"oi pequena..."

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  Any Gabrielly Pov

Respiro fundo e saio do quarto recebendo alguns olhares, tinha algumas crianças tanto no chão quanto no colo das mães, conforme eu ia andando mais olhares caiam sobre mim, uns de curiosidade e outros de desdém, eu devo estar vermelha de vergonha, todos me olhando, só queria um buraco pra me enterrar.

Chego no refeitório e vou pra fila pra pegar o café da manhã, não tem muita opção mas está com a cara boa, foi um pouco difícil pegar porque estava com Lipe no colo. Peguei um pão de forma com manteiga e um suco vermelho que não sei do que é, groselha? Morango? Não sei.

O refeitório logo fecha, temos um tempo pra comer. Levanto pra levar o prato no lugar que tem levar e decido dar uma volta pra passar o tempo. As pessoas me olham estranhamente, deve ser porque sou nova aqui depois elas se acostumem comigo.

Ando pelos corredores, vou até as máquinas de lavar roupas, passo do lado onde tem crianças brincando, na brinquedoteca, umas engatinhando, dando os primeiros passinhos, não pude deixar de sorrir e receber olhares mortais das mães, tiro rápido o sorriso no rosto e vou pro quarto colocar Felipe na cama.

Não demorou muito pra chamarem pro almoço, tive que tirar meu pequeno da cama, ele ainda estava dormindo, peguei uma manta pra cobrir ele porque está chovendo e sai pra pegar o almoço.

Macarrão sem molho, arroz, feijão e salada de tomate com alface, o suco era o mesmo do café, a comida é boa pena que as cozinheiras são mau humoradas, sempre falo bom dia ou qualquer outra coisa e elas nem falam nada. Sento com Lipe na mesa sozinha, e como com calma, também porque tenho só um braço pra comer.

[...]

Saio do quarto pra ir andar com Lipe por ai e ir na brinquedoteca pra ele ver as crianças.

Chego lá e me sento num banquinho que presumo ser para crianças, ele ficou animado, com os olhinhos azuis abertos, uma linda menininha vem engatinhando até mim.

-bebê: neném.

-Any: oi pequena- ela se levanta apoiando no meu joelho- olha filho ela sabe ficar em pé e olha como ela é linda- ele sorri- voc...- alguém interrompe.

-Mulher: filha não pode ficar perto de pessoas assim- ela pega e menininha e sai.

Vida que segue...

Continuei ali mesmo com isso me intrigando, eu queria muito sair dali mas Lipe estava feliz e eu não me abalaria por isso.

Felipe começou a chorar, não é fome, ele mamou agora pouco, estranho, pego ele e vou pro quarto ver o que faço. Pode ser cólica, ele não quer mama, vou ficar ele no colo um tempo.

...

Ele ainda está resmungando, eu ainda estou no quarto, não quis sair pra janta, estou sem fome e ele está chorando um pouco ainda, decido dar um banho bem quentinho nele... mas ele continua se contorcendo, é cólica, será que posso ir pedir um remédio? É isso que vou fazer.

Saio do quarto e já não tem mais ninguém nos corredores, vou até o telefone, eu não queria pedir coisa no meu segundo dia aqui mas é pelo meu filho então vale.

                       Chamada on

Alguém: do que precisa?

Me: meu filho está com dor, cólica, precisava de um remédio.

Alguém: ok daqui um tempo nós levamos, espere no refeitório.

Me: obrigada.

                     Chamada off

Só tem algumas luzes acesas o que dá um pouco de medo, ele se aconchegou no meu colo de um jeito desconfortável pra mim e dormiu. Pelo relógio do refeitório vi que marcava 10:55pm.

Eu esperei, esperei, esperei e esperei e nada, Felipe já está bem mas e se atacar de novo eu tenho o remédio... até que enfim, 00:05pm uma policial veio com o remédio e uma ficha pra eu assinar, quando você pede algo tente assinar pra provar que recebeu.

Como ele já estava bem eu só coloquei ele na cama e fui dormir...

No meio da noite ele acordou chorando, dei o remédio e depois de um tempo fez efeito...

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