_Galega do pão doce? _ Juliette chamou num tom que quase parecia uma pergunta, mas soava mais como uma confirmação, o apelido pareceu tirar Sarah do transe momentâneo e ela saiu em arrancada puxando Juliette pelo braço.
_Rodolffo pode deixar que eu levo ela, no outro carro. Leva esses três aí vocês. Respondeu naquele tom impenetrável que Juliette acabara de conhecer.
_Me solta, eu não cometi crime algum!_ gritava Juliette, mas Sarah continuou puxando a morena para longe de seus colegas de trabalho.
_Qual é o seu problema?_ Ela sussurrou para Juliette, quebrando enfim a máscara imperturbável. Agora a própria Sarah parecia em pânico.
_O meu problema?_ Juliette estava incrédula.
_Por que você tá fingindo que não me conhece? O meu amigo tá sendo injustiçado. Juliette respirava devagar na tentativa de recuperar a calma e o controle.
_O seu amigo deve ter feito alguma coisa, pra estar sendo levado pela polícia. Sarah ficou em silêncio percebendo a aproximação de Caio. E colocou as algemas em Juliette que bufava irritadíssima.
_Entra no carro. Sarah abriu a porta de traz da viatura e disse num tom autoritário que Juliette pensou que em outra situação teria sido muito sexy, mas agora não era hora para isso.
Sarah entrou no banco do motorista e deu partida no carro.
_Você tá me prendendo pelo que exatamente? Sabe, eu sou advogada.
Juliette sentia um misto de raiva a incredulidade. Sarah dirigia em silêncio e seguia por uma rota que Juliette sabia que não era a do batalhão. Depois de dirigir em silêncio por quase cinco minutos Sarah começou:
_Eu não tô te prendendo. Eu só quero conversar. _Disse num tom impaciente.
_E você algema todas as garotas com quem você conversa? Juliette provocava ainda muito irritada.
_Só as que são muito irritantes._ Sarah deu um pequeno sorriso sem humor e sem tirar os olhos da estrada, depois de mais vinte minutos dirigindo em silêncio seguiu por uma pequena floresta que dava em um mirante, ligou a sirene da viatura, pegando a todos que estavam no local desprevenidos.
Alguns visitantes entraram em seus carros já no intuito de deixar o lugar, enquanto outros escondiam a maconha e as bebidas. Sarah parou o carro, e saiu, usando o mesmo tom autoritário que falara mais cedo com Juliette e com a mão no revólver que usava na cintura ordenou que todos deixassem o local, ou ela prenderia a todos.
Aguardando encostada na viatura, esperou o local estivesse vazio para abrir a porta para Juliette, que assistia a tudo completamente incrédula.
_Sarah, o que você tá fazendo?
_Eu tô feliz em ver você._ Sarah parecia especialmente tensa, Juliette não entendia o porquê.
_Você sumiu, você não me deixou nem um bom dia, agora você me prendeu. Por que você me trouxe aqui, você vai me matar?_ Juliette sabia que estava sendo dramática mas estava indignada demais para se importar em ferir os sentimentos da loira.
_O que? Não!_ Sarah estava visivelmente ofendida.
_Eu gosto daqui, é bonito, eu tô feliz em ver você._ Juliette não se sentia minimamente convencida por aquela afirmação, que para o desespero da loira era totalmente real.
_Eu tô algemada._ Juliette fechou todo seu rosto numa careta levantando as algemas nas costas para reafirmar o que dizia.
Sarah se sentiu mal por esquecer completamente das algemas. Ela encostou no ombro de Juliette que se esquivou, com raiva.
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Ilegal
RomanceOnde Juliette Freite, advogada e militante dos direitos humanos tem sua vida virada de cabeça pra baixo depois de se apaixonar por Sarah Andrade, major da polícia militar, será o amor capaz de superar as crenças pessoais de ambas?