Josh Beauchamp Pov
Hoje uma advogada foi falar com a Any, vou poder saber como ela está graças a Deus. Faz umas 5 horas que soube que ela iria lá, duas que ela saiu daqui da delegacia, ela só podia conversar com a Any por meia hora, ela está demorando estou nervoso, minha mãe está sentada tensa, o Marcelo sentado com as mãos no cabelo, Priscila está longe os pensamentos devem estar confusos como os meus.
Cerca de meia hora depois a advogada chega, mas vai direto conversar com o delegado. Ah meu deus.
Delegado está tenso, não sei muito bem ler pessoas, só a Any, se eu pelo menos visse ela, pessoalmente ou até uma foto eu saberia tudo que aconteceu.
-delegado: vamos pra sala de reuniões e lá poderão fazer todas as perguntas que quiserem- fomos até uma sala e Marcelo começou.
-Marcelo: como está minha filha?
-Flora: hoje ela sairá de lá, não posso dar informações de lá pra vocês.
-Priscila: então quer dizer que eu não saberei se minha filha está bem? Se ela está machucada? Se está se alimentando bem?- fala se exaltando.
-Flora: eu sinto em dizer mas não posso dizer nada, nem o que eu vi, nem o que eu ouvi e nem o estado dela.
-Josh: olha que coisa legal, minha namorada some durante 8 meses, acham ela presa em um lugar pra pessoas com distúrbios mentais, dizendo que ela matou alguém, não podemos saber se ela se machucou, se está com algum problema por estar convivendo num lugar daqueles, se ela está magra, se está comendo bem, eu estou tranquilo- solto uma risada debochada.
-Flora: eu conversei com ela, ela está bem, não podia dizer mas sei que estão preocupados.
-Úrsula: pra onde vão leva lá? Quando poderá receber visitas?
-Flora: não posso dizer ainda, e visitas tem que esperar ela se adaptar ao lugar as pessoas e... enfim já falei demais, tenho que ir se souber de algo que posso compartilhar eu aviso vocês.
Eu não tenho reação, eu quero falar e estar com ela só isso. E não saber onde ela está e pra onde vai me mata. '...tem que esperar ela se adaptar ao lugar as pessoas...' que lugar é esse que ela tem que se acostumar? Flora sabe, e sabe de bastante coisa.
Pelo que conversei com o meu advogado, que era quem iria conversar com a Any mas não podia entrar homens onde ela está, ele disse que provavelmente ela terá um julgamento, mas não sei o dia e nem se isso vai acontecer, tem grande chance mas não 100%.
Ainda estamos na sala de reuniões, todos pensando e eu me segurando pra não chorar.
-delegado: eu sinto muito por isso, sei que estamos errados em não descobrir onde ela estava antes. Flora não quis falar mas... vocês só irão ver ela daqui um mês, ela não mentiu que Any tem que se acostumar, mas... eu não posso estar falando isso... dia 17 de abril está marcado e julgamento dela- todos olham pra ele- ela não dirá nada só será julgada, e eu não sei se podem comparecer ao tribunal.
-Priscila: ok, nós vamos pra casa qualquer novidade pode ligar.
Minha mãe veio com o carro dela e eu vim com o meu porque estou indo pra minha casa, faz muito tempo que não vou pra lá.
Destranco a porta, coloco a chave e o celular em cima do balcão, tiro os sapatos e olho em volta, as lembranças vem à tona.
A gente discutindo perto do balcão porque ela queria um tênis da minha coleção.
Nós sentados no sofá da sala conversando sobre ter um filho.
Nossas risadas na cozinha enquanto ela cozinhava.
Nosso quarto onde dormíamos de conchinha, num dia chuvoso ou em dia de sol.
O banheiro onde dividíamos o banho, brigávamos por espaço, suas coisas do jeito que ela deixou...
Eu não consegui ir nos outros cômodos, as lágrimas já desciam com força.
Nem vi a hora que deitei e apaguei.
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Injustice
RomanceUm assassinato Uma mulher inocente Uma estadia sofrida Uma coisa boa nisso tudo Any Gabrielly era apenas uma mulher e de uma hora pra outra era uma assassina. Sua família não tinha noção de onde ela podia estar, ela estava bem por um motivo, seu...