O grande dia chegara para Juliette, todos os 8 filmes produzidos pelos alunos da ONG seriam exibidos numa grande mostra de cinema com exibição para trezentas pessoas.
No exato momento em que pisara no teatro Sarah lembrou porque não era esse tipo de pessoa.
Primeiro porque era o único teatro do complexo do Projac mas que agora estava totalmente decorado e iluminado para receber tantos convidados, até a fachada que estava apenas decorada com cartazes e painéis luminosos parecia diferente.
Segundo porque não vira Juliette por perto e isso significava que pra toda pessoa ali era apenas mais alguém interessado na programação, o que de fato ela não era.
Ela leu o panfleto que indicava toda programação pelo menos 3 vezes e até se interessava por um filme ou outro, mas queria mesmo era a indicação de Juliette.
Ok, Sarah, respira. Ela deve estar ocupada, você não é esse tipo de namorada. Namorada, era engraçado como a palavra soava nova para ela.
Em algum momento, antes da exibição do terceiro curta, Juliette se aproximara, perguntara tudo que ela achara dos filmes já exibidos e Juliette parecia tão feliz apenas por ela estar ali, que Sarah decidiu que não era justo fazer maiores exigências. Ela apenas seguiria tudo.
Havia apenas uma sala no teatro que possuía uma grande tela de projeção que cobria o palco, no palco havia um pequeno púlpito onde os alunos se apresentavam e falavam um pouco de seus filmes antes de cada exibição, que eram ordenadas por horário e um hall de entrada grande onde os convidados poderiam se reunir no intervalo.
Em uma fila onde era possível comprar bebidas que aparentemente deveriam ser consumidas antes da próxima sessão Sarah conheceu alguém que ela jamais imaginaria. Justamente porque o homem se sentia no direito de furar tal fila.
_Com licença, o que você acha que está fazendo?
_Arcrebiano, mas pode me chamar de Bill. Sabe, O Bill! _Ele portava de maneira totalmente impositiva para o o homem na frente de Sarah.
Sarah estava em choque, aquele era o homem que ela tentava prender a meses mas que dava sempre um jeito de escapar.
_Bill? Eu já não ouvi falar de você? _Ela se infiltrou na conversa, em busca da atenção do mesmo, estava apenas tentando comprovar, mas ele nunca adivinharia.
O homem não era nada modesto.
_Sim, o Bill do complexo do Projac, todo mundo me conhece!
_Você pode ficar na fila comigo.
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Juliette estava feliz, tudo corria incrivelmente bem, nenhuma falha técnica, a única surpresa da noite foi o comparecimento de Bill.
_Você convidou o dono do morro pra vir aqui você enlouqueceu, Juliette? _Lucas sussurrou chocado ao ver a chegada do homem a sala de exibição.
_Foi por educação eu não imaginei que ele viria e tá tudo bem muita gente aqui nem sabe quem ele é. _ Juliette tentava manter a situação sob controle. A verdade é que ela estava tão surpresa quanto ele e não tinha controle algum.
Juliette esqueceu de todos os seus problemas quando viu quem acabara de chegar.
Por insegurança ela achou que essa não era uma atividade que Sarah gostaria ou a qual iria comparecer.
Não apenas compareceu, Sarah se emocionara com algumas obras, de sua posição na segunda fileira Juliette não conseguia olhar o tanto quanto gostaria pra traz mas toda vez que os créditos finais entravam na tela ela olhava pra traz e acenava para Sarah, elas até conversaram um pouco no inicio do intervalo, era o último filme e como muitas das pessoas na sala Sarah estava secando as lágrimas.
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Ilegal
RomanceOnde Juliette Freite, advogada e militante dos direitos humanos tem sua vida virada de cabeça pra baixo depois de se apaixonar por Sarah Andrade, major da polícia militar, será o amor capaz de superar as crenças pessoais de ambas?