Sarah socava o saco de pancada repetidamente, o treino estava particularmente intenso naquela noite.
_Eu queria acreditar que toda essa dedicação é para o torneio mas infelizmente eu te conheço né, Sah? Anda, põe pra fora._ Arthur aparecera segurando o saco de pancada e o mantendo no lugar para que Sarah socasse mais.
_Eu estraguei tudo.
_Ok, mas você vai deslocar o ombro se continuar assim, qual é o nome dela e o que ela fez pra você?
Sarah parou de repente, não gostava da sensação de ser óbvia, mesmo que pra Arthur, seu melhor amigo.
_Tá tão na cara assim?
_Você só fica nervosa assim por causa de trabalho ou de uma outra coisa.
_Eu conheci uma mulher, numa viagem.
_Sim, eu entendi essa parte.
_Aí eu fui embora de manhã.
_Sempre tão educada. Mas tá, não é o que você sempre faz? Qual a novidade?
_Eu reencontrei ela ontem, aí eu fiquei nervosa, e prendi ela._ Sarah mordeu a bochecha se dando conta que a situação era ainda pior contada em voz alta.
Para sua surpresa Arthur explodiu em uma gargalhada.
_Você fez o quê? SARAH! Meu deus do céu! E agora ela está presa por partir o seu coração?_ Arthur voltara a rir descontroladamente.
_Para de rir! Não, eu não levei ela presa de verdade, a gente conversou, na verdade não muito aí ela se irritou e então eu me irritei e agora eu não consigo saber o que eu poderia ter feito diferente.
_Você levou ela "presa", é normal que ela esteja irritada, você não pode mandar uma mensagem pedindo desculpa?
_Imagina só quando vocês forem contar essa história pro filho de vocês, então a mamãe me prendeu e esse foi o nosso segundo encontro._ Arthur ria tanto que nem notava a cara fechada de Sarah.
_Filho? Você não tá entendendo que ela nunca mais vai falar comigo.
_Pois eu achei uma jogada incrível, ela nunca vai esquecer disso.
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Juliette se jogara no trabalho aquele dia inteiro, a mostra de cinema que seria promovida pela ONG dali a algumas semanas exigia alguns alvarás e até mesmo Lucas solicitava toda hora a opinião da amiga.
Ela conseguiu evitar que ele voltasse no assunto pelo resto da sexta feira, mas agora o rapaz a encarava com expectativa.
_Ju, você não me contou nada!
Juliette e Lucas dividiam uma sala e sem platéia ela se sentiu mais disposta a falar.
A morena abaixou a tela do notebook, suspirou e começou a história toda.
_E por que exatamente ela não pode saber onde você mora?
_Eu fiquei com medo de ela ir até a minha porta... e eu chamar ela pra subir._Juliette corou só de pensar nas possibilidades.
_Por que você não manda uma mensagem agradecendo, chama ela pra tomar alguma coisa.
_Por que todo mundo tenta me ensinar a flertar? E não, eu não vou sair com ela, me relacionar com alguém da polícia vai contra tudo que eu acredito._ Juliette indagou num tom falso de ofensa.
_Ai Juliette, ninguém tá falando pra você casar com ela. Dá pra ver que você ficou o dia pensando nisso.
_Hey, Ju, olha quem eu achei.

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Ilegal
Roman d'amourOnde Juliette Freite, advogada e militante dos direitos humanos tem sua vida virada de cabeça pra baixo depois de se apaixonar por Sarah Andrade, major da polícia militar, será o amor capaz de superar as crenças pessoais de ambas?