■ 23 ■

3.5K 660 39
                                    

Então como podem as coisas seguir em frente

Como os carros não desaceleram

Quando parece que é o fim do meu mundo

Quando eu deveria mas não consigo te deixar?

Quando eu deveria mas não consigo te deixar?

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Trinta e cinco minutos.

Ele disse meia hora.

Já se passaram cinco minutos a mais que Benjamin não volta.

Eu lembro que uma das coisas que sempre admirei nele foi a sua pontualidade. Enquanto Dario e Nathan gostam de chegar minutinhos atrasados, Benjamin é do tipo surtado que chega trinta minutos antes da festa começar.

Ele é controlador.

Gosta de saber o que tem no ambiente, não gosta de ser surpreendido.

O que, na verdade, é um paradoxo.

Uma das coisas que Benjamin sempre afirmou, pontuou e insistiu sobre mim é que eu o "surpreendi" desde o início. Desde quando eu tentei esfaqueá-lo em um beco escuro, sendo encurralada por três homens e salva por uma Katie esfomeada.

No entanto, Benjamin — mesmo vítima desse paradoxo — tentou manter o controle sobre a nossa situação. Eu ainda julgo que o que o destruiu mais quando eu parti foi justamente a perda de tal.

Enfim.

Trinta e oito minutos.

Calço minhas botas de caminhada correndo, prendo meus cabelos e saio do quarto completamente aflita e agitada, encontrando um beco escuro e estremecendo com a possibilidade de haver alguém aqui.

Me espreitando. Pronto para me atacar novamente e terminar o serviço.

Engulo em seco buscando o interruptor e quando não o encontro, ligo a lanterna do telefone, ganhando coragem para sair andando até a escada tremendo de medo.

— Ei — uma voz masculina chama atrás de mim e eu sinto meu corpo estremecer, além da boa dose de adrenalina que começa a correr em minhas veias se preparando para... — J.J?

Respiro fundo agora e me viro, jogando a luz da lanterna no rosto do sujeito e respirando fundo quando encontro ninguém mais, ninguém menos, que Dario Nestore.

As lágrimas começam a brotar em meus olhos sem controle algum e eu me aproximo rapidamente dele, o abraçando forte pelos quadris.

— O que houve? — ele fica paralisado, não me abraçando de volta, confuso. — Você e Benjamin brigaram? Discutiram? Porra, eu arranco a cabeça dele se é ele que está te fazendo chorar, não me importo se...

— Pensei que iria demorar mais — murmuro enxugando minhas lágrimas.

— Por que está parando aqui no meio dessa porra de corredor, Dario? — uma voz mais grave e mais grosseira chega até mim agora, seguida de um arranhar de garganta. — Eu não tinha te visto aí, pequenina.

PINK (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora