Sarah se esqueceu de quem era, qual era seu trabalho e de onde estava, ela removeu o fuzil que a esse ponto era praticamente um objeto decorativo da bandoleira largando a arma no chão ela ignorou todos e atravessou metade do jardim para chegar a porta não dando ouvidos para as muitas perguntas de seus colegas.
Juliette a esperava com um sorriso que iniciou tímido mas agora era de orelha a orelha.
_Meu amor? _Ela sussurrou quase inaudivelmente mas Sarah fez leitura labial.
Sarah a abraçou com tanta força que quase a derrubou, ela pensou em se ajoelhar e pedir desculpas.
Definitivamente seria uma demonstração mais do que desnecessária de afeto, mas pareceu adequada.
Juliette tinha os braços em volta do pescoço da mulher mais alta e elas se beijaram como se nenhuma palavra fosse necessária.
E foi aí que Sarah acordou de seu devaneio.
Juliette a olhava como se estivesse vendo um fantasma.
Ela mesma não sabia o que dizer, abriu a boca duas vezes e não emitiu nenhum som.
O policial que acompanhava eles cujo nome ela lembrava vagamente estava repetindo algo para ela mas ela estava chocada demais para escutar e não queria quebrar o contato visual, como se Juliette pudesse desaparecer se ela o fizesse.
Ela não reagiu até que o homem a tocasse.
_Major Andrade? Está tudo bem? Nós precisamos evacuar a residência. _O homem repetia como quem dizia aquilo pela terceira vez.
Sarah sacudiu a cabeça como se isso pudesse fazer ela finalmente se concentrar. Juliette ainda a olhava, curiosa, e parecia tão estática quanto.
_Todos para a frente da casa, imediatamente. _O homem anunciou no megafone.
Juliette andou lentamente para a área onde as pessoas se reuniam. Aos poucos algo em torno de 120 pessoas estavam aglomeradas na frente da mansão.
_Hey, eu conheço aquela policial, Sarah! Sarah pelo amor de deus me salva!
Era Gilberto visivelmente bêbado que agora corria na direção de Sarah. Juliette queria se enterrar de vergonha.
_Pro chão rapaz. _Sarah ordenou seriamente.
_Ôh Sarah, faz isso comigo não. _Gilberto respondeu tristonho num tom quase infantil antes de se sentar com outros que por ali estavam. Sarah o ignorou como se realmente não o conhecesse.
_Eu quero todos os homens sentados no chão, e todas as mulheres em fila ali, em pé, do outro lado._ Ela anunciou no megafone.
_Menos você. _Juliette escutou o sussurro quando passou bem próxima a ela.
Apenas os policiais militares vigiavam os convidados, todos os 9 policiais civis agora revistavam a casa.
_Netto, você pode me cobrir por alguns minutos?
_Claro. _Dilson respondeu.
Sarah embainhou o fuzil prendendo-o em suas costas.
_Você vem comigo agora. _Sarah sussurrou no ouvido de Juliette.
Sarah caminhou na frente até o corredor lateral, de onde ninguém teria visão delas.
Juliette estava em completo silêncio ainda se perguntando o que poderia estar acontecendo ali, todo o efeito do álcool havia passado no segundo que ela viu Sarah.
_Eu não vou a lugar algum. Oxe, eu vou ficar aqui com todo mundo. _Juliette estava de braços cruzados na postura mais relutante que conseguia. Dilson que prestava atenção a cena nunca viu ninguém falar daquela maneira com a Major Andrade.
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Ilegal
RomanceOnde Juliette Freite, advogada e militante dos direitos humanos tem sua vida virada de cabeça pra baixo depois de se apaixonar por Sarah Andrade, major da polícia militar, será o amor capaz de superar as crenças pessoais de ambas?