misterioso. Sempre achei minha namorada a pessoa mais transparente do mundo. Seja o que fosse, eu espero que ela me conte.

Observei quando Jonas saiu da sala batendo a porta. Ele parecia furioso e isso me deixou preocupada. Os convidados estavam no andar de baixo aproveitando as bebidas e os aperitivos, por isso não sabiam de nada do que estava acontecendo. A mãe de Elisa havia perguntado por ela, mas lhe disse que a filha estava no banheiro. A situação já era tensa o bastante, não precisava de mais atenção.

Quase corri até a sala de Elisa. Não conseguia me conter, estava muito nervosa. Ao entrar vi minha mulher sentada sobre a cadeira e debruçada sobre a mesa, ela parecia muito cansada.

- Lizzy, você está bem? - Me abaixo até que chego na altura em que ela estava. Seu olhar estava nublado e muito distante. Me doeu vê-la daquele jeito. Toquei em seu rosto e disse. - Me conta o que aconteceu. Não importa o que seja, nós vamos resolver. Ele te machucou? - Examinei seu corpo para saber se estava tudo bem.

- Não Sophie, ele não me machucou. Mas me ameaçou. O desgraçado quer dinheiro. - Falou irritada.

- Porque? Ele só pode estar louco. - Falo confusa.

- Eu acho que fiz uma coisa errada Soph. - Seu semblante era de pura aflição.

- Como assim amor, seja mais específica.

- A alguns anos, depois que eu demiti o Jonas. Contratei um novo agente. - Ouvi atentamente cada detalhe da história que Elisa me contava. - Augusto era meu amigo, era um homem bom, mas em um dos nossos trabalhos ele pegou uma quantia alta em dinheiro. Ele entrou na sala do diretor da revista sem que ninguém visse e pegou quinze mil reais que estavam dentro de uma caixa.

- Como você sabe de tudo isso?

- Na mesma noite ele me contou. Disse que era um empréstimo, que iria devolver. Ele  não sabia mais o que fazer. O seu filho tinha sido internado em estado gravíssimo e a cirurgia custava 30 mil. Ele só tinha metade do dinheiro e saiu feito louco atrás de fazer um empréstimo. Mas não conseguiu. Quando ele foi buscar uns contratos na mesa do diretor, viu o dinheiro e pegou na intenção de devolver. Eu não sabia nem o que falar pra ele. Se fosse meu filho, acho que faria o mesmo. Então emprestei o dinheiro e fiz ele devolver o valor que pegou na sala do diretor. Ninguém nunca soube dessa história. Sei que ele errou, mas ele estava desesperado.

- O filho dele ficou bom?

- Sim, ele demorou alguns meses pra se recuperar, mas melhorou. O visitei quando tudo aconteceu.

- Você não fez nada de errado meu amor.

- Talvez, mas o Jonas de alguma forma descobriu e agora quer me chantagear. Porque minha vida é assim? Sempre quando estou feliz, vem uma tragédia e tira minha alegria. Foi assim com meu pai, foi assim em muitos trabalhos que fiz. E agora que estou feliz com você e a inauguração da loja, esse cara renasce das cinzas pra infernizar minha vida.  - Algumas lágrimas começaram a escorrer por seu rosto.

- Escuta meu amor, nada vai atrapalhar nossa felicidade. Eu não vou deixar. E também não vamos deixar que o Jonas se aproveite de você. Vamos denunciar ele para a polícia.

- Já pensei nessa possibilidade, mas do que vou denunciar ele? Ele me roubou a vários anos e agora ainda não fez nada. Não sei se ele é capaz de cumprir as ameaças.

A HORA CERTA PARA AMAROnde histórias criam vida. Descubra agora