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"Não é um sonho!"

Eiji
Eu acordo e não tem ninguém do meu lado. Foi um sonho? Olho para o chão e não há mais cacos de vidro. Realmente foi um sonho, um sonho muito real.

- Sing? - Chamo, mas ninguém me responde
- Ei, Sing? Eu não me sinto bem. - Realmente, depois desse sonho, não tem como não me sentir atordoado

Ash
- Eiji? Oque está sentindo? - Diz com olhar de preocupação e com uma pá cheia de vidro na mão.

Eiji
- Então, foi tudo verdade mesmo...

Ash
- Você ainda não acredita?

Eiji
- Me sinto tão aliviado depois de tantos anos que não sei como reagir

Ash
- Desculpe. Eu—

Eiji
- Não se desculpe. Eu quero ficar do seu lado pra sempre. Eu quero ter os melhores dias da minha vida do seu lado, Ash.

Ash
- E você vai! Eu prometo.

Eiji
- Eu tenho algumas coisas pra te perguntar.

Ash
- Sim. - Diz, num tom de tristeza.

Eiji
- Mas primeiro, vamos tomar café, certo? - Diz tentando aliviar o clima.

Ash
- Que saudade que eu tive da sua comida.

Eiji
- Pode ser omelete hoje?

Ash
- Oque você quiser.

Ash
Até a forma como Eiji anda faz meu coração bater mais rápido. Sendo honesto comigo mesmo, não tenho ideia de como eu consegui viver esses anos todos sem ele, vendo ele ter pesadelos, chorando por minha causa. Sempre que ele viajava e eu não podia vê-lo, eu enlouquecia. As vezes, estava tão perto dele e não podia abraçá-lo, e agora ele está aqui, ele sabe que estou vivo e está cozinhando pra mim. Eiji nunca aceitou a minha "morte", e quando aceitou, tentou se matar. Eu nunca me perdoaria, mas como explicar tudo sem parecer que foi tudo egoísmo? Eu fui... um monstro.

*Ash corre em direção a Eiji com os olhos cheios de lágrimas, e o abraça por trás*

Eiji
- WOOW! Ash, cuidado! Você vai acabar se machucando.

*Ash permanece em silêncio, porque ele sabe que se tentasse falar não conseguiria segurar o choro*

Eiji
- Ash...

Ash
- Me beije.

Eiji
- Quantas vezes você quiser.

Ash
Os lábios de Eiji são tão pequenos, parece que se eu for muito afobado eu vou quebrá-lo. O cheiro dele, o seu cabelo preto, seus profundos olhos castanhos... Eu não posso perder nem
um segundo disso.

Eiji
- A-Ash... O fogo...

Ash
- EEH?! Me desculpe!

Eiji
- Bom... acho que teremos que comer fora.

Ash
- Não é só fazer outro?

Eiji
- Bem... eu preciso ir trabalhar.

Ash
- Posso ir com você, para o trabalho?

Eiji
- Não é perigoso?

Ash
- Eu tenho uma peruca longa castanha, lentes de contato, e normalmente uso capuz. É difícil se lembrar de mim desse jeito.

Eiji
- Se estiver tudo bem pra você...

Ash
- Eu só quero andar de mãos dadas com você.

Eiji
- C-claro... - Diz envergonhado

Ash
- Japoneses são sempre tão envergonhados?

Eiji
- V-v-você quem me deixa assim!!!!

Ash
- Vamos, Eiji!

Eiji
- Sim.

*Eles foram numa cafeteria, na mesma rua de casa. Não soltaram as mãos por nada. Sorriam como as pessoas mais felizes do mundo. Enquanto saiam de mãos dadas na rua, Ash parou em uma floricultura e comprou orquídeas para Eiji, e aos poucos, o Eiji triste foi voltando a ser aquele Eiji sorridente e puro que um dia fôra. Passaram o dia juntos limpando a sala de Eiji e analisando as fotos para a próxima exposição. Eiji voltou a vida*

Eiji
- Ash, me dê a chance...

Ash
- Chance de que?

Eiji
- De viver uma vida feliz ao seu lado, e nunca dizer "Sayonara" outra vez.

Ash
- Eiji... Sukitte ii na yo (diga "eu te amo")

Eiji
- Suki Desu (Eu gosto de você)

* E selaram esse momento com um beijo, eternizando um pacto entre eles. Nunca um sem o outro."

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Me dê a chance.Onde histórias criam vida. Descubra agora