Pov Any Gabrielly
Estamos sentados na sala de espera de um psicólogo.
A um tempinho atrás quando conversamos decidimos que seria bom, ajudaria nós dois, marcamos uma consulta e aqui estamos.
Minha mãe ficou com nosso pequeno. Estou nervosa com as mãos trêmulas e geladas, os pés batendo contra o chão sem parar, Josh percebe meu nervosismo e segura minha mão, a dele também está gelada, ele olha bem nos meu olhos e sussurra que também está nervoso.
-Dr. Parker: Any Gabrielly e Josh Beauchamp.
Levantamos juntos e fomos até a sala.
-Dr. Parker: muito prazer, fiquem a vontade- sentamos de mãos dadas e ele começou- preciso conhecer vocês, vou fazer perguntas sobre vocês, me respondem o que conseguiram.
-Any: ok.
-Dr. Parker: quanto tempo estão juntos?
-Josh: vai fazer 5 anos daqui 3 meses.
-Dr. Parker: tem filhos?
-Any: sim, temos um pequeno de 10 meses.
-Dr. Parker: pelo que sei você foi presa- assinto- quando tempo foi?
-Any: 8 meses em uma e 6 na outra.
-Dr. Parker: Josh, você não sabia onde ela estava?
-Josh: não, eu fiquei sabendo uns 8 meses depois e só depois de um mês vi ela.
-Dr. Parker: vou fazer perguntas de sentimentos pessoais, querem falar sozinhos ou fica como estamos?- olho pro Josh.
-Josh: ficaremos como estamos.
-Dr. Parker: Josh o que sentiu quando ela sumiu?
-Josh: medo, me senti sozinho, quando eu entrei em casa e ela não estava eu já sabia que tinha acontecido algo, depois disso eu não dormia, fiquei uma semana só de olhos fechados não conseguia me entregar ao sono, minha mãe me levou pra casa dela mas não mudou muita coisa, se eu dormia eu acordava e não tinha ninguém do meu lado...
-Dr. Parker: e você Any:
-Any: eu demorei um pouco pra raciocinar o que estava acontecendo, eu me sentia só, insegura, e com as crises de ansiedade não era muito fácil, eu tinha muito medo eu escutava as outras gritando e ficava louco, eu tinha medo da minha família desistir de mim por achar que eu estava morta, eu tinha medo de não ter um namorado e um pai pro meu filho, eu tinha medo de algo estar acontecendo com ele dentro de mim e eu não poder fazer de nada...
-Dr. Parker: vamos falar de vocês, o que realmente os trouxeram aqui?
-Any: ele não dorme, e o pouco que eu durmo eu tenho pesadelos, de como minha vida era, acho que porque meu subconsciente ainda não entendeu que não estou mais lá.
-Dr. Parker: então vamos fazer o seu subconsciente entender, o dos dois, vocês dois sabem que acabou mas a ficha não caiu e o subconsciente não entendeu, façam coisas que faziam antes, saiam no tempo livre, assistam filmes depois que o filho dormir, não sei se querem mais filhos, mas conversem sobre, façam a ficha cair, talvez demore mas juntos vocês conseguem.
Sabe quando você sai de casa com expectativas e nenhuma delas acontece? Foi isso que aconteceu hoje, eu tinha outras expectativas sobre vir ao psicólogo e todas elas foram surpreendidas, eu não esperava nada disso, e agora parando pra pensar era o que nós precisávamos fazer.
Saímos do consultório renovados, feliz por saber que seria mais simples do que a gente pensou. Buscamos o pequeno na minha mãe e fomos pra uma praça, começamos agora.
Sentei num banco e Josh colocou Lipe em pé no chão e segurou seus braços pra ele andar, ele estava tão feliz, e ver ele assim eu tenho uma vontade imensa de chorar, ele está brincando, as crianças de volta chamam ele, se eu sorrio pra elas sorriem de volta, o problema não sou eu.
Depois de muito brincar, até na terra Lipe quis ir, tinha umas meninas brincando de fazer castelos na terra e ele quis ir, meu branquelo estava todo sujo. Forrei a cadeirinha e coloquei ele.
-Josh: será que ele se divertiu?- coloca a mão na minha coxa prestando atenção na estrada.
-Any: eu não tenho dúvidas, e obrigado, se não fosse você nós não estaríamos tão felizes.
[...]
Colocamos Felipe pra dormir e fomos assistir alguma coisa na sala, ele coloca o braço por cima do meu pescoço e deito no seu peito.
-Josh: sabe o que me deixou pensativo em relação a consulta?
-Any: diga o que te intriga.
-Josh: Dr. Parker citou sobre filhos, você tem vontade de ter mais?
-Any: lembra antes quando conversávamos sobre filhos, nós falávamos de dois ou três, então sim, quero tentar de novo, também quero que você acompanhe uma gravidez de perto.
-Josh: estou ansioso, queria estar com você na gravidez do Lipe. Eu posso estar muito emocionado mas... qual nomes você gosta?
-Any: você não é emocionado, imagina se não tivéssemos conversado sobre isso antes do Lipe, ele não teria nome.
-Josh: pensando por esse lado...
-Any: agora eu vou colocar o meu outro bebê pra dormir, vamos- desliguei a TV e subimos- eu quero que durma, você precisa dormir.
-Josh: tenho medo...
-Any: medo do que? Conte suas inseguranças.
-Josh: tenho medo de você não estar aqui quando eu acordar...
-Any: eu prometo que vou estar aqui- pego a mão dele- olha você está me tocando eu estou aqui e eu vou estar sempre aqui, nós vamos dormir agarrados e acordaremos assim, eu estou aqui e você também está.
Ele me abraçou e passou a noite assim...
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Injustice
RomanceUm assassinato Uma mulher inocente Uma estadia sofrida Uma coisa boa nisso tudo Any Gabrielly era apenas uma mulher e de uma hora pra outra era uma assassina. Sua família não tinha noção de onde ela podia estar, ela estava bem por um motivo, seu...