Capítulo 14 - Visita inesperada

38 2 7
                                    

· × ·

Sinto meu corpo completamente quente ao amanhecer após a primeira noite a sós com Yuri em sua casa, não consigo dizer o que há de diferente já que estivemos sozinhos outras vezes, mas em algum lugar em meu coração me sinto feliz por ganhar esse momento. Depois de algum tempo aconchegado ao corpo de Yuri, abro os olhos e encosto meu nariz em seu cabelo, seu cheiro misturado ao xampu penetra minha mente inebriando meu corpo. Fecho meus olhos novamente e aperto o abraço, as lembranças da noite anterior surgem em minha mente como água e me perco nelas adormecendo novamente.

* * *

Entrelacei meus dedos aos de Yuri enquanto fitava seu rosto corado, meu coração batia como um louco e pela expressão do jovem deitado abaixo do meu corpo, ele também compartilhava do mesmo sentimento que eu. O ritmo conjunto de nossos corpos se misturou a nossas respirações ofegantes, meu amante estava tão sedutor naquele momento. Mesmo que me apertasse, não tive dificuldades em movimentar meu corpo contra o seu, suas pernas estavam cruzadas em minha cintura.

As lágrimas em seus olhos não escondiam o fato de estar desfrutando das sensações que percorriam nossos corpos, com a mão livre ele passou os dedos por minhas costas e arranhou com força, a dor se misturou à luxúria e gemi sussurrando seu nome como uma canção sensual, nossas vozes roucas, pele a pele, uma sensação tão viva marcada em minha lembrança e todo meu ser. Estava tão feliz que poderia morrer naquele momento, apesar de eu não desejar realmente isso.

* * *

Nosso momento juntos se converteu em um sonho que me levou de volta à noite em que pedi sua mão em namoro. O gelo frio arrepiando minha pele misturado ao calor que emanava de nossos corpos me fez perceber que Yuri sempre teve esse olhar para mim, só não havia notado esses sentimentos justamente por não saber como lidar com eles e mesmo assim inconscientemente eu já sabia, pela forma que devotava seu tempo a mim, tal como seus programas e até pequenos atos egoístas. Egoístas?! Momentaneamente tudo desapareceu como fumaça, só restando a fisionomia de suas costas à distância e o eco de suas palavras “Quem quer um técnico que não pode mais patinar?” Imediatamente minha garganta se fecha e sinto-me ser sufocado.

— ... TOR? VICTOR!! — Ouço novamente a voz dele, agora em tom desesperado e com dificuldade abro os olhos.

— Huh? O-o que foi? — Não consigo estabelecer uma conexão com meu sonho e a realidade, onde sinto o aperto do abraço do meu companheiro em meu pescoço. — H-hey... Não consigo respirar...

— Ah... Desculpe... — Ele solta o abraço e me encara, o olhar preocupado se transforma ganhando traços de alívio. — Bom dia.

— Bom dia. — Respondo ao seu tom tímido com um sorriso para tranquiliza-lo, suas mãos tocam meu rosto enxugando algumas lágrimas que até então, não havia percebido.

— Teve um pesadelo? — Seus olhos procuram pistas de algo ao me encarar.

— Hummm... Não me lembro... Mas, mudando de assunto, vamos tomar um banho? Ou vamos repetir a dose antes?

Dando um sorriso travesso e para esconder os sentimentos que lhe deixariam preocupado, passo meu braço por seu pescoço deitando-o abaixo do meu corpo ainda desnudo. Suas bochechas assumem uma coloração vermelha enquanto tenta me empurrar sem muito sucesso. Seguro suas mãos acima da cabeça e sento em suas coxas, logo percebo sua reação imediata e abro um sorriso juntando nossas ereções.

— Victor... Acabamos de acordar e...

— Você é teimoso Yuri, sei que quer também.

— E-eu não disse isso... q-que não queria... — Seu olhar se desvia do meu ao admitir suas intenções.

Meu Jovem KatsudonOnde histórias criam vida. Descubra agora