A Princesa Desaparecida

I - O Jardim das Águas:

Mariah estava olhando a paisagem do Jardim das Águas pela sua varanda favorita enquanto aguardara a hora da reunião com seu pai, Príncipe Tristante. Ela amava o Jardim das Águas, esse palácio singelo e amoroso no qual ela (e mais centenas de crianças) viveram, brincaram, aprenderam e cresceram. De onde estava via um pequeno lago que existia nos domínios do palácio, ao redor dezenas de crianças que brincavam entre si e ela usava dessa imagem para acalentar seu coração, para confortar sua angústia. Mariah amara aquele lugar mas já estava cansada de estar sempre ali. Ao mesmo tempo que era sua casa, era também uma forma de prisão. E já não era mais nenhuma criança, era uma mulher de 23 anos e ansiava viver.

Mariah escolhera para a reunião um vestido azul marinho muito bonito, usava grandes argolas e estava com seus longos cabelos soltos, presos somente por uma tiara em formato de serpente. Seja lá o que seu pai desejasse lhe falar com tamanha seriedade, iria encarar o desafio em sua melhor forma, elegante e bonita.

E além da beleza, que lhe foi ofertada pelos Deuses desde a tenra idade, Mariah também era determinada, gentil e leal. Queria aproveitar esse período de paz que era prometido em todo início de Verão para viajar além das fronteiras dornesas, conhecer outros Reinos e locais de Westeros. Revisara tudo isso enquanto aguardava. Parecia-lhe as vezes que era só isso que lhe cabia na vida.

No começo da tarde seu primo Allard avisara que seu pai desejava vê-la imediatamente. Allard era o filho mais novo da sua querida tia , um homem bem moreno, com olhos e cabelos negros. Era parecido com sua mãe somente fisicamente, todo o seu temperamento fora herdara de seu pai. Apesar de terem quase a mesma idade ter tido com o primo relação de amizade o admirava pela sua escolha de Dorne, pelos seus dons em batalha, pela sua agilidade com cavalos. Ele fora treinado por Areo Hotah e era um guerreiro incomparável na atualidade. Notara que nos últimos tempos Allard parecia mais tristonho que o normal, andava cabisbaixo e deixara para trás boa parte dos acessórios que até então costumava usar, mantendo somente o traje real e sua espada sempre consigo. Hoje particularmente nem a olhara, estava taciturno. Isso só deixava Mariah com mais certeza de que havia um sentimento estranho no ar.

(...)

Mariah era a muito próxima de sua tia Arianne, de quem havia herdado a beleza e boa parte do temperamento. Seu pai Tristane era diferente, mais calmo e metódico em suas ações. Diziam que seu pai, o Príncipe Doran havia conseguido passar ao seu filho mais novo boa parte de seus conhecimentos e ideias. Por conta disso desde que se tornara um homem adulto Tristane passou a auxiliar sua irmã nos assuntos políticos de Dorne. A jovem considerara o temperamento deles destoantes mas conseguia compreender que se complementavam e auxiliavam.

Era um dia muito quente. Mariah pouco se lembrava dos tempos de paz, fora uma criança do Inverno. Presenciava um Inverno terrível e guerras que pareciam sem fim. Os Sete Reinos foram feridos, sangrados cruelmente e apesar de ter sido cuidada e protegida por sua família se sentia frustrada agora pois ansiava por conhecer, buscar, visitar lugares que sempre ouvira histórias como Ninho da Águia, Rochedo Casterly e claro, Campina.

Essa frustração tinha uma razão específica. Com o Verão os atos que seus pai vinha organizando era somente os de arranjar maridos para suas irmãs! O que a deixou mais perturbada fora o da Meria, a mais frágil e tímida da família que fora enviada para se casar com um Yronwood,conhecidos também como Sanguerreal. Descendente da Casa que mais rivalizou com a sua dentro das fronteiras de Dorne.

Logo ao entrar Mariah questionou:

- Olá pai, o senhor mantivera esse suspense por qual razão? Pretende me dar a notícia de que irei me casar com qual inimigo? O pai a olhou de forma severa e respondeu:

- Sente-se Mariah, o que preciso falar não envolve você e casamento, lhe asseguro que sairá dessa sala sem compromisso com homem algum. Somente com a sua irmã.

Mariah imediatamente sentiu um arrepio:

- O que fizeram com Meria?