■ 9 ■

4.3K 700 66
                                    

Sou bom até demais em dar adeus

Há uma luz invadindo minhas pálpebras como um carteiro que joga o jornal sem delicadeza no hall de entrada

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Há uma luz invadindo minhas pálpebras como um carteiro que joga o jornal sem delicadeza no hall de entrada.

Eu ouço vozes ao meu redor, uma delas é feminina e absurdamente conhecida por mim e por meus neurônios com dislexia que começam a pedir que eu acorde. Eu tento, eu resmungo, ouço algum falando algo sobre eu acordar no momento que eu quiser, mas a preocupação em saber sobre Benjamin e Clarissa me fazem abrir os olhos.

— Maninha? — os olhos de Clarissa invadem meu campo de visão e eu aperto os olhos para focá-los nela. — Se sente bem?

Abro a boca para responder, porém inclino minha cabeça um pouco para o lado, encontrando Benjamin deitado desajeitadamente em uma poltrona pequena para seu tamanho e musculatura. Um de seus braços está apoiado em cima do seu corpo e eu percebo este membro pendurado por uma tala profissional.

— Ele está bem — Clary sussurra percebendo a direção do meu olhar. — Vou pegar água para você, ok?

Eu concordo afirmativamente e Clarissa me dá as costas, então eu suspiro fundo e foco apenas em manter meus olhos longe de Benjamin. No entanto, é praticamente impossível. Como será quando ele acordar e eu tiver que olhar para seus olhos? Como será falar com ele depois de tudo que eu disse? Como será olhar para ele e...

Engulo em seco quando a porta é aberta e só consigo regular a respiração quando vejo Nathan passar por ela. Meus olhos se enchem de água rapidamente e ele abre um meio sorrindo vindo em minha direção.

— Clary disse que você havia acordado... — murmura baixo para não acordar Benjamin. — Este daí ficou como um cão de guarda ao seu lado, está cansado.

Abro a boca para falar algo, mas apenas um soluço escapa da minha garganta.

Meu irmão senta na cama, me puxando com cuidado para os seus braços e eu deixo meu corpo ser tomado por espasmos e mais espasmos de soluços que eu vinha segurando desde que aquele sujeito entrou na minha casa.

— J.J, você precisa se acalmar — a voz de Clarissa soa de algum lugar do quarto e eu apenas enfio meu rosto na blusa de Nathan, que me aperta mais em seus braços fortes. — Tome água.

— Deixe ela chorar — ele pede. — Nós estamos aqui agora, está bem? Nada mais vai alcançar você.

— E-ele... Ele matou o Dylan — consigo dizer entre as lágrimas. — E-ele...

Shi... Está tudo bem, nós sabemos de tudo — tenho meus cabelos acariciados. — Ninguém mais vai perturbar você, ok? Ninguém. Nunca mais.

Eu concordo me afastando um pouco e enxugando minhas lágrimas, Clary praticamente joga o copo com água em cima de mim e eu o pego após agradecer. Ela pode ser muito boa com armas, mas ela é péssima em lidar com os sentimentos dos outros desde que a vi pela primeira vez.

PINK (Concluído)Onde histórias criam vida. Descubra agora