Light Yagami POV
-Senhor.Yagami é um prazer revê-lo novamente. ---- A mãe de Misa cumprimentou meu pai estendendo sua mão a ele. ---- Presumo que Misa já lhe apresentou o colégio a você, estou certa? ---- Perguntou a mim.
Ela e Misa tem uma semelhança incomum, ambas são muito alegres, tão alegres que chega a dar Náuseas.
Sinceramente minha vontade de sair correndo dali era enorme.
-Sim, Srta.Amane. Misa é uma pessoa maravilhosa. ---- Uso um de meus melhores sorrisos.
Se há 30 minutos atrás me perguntassem se que queria ficar aqui, minha resposta seria um n a o ~ NUNCA. Mas, agora,agora eu apenas queria a companhia de L.
-Ela é sim! Bem, poderá começar hoje? ---- Perguntou ao meu pai.
Este que me olhou por canto de olho, apenas retribui o olhar. Seu olha carregava culpa pois, ele sabia que a partir do momento em que ele me deixasse ali, ele poderia esquecer que um dia fui o filho dele.
-Sim. Amanhã traremos o restante de seus livros. ---- Disse coçando a garganta. ---- Filho, você sabe que...-
-É para meu próprio bem. ---- Lhe lanço um sorriso. ---- Tudo bem, papai. Eu sei. aliás, não precisam se dar ao trabalho de me vistar, apenas se contentem sabendo que estarei sobre vigilância 24 horas por dia. ---- após minha fala, enfio minhas mãos no bolso de meu casaco.
Meu pai me olhou por alguns segundos mas desviou o olhar rapidamente, minha mãe já tinha voado em cima de mim, me abraçando como se eu estivesse indo pra guerra.
Eu sinceramente não entendia, eles querem que eu aprenda a ter sentimentos preso e sob vigilância o tempo todo, 365 dias por ano? É, pelo oque eu entendi é isso.
Sentimentos....sentimento é algo que vem dentro de nós, como um suco que já vem com açúcar ou até mesmo uma bolacha recheada. Não podemos forçar as nossas emoções.Quanto mais forçamos, mais elas desaparecem mais e mais.
E foi exatamente o que aconteceu comigo. Eles nunca entenderão.
[...]
-Eu tinha razão. ---- disse L.
Assim que Misa me mostrou onde eu ficaria em todos os semetres, o ano inteiro, descobri oque eu já temia. Dividir o quarto com L.
-Talvez. ---- Digo indiferente colocando minha bolsa no chão, ao lado da cama.
Ele estava sentado em sua cama, da mesma forma que estava antes no pátio. Usava a mesma roupa, mas, agora vejo que ele usava um brinco de cruz de prata em sua orelha esquerda. Gosto de observar. Ele não estava usando esse brinco antes.
-Você devia me apresentar o colégio. ---- Me esparramo em minha cama.
-Deveria? ---- Pergunta-me e eu assinto em concordância. ---É eu deveria mesmo. Mas, não quero. Se você não sabe, Light. Tem uma grande diferença entre 'Ter' que fazer, e 'Querer' fazer.
Como eu havia dito antes, sua voz é desleixada e rouca, uma combinação aprópriada e perfeita de alguma forma.
-Ignorância também é um exemplo. Nos não temos que ser mas, queremos. ---- Digo o encarando.
Ele não olhava pra mim. Estava com sua atenção inteiramente focada em seu computador. Digitando algo sem pausa. Estava um silêncio tão absurdo naquele que,os únicos sons transmitidos dele eram seus dedos batendo nas teclas.
-Assim como as flores. ---- Disse se referindo ao ocorrido de mais cedo.
O encarei confuso.
-As flores? --- Pergunto.
-Sim.---- Disse dando de ombros. ----- Não temos que arranca-las, mas queremos, é algo que vem dentro de nos. Me diga Light, quando você gosta de uma flor você a arranca?
-Que tipo de pergunta é essa? ---- Fui obrigado a rir. ---- Hum...acho que sim, se eu realmente gostar dela, provavelmente irei querer arranca-la.
-Eu previ que fosse dizer isso. Mas, quando você ama uma flor, você não a arranca e sim cuida dela todos os dias, garantindo que ela viva por mais tempo, como uma mãe e seu filhote.
Ele dizia tudo numa calma sem fim, ainda batucando seus dedos nas teclas.
Se instalou um silêncio gostoso no quarto. Me deitei em minha cama e comecei a olhar para o teto. E reparei que nele, havia algumas gotinhas vermelhas pingadas sobre ele.
-L? --- O chamei tendo sua atenção. ---- Oque é aquilo? ---- Não movi um músculo apenas apontei com o olhar.
-Bem. --- Ele começou mas travou por uns segundos. ---- Há 3 anos, um garoto dividia este quarto comigo, não conversávamos por quê eu não queria, e não éramos amigos também por este motivo.
-Que rebelde. ---- Comentei risonho.
-No dia que eu recebi a notícia que meus pais tinham morrido ele se declarou para mim. ---- Ele parou de digitar naquele momento, e focou suas orbes negras em minha pessoa.
-Eu sinto muito. Pelo os seus pais. ---- Me levanto da cama, e permaneço sentando na beira dela.
-Eu explodi. Não aguentava ouvir a voz dele, e nem vê-lo em minha frente.De certa forma, ele me irritava. Ele não chorou, e nem gritou mas saiu sem dizer uma palavra deste quarto.
Nos encarávamos fixamente enquanto ele enrolava uma mexa de seus cabelos escuros em seus dedos.
-Oque aconteceu? Não me diga que....-
-Ele se suicidou. Ele pegou a arma de emergência na sala da diretoria e se matou aqui neste quarto. Os pingos de sangue voaram teto a cima. --- Sua calmaria faria quase com que eu acreditasse que isso que ele acabará de falar é normal.
-Por que...por quê não limparam o sangue ainda? ---- Digo.
-Eles ainda não o viram ai em cima, apenas eu. ---- Ele levantou suas pernas, sentando-se agachado outra vez.
-Nossa. Você não se incomoda com ele ali? digo, é sangue. ---- Minha palavras sairam normais, não gritei e nem fiz apavoramento.
-Sangue humano. O mesmo que corre em meu corpo. E aliás, ele não me incomoda nem um pouco.
-Por quê não trocou de quarto? ---- Pergunto.
-Está com medo do fantasma dele aparecer? ---- Perguntou. E pude ver um mini sorriso brotar bem no cantinho de seus lábios.
-Não acredito que fantasmas existem. Enfim, me responda.
Em meu cabelo, havia uma faixa vermelha para segurar os que caia da testa, então a tirei e os deixei cair. Confesso que aquilo me deixava deveras charmoso. E parece que L também achou, pois não desgrudava suas iris negras de mim.
-Fantasmas são seres de luz, venham a terra ajudar ou ser ajudado. E o sangue dele me incomodaria se criasse vida a noite mas, como não criou eu não tenho nada contra ele. E também são apenas alguns resquícios, vai dizer que nunca viu sangue em sua vida?
Sua voz, pela a primeira vez desde que nos conhecemos soou sarcástica e não usou seu tom normal, isso já era, de fato, um enorme avanço.
-Agora, seja gentil e me traga um café, com sete colheres de açúcar, por favor. ---- Me pediu mas, voltou sua concentração em seu computador.
Queria saber oque tanto ele fazia nele....
-Sete? Tem certeza que não morrerá de uma diabete antes da próxima prova? ---- Lhe pergunto com as sobrancelhas arqueadas enquanto cruzo os braços.
Ele me olhou por alguns segundos com a testa franzida mas logo me respondeu.
-Se você abraçar demais pode morrer sufocado. --- Disse.
Depois dessa, achei melhor ficar quieto.
[...]
Continua....
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LUA NOVA• {LAWLIGHT}•
Fanfiction-Light, 50% das coisas que eu falo são bobagens. ---- L disse dando de ombros. -E os outros 50%? ---- Light perguntou receoso. -É real. -Então, quando você diz que não se importa comigo, você na verdade se importa comigo? ---- Pobre coração...