Só mais uma vez

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Acordei na manhã seguinte sem vontade alguma de levantar, por isso fiquei deitada olhando para o teto por bastante tempo, até eu sentir um certo enjoo, que era fome, já que eu não havia comido nada.
Levantei, desci, a casa parecia tão vazia, há muito eu não sentia solidão, mas hoje eu estava sentindo, o silêncio era perturbador, tentei ignorar isso colocando uma música para tocar no meu celular, enquanto eu comia um pão bem devagar, como fazemos quando estamos enjoados de fome.
Chorei ali sozinha, sem ninguém ver.
Após terminar de comer, lavei a louça e deitei no sofá, nem me dei ao trabalho de abrir a casa. Liguei a televisão e vi qualquer coisa passar, mas não prestei atenção.
Resolvi ir tomar um banho, eu precisava de um tempo fora daquela casa, me arrumei e saí.

LOOK

Assim que cheguei em frente ao cemitério, comprei as margaridas, mas também as não-me-esqueças

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Assim que cheguei em frente ao cemitério, comprei as margaridas, mas também as não-me-esqueças. Entrei e fui até o túmulo dos meus pais, onde deixei as não-me-esqueças e logo do lado, no tumulo do meu filho, deixei as margaridas.

-Oi, eu vim fora de época, eu sei! - falei olhando o nome dos meus pais nas lápides - Mas é que eu não sabia para onde ir.

Na ausência de resposta continuei falando.

-Eu to tentando ser forte, sério! Mas eu só queria o colo de vocês - enxuguei a lágrima traiçoeira e dolorida que caiu - Eu estou mal por ter feito a coisa certa, a escolha certa me causa dor, porque nada tem mais gosto de lar que estar com Sebastian, o amor veio como quem não queria nada e se tornou o que tenho de mais valioso nessa vida, se puderem me dar um sinal, eu agradeceria tanto...

Eu até esperei com expectativa, mas a única coisa que obtive foi o vento frio batendo no meu rosto.

-Não espero que entendam - falei suspirando pesadamente - Vocês sempre fizeram a coisa certa, sei que acham que estou sendo burra, mas é que não acho justo travar ele assim, eu não gostaria que ele o fizesse comigo. Vai ver não é nessa vida, quem sabe na próxima? - mudei minha visão para o túmulo de Charlie, fiz um carinho na lápide gelada e disse - E quem sabe na próxima vida, você não volte para mim? Por favor, tente me encontrar!

Olhei envolta e vi uma movimentação para um enterro um pouco ao longe.

-É, eu acho que vou nessa! - falei - Fiquem bem, um dia a gente se encontra!

Saí andando para a porta do cemitério, assim que cheguei na rua, decidi ir caminhando o frio estava me acabando, mas eu tava de boa.
Caminhei até chegar em um café, sentei em uma mesa perto da janela que dava para um estacionamento.

-Olá senhorita, como posso ajuda-la? - a garçonete sorridente me perguntou

-Um café e um misto quente, por favor! - pedi

-Certo! - ela disse anotando e depois saindo

Assim que a garota que aparentava ter dezesseis anos trouxe meu pedido, eu comi devagar pensando em Sebastian, na verdade em nossa história juntos.
Quando éramos jovens, livres e inconsequentes, tudo parecia que iria sempre dar certo, eu sei que já vivi isso antes, nada disso é novo, eu sei bem no que daria. Anos não conseguiram apagar o que eu sinto por aquele homem de olhos azuis tão expressivos, eu não iria ser incoerente de pensar que agora tudo sumiria, eu não sou louca!
Continuei tomando meu café sentindo muita saudade da minha adolescência, fiquei ali algumas horas, por algum motivo eu me sentia acolhida naquele lugar, com o café quente e vendo a neve começar a cair conforme o Sol se despedia e dava lugar para a noite.
As 19:00 horas eu decidi que era a hora de ir, quando saí do ambiente climatizado o frio estava maior que antes lá fora, os carros iam pra lá e pra cá nas ruas da cidade que não dorme, chamei um táxi para ir para casa.

-Acredito que essa noite vai dar uma nevasca.

-Perdão? - falei voltando o olhar para o motorista

-Vai nevar muito essa noite - ele disse me olhando pelo retrovisor

-É, acho que sim! - falei voltando a olhar pela janela

Assim que viramos na minha rua, aquela solidão bateu novamente. Paguei o taxi e corri para casa, sem nem olhar a casa da vizinha da direita.
Entrei em casa e liguei meu aquecedor, liguei a televisão e fiquei assistindo um programa de auditório, até que a luz caiu.

-Era só o que me faltava! - falei irritada ligando a luz da lanterna do celular

Levantei, fui até onde eu guardava lenha e coloquei na lareira, estava acendendo quando ouvi baterem na porta, levantei com a lanterna na mão e abri a porta.

-Sebastian - falei sentindo meu coração acelerar e o sorriso veio naturalmente

-Quer ajuda para manter a lareira acesa? - ele perguntou

-Eu quero! - falei dando passagem para ele entrar

O rapaz foi direto acender a minha lareira, ficamos em silêncio por um bom período.

-Sebastian - chamei

-Hum?

-Obrigada!

-Por...?

-Por ter vindo

-Eu sei que não gosta de escuro - eu podia ver seu rosto iluminado pela chama da lareira, já que estávamos sentados no chão ao lado dela.

-Obrigada por se importar - falei e ele olhou com surpresa.

Ele ficou olhando o fogo em silêncio por um bom tempo antes de falar qualquer coisa.

-Eu te amo, vou sempre me importar!

Meu coração acelerou e eu me arrepiei, era errado eu querer ser de alguém? Era errado eu querer que esse alguém fosse só meu? Era, era muito errado, era egoísta.

-Qualquer preço por seu pensamento - ouvi ele dizer e tirei os olhos do fogo para olha-lo.

-Bobagem - sorri, mas o sorriso era falso.

-Nada do que venha de você é bobagem - ele disse aproximando a mão de mim, mas desistiu.

-Desgraça pouca é bobagem - falei mais pra mim que pra ele

Ficamos nos olhando e a tensão ali era palpável, eu desviei o olhar para o desenho que meu dedo fazia no carpete, foi quando fui surpreendida por um beijo de Sebastian.

-Desculpe! - ele disse se afastando

-Uma despedida - falei o puxando para mim e voltando a beija-lo.

Eu fui dele, por mais uma noite, ali no carpete,com a cabeça apoiada nas almofadas do sofá, sendo iluminados pela chama dafogueira e o calor? Ah, esse era dos nossos corpos

PROMETA - IMAGINE COM SEBASTIAN STAN (COMPLETA)Onde histórias criam vida. Descubra agora