VI - O beijo.

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Se fosse pensar na sua irmã, a viagem poderia ser considerada inútil. Mariah passara horas conversando com a Waldynha que era além de esposa e senhora Fowler era uma informante Martell e ela lhe garantira que Meria não passara por lá. Então ela seguira em Dorne. Mas aonde? Mariah e Ynus retornavam a viagem pelo Caminho do Espinhaço e pararam novamente no forte que os abrigara há poucas noites atrás. Tão feio mas tão agradável de se olhar, de imaginar quantas centenas de pessoas se abrigaram ali.

Entraram e foram levados aos mesmos cômodos que estiveram da última vez. Ela sabia que seria uma noite insone então pedira uma ajudante para lhe auxiliar com um banho. Que a jovem a auxiliasse para ferver água e encher sua tina. Depois do banho fora se sentar para ver novamente a lua, no mesmo local que estivera da última vez e acabara adormecendo enquanto estava ali. Acordara com Ynus a chamando e não sabia por quanto tempo havia permanecido entregue ao sono. Ynus estava reclamando, dizendo que adormecer no sereno e de cabelos molhados a deixaria doente e não ajudaria em nada a encontra a Princesa Meria. Se levantou prontamente e foram conversando conforme subiam os degraus.

- Gostara dos Fowler?

- Bastante, os achei acolhedores, disse ela.

- Eles realmente são. Hakon é como um irmão para mim.

- Nossa, que inesperado. Quando me dissera para onde íamos eu esperara presenciar uma luta de espadas!

Ele riu alto, - somos irmãos agora graças a um laço de gratidão. Graças a isso. Enquanto falara apontava em sua cicatriz. Ele estava com a camisa aberta então Mariah podia observar sua cicatriz completa, ela vinha desde a barriga até o pescoço.

- Posso tocar? Perguntara. E assim que fizera isso se questionara por qual motivo não ficara quieta!

- Pode. Pelos Deuses ele concordara! Mariah não iria recuar agora então fora até ele e tocara na marca.

- Dói?

- Agora não mais. Mariah, ele disse baixinho enquanto tocava seus cabelos, posso lhe dar um beijo Princesa?

Mariah levantara os olhos e assentira com a cabeça. No mesmo minuto fora beijada como nunca antes. Ela se sentira nas nuvens. Como Ynus beijava bem, seu toque, seu calor. Após deliciosos minutos ele a soltara, lhe dando um beijo no rosto de boa noite.

(...)

Mariah estava mais inquieta do que antes. Estava se sentindo culpada pois se sentia apaixonada por um Sanguerreal. E ainda mais pelo Sanguerreal que estava prometido a Meria! Se antes desconfiasse dele agora não queria acreditar de forma alguma que fora ele o responsável por praticar qualquer mal a sua irmã. Enquanto pensava nisso Ynus começara a falar de forma severa, a deixando no mesmo minuto apreensiva.

- Teve algo que lhe escondi.

- O que você sabe de Meria que não me contou?

- Há cerca de cinco meses, desde que ela chegou a Paloferro, ela não sangrará em nenhuma lua.

- É seu?

- Não. Jamais. Eu teria lhe contado Mariah. Já estaria casado com ela. Se fossemos amantes você saberia.

Mariah enxergara sua vista turva com as lágrimas que desciam descontroladamente.

- Me perdoe princesa por não ter lhe contado assim que chegara. Perdoe-me Mariah, por favor.

Enquanto ele falara Mariah não aguentara mais segurar as lágrimas. Essa revelação deixava a situação mais confusa. Traria uma razão para sua irmã ter desaparecido. Muito nervosa ela atiçava sua égua a correr enquanto deixava os gritos de Ynus chamando por si para trás até que sua égua se assustou com algo e empinara a jogando direto para a escuridão enquanto ela ouvira, de longe, Ynus gritar seu nome. 

A Princesa DesaparecidaOnde histórias criam vida. Descubra agora