[...]
Os últimos 7 dias, eu tenho passado o máximo de tempo possível com a minha mãe. Aproveitando cada momento e segundo em que ela estiver aqui.
Talvez eu não suporte a dor, quando ela partir. Talvez eu não queira viver mais.
Eu digo pra mim mesma: a vida tem que seguir em frente. Mas nos primeiros anos, ou meses, não dá pra seguir.Ela está agora tocando no piano, e eu cantando uma canção que ela escreveu para mim. Não sei a letra ainda, mas só vê-la tocar me faz bem.
Eu sei que ela tá tentando me ajudar, mas não sei se consigo.Eu paro em algumas notas, e perco a voz. Ela percebe e massageia as minhas costas tentado dizer que tudo vai ficar bem. Quando eu sei que não vai.
Então quando paro de cantar de vez, ela continua dedilhando as teclas até o som acabar. E de repente...ela desmaia.Minha mãe desmaiou
E eu tô em choque.Grito socorro, e logo meu pai aparece no estúdio da garagem, perplexo,sem chão igual a mim.
Mais uma vez a levamos ao hospital, e os médicos afirmam que ela tem pouco dias. Quando recebo a notícia, não escuto nada, nada, e não sinto o mundo ao redor. Minha cabeça gira, perco o foco da visão, e sinto meus pés pesarem, me levando ao chão.
E então...eu desmaio.Luke Patterson
Com as músicas quase prontas, menos uma que comecei há alguns dias e não terminei, nem dei nome porque não sei se vou canta-la algum dia, saio do apartamento avisando os meninos que vou sair.
Mas não digo para onde.Ando sem saber para onde estou indo. Na verdade eu sei, mas não sei se vou conseguir entrar ou até bater na porta. Talvez seja uma escolha estúpida. Talvez seja a melhor decisão que já tomei.
Não sei, me sinto tão confuso.Esses últimos dias não tem sido fácil para ninguém; o Reggie reencontrou o pai em uma pizzaria onde ele é dono agora, e viu mãe em um salão logo a frente. Ele se lembrou da época em que os dois brigavam o tempo todo,e se separaram. O Reggie na época tinha acabado de completar 18 e logo saiu de casa.
O Alex,viu os pais com um filho novo, no parque. Ele ficou arrasado, além do mais, eles o teriam expulsado de casa por se assumir gay.
A Julie tá perdendo a mãe aos poucos. Cada dia é um dia a menos. E eu não vejo minha mãe desde que a encontrei na rua, e ela me chamou pelo nome. Até agora nada .Chegando na porta não sabendo o que fazer. Fico parado olhando para a campainha e me pergunto se devo tocar.
Mas aí eu lembro do porque fugi de casa, e não ter voltado atrás, nem ela.Respiro fundo,uma ou duas vezes, e...
Toco a campainha.
Meus nervos estão a flor da pele e acho que vou sair correndo dali.
Mas não corro, só espero alguém abrir.
E por mais tempo do que esperava, ninguém abri.Talvez não estejam em casa. Ou ela tenha me visto e não quer me deixar entrar.
A última opção me faz ir embora.Julie Molina
[...]
Acordo numa maca com um homen apontando uma luz nos meus olhos. Minha visão começa a voltar,e percebo que é o médico me examinado e lembro que desmaia há alguns minutos atrás.
-- você está se sentindo bem?(pergunta o médico, agora tirando a lanterna da minha frente)
Me sinto meio tonta,mas consigo me sentar.
-- aah, um pouco. Cadê a mamãe?
-- estou aqui jujubinha (procuro por sua voz ela está na cadeira de rodas ao meu lado)
-- já podemos ir para casa?(pergunto para os dois)-- cadê o papai?
-- já podem ir, mas se você desmaiar de novo não deixe de vir aqui,ok?(diz o médico e eu assento)
-- o seu pai teve que levar o Carlos para a escola,mas daqui a pouco ele volta filha.
[...]
Agora em casa, sentada no sofá acariciando os cabelos de minha mãe, que está em meu colo, ela levanta o olhar para mim e:
-- o Luke está bem? Você falou com ele?
Acho estranho a pergunta, mas aí me lembro do ocorrido da semana passada.
-- não, ele não tava bem quando falei com ele.(ela assente)
-- vocês são bem próximos né?
-- sim, quero dizer, como assim?
Ela me olha como quem diz eu não sou cega, então entendo tudo.
-- Ah, eu não sei. Não tô pensando em namorar nesse momento. Mãe você tá morrendo...
-- eu sei Julie,mas não é por isso que você deve deixar de ser feliz. É por isso que você deve ser feliz.
-- tá, mas como você...sabe que eu e o Luke...?
-- simples, sabendo. E também eu sei que o amor que um sente por outro não é como de irmãos, eu não sou tola(ela ri)-- as vezes temos a sorte de achar alguém que tenhamos química,e outras vezes não; mas eu sei que você deve se arriscar, para não se arrepender depois de não ter tentado.
Eu escuto tudo em silêncio, refletindo cada palavra. Me perguntando se devo seguir o conselho de minha mãe e me arriscar com o que sinto pelo Luke. Mas algo ainda me prende de tomar a decisão, e eu sei que não vai ser fácil tomar quando ela não estiver mais aqui.
Luke Patterson
Já conformado que ninguém está em casa, me retiro para ir.
Um som da porta me para, e eu olho para trás.
Ah não. Ela abriu.Fico parado olhando para ela. Ela me procura pela entrada e depois que encontra o meu rosto, eu vou até ela.
Sem dizer nada ela me abraça forte, chorando. Agora também estou .
E sinto um peso sair de meu peito.
Um peso que estava ali há muito tempo.Vou tentar fazer a continuação amanhã, beijinhos 😘
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Você Me Ama? { Juke }
FanfictionJulie Molina,16 anos,linda, inteligente e tímida,tem uma voz incrível mas ninguém ainda descobriu. Tudo muda quando três rapazes aparecem na escola e decidem montar uma banda e a chamam para ser vocalista. O problema é que Luke se apaixona por ela...