Juliette mandara a numero da placa do Uber para Sarah, ela não entendeu porque Juliette insistiu em chamar um Uber para ela até ver quem era a motorista, e que não havia uber.
_Entra aí querida amiga. _Bianca estava bastante amistosa para a desconfiança de Sarah.
_Cadê a Juliette?
_Lá em casa, eu quero falar com você a sós.
Bianca abriu o porta malas e Sarah colocou as malas nele e adentrou o veículo meio sem vontade.
O silêncio no carro durou cerca de dois minutos, Bianca não estava desconfortável apenas estava dando tempo para a outra mulher.
_Eu posso não morar mais nessa cidade mas não tive amnésia, sabe? Você tá dirigindo em círculos.
_Sempre perspicaz essa Sarah, infelizmente eu moro a 15 minutos de distância precisei prolongar o trajeto. Eu tô orgulhosa de você.
_Eu não sei do que você tá falando.
_Eu sei que você foi embora pra fugir daquela sua família louca, todo mundo sabe, mas ei, não precisava ter cortado todos nós, eu era sua melhor amiga, não era?
_Você meio que era mais?
_Ah, a gente teve as nossas brincadeiras mas nunca mudou o que eu sentia por você, eu senti a sua falta. Você nunca me contou como foi lá no Rio.
_Ah, faz tanto tempo, no começo foi bem estranho, eu fugi e quando cheguei lá tentei viver como eu não vivia aqui, eu me convenci que eu só tinha aquelas ideias com você porque eu era rebelde mas que na nova cidade eu ia ser uma pessoa normal.
_Você não seria normal mesmo que se mudasse para Marte.
E Bianca fez Sarah sorrir.
E os quinze minutos se tornaram uma hora e logo se tornaram duas, e Sarah que não era uma mulher de muitos arrependimentos, "as coisas acontecem como tem que acontecer" ela costumava pensar, mas agora se sentia genuinamente arrependida.
Não de ter se afastado dos seus pais e de sua cidade natal, isso a noite anterior e o almoço de hoje provaram ter sido um acerto, mas de ter no processo se afastado de suas antigas amizades.
Sarah descobriu que sentia mais falta de Bianca do que ela imaginava.
Elas agora tomavam um sorvete numa sorveteria que frequentaram na adolescência.
_Meu deus a Juliette está me esperando a horas.
Sarah ficou tão entretida com a oportunidade de colocar a conversa em dia com Bianca que esquecera que não estava lá sozinha e que precisava pegar um avião logo logo.
_A Juliette tá bem. Ela está com a Bárbara. Inclusive ela me contou muitas coisas.
_Ela não consegue se conter. _Sarah levou uma das mãos ao rosto sentindo-se preocupada com Juliette.
_Ela está bem, relaxa. _Bianca dava seu melhor para soar convincente.
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Juliette não estava nada bem.
Ela sentia que a culpa disso tudo era dela que havia forçado a barra com Sarah para que a loira se assumisse, e ela queria tentar apaziguar mas não sabia como, ela tentaria o improviso.
Ela caminhara até o portão da casa dos pais de Sarah e agora tocava o interfone, estacionada na rua em frente Bárbara fazia um sinal de apoio para ela com os polegares.
_O que você está fazendo aqui? _a voz de Maria era dura mesmo através do interfone.
_A gente pode conversar por um minuto? _Juliette tentava manter o tom amistoso.
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Ilegal
RomanceOnde Juliette Freite, advogada e militante dos direitos humanos tem sua vida virada de cabeça pra baixo depois de se apaixonar por Sarah Andrade, major da polícia militar, será o amor capaz de superar as crenças pessoais de ambas?