Um laço mais forte que o sangue

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P.V Naruto


Eu estava no primeiro tempo de aula e já havia recebido xingamentos do grupinho dos escrotos. Agora mesmo por exemplo, Kiba jogava bolinhas de papel em mim enquanto o professor estava de costas escrevendo no quadro.

Eu pensei que com Sasuke internado esses babacas me deixariam em paz, mas havia me enganado. Na verdade, sem Sasuke eles pareciam ainda mais cruéis e detestáveis. Eu nem sabia que isso era possível.

Bem, pelo menos eu não precisava aguentar o Uchiha ao meu lado fazendo piadinhas insensíveis.

— Bom pessoal, vocês estão dispensados, podem ir. — comunicou o professor assim que o sinal tocou.

Guardei as minhas coisas o mais rápido que consegui e disparei para o banheiro masculino, esperando escapar daqueles adolescentes demoníacos.

Me dirigi até a pia, ligando a torneira e jogando uma água no rosto para dispersar o sono e cansaço por ter lutado a noite toda contra um fantasma vagante junto à Kakashi. Suspirei. Como eu odiava esse "dom".

— Fugindo das "Sasuquetes"? — Uma voz profunda veio detrás de mim e me virei, olhando para um garoto ruivo de pele alva. O encarei buscando saber se o mesmo era uma ameaça. — Fique tranquilo, eu os odeio tanto quanto você. A propósito, eu sou o Gaara. — se apresentou oferecendo a mão para comprimento. Recusei as cordialidades.

— Você não é o Irmão da Temari e do Kankuro? — perguntei desconfiado.

— Preferia não ser, são dois idiotas babacas. — Falou botando as mãos no bolso e chutando o ladrilho do chão. — Olha, eu soube do que eles andam fazendo com você e só queria que soubesse que não aprovo. Cheguei na cidade essa semana aliás. Para controlar o temperamento deles. — Explicou. Nos encaramos por alguns segundos antes de Gaara dizer um tchau e sair pela porta do banheiro. Respirei aliviado, ele não tinha más intenções. Por enquanto.

O resto do almoço eu passei me escondendo no banheiro masculino ou no vestiário, já que eu evitava o telhado desde o acidente. Às vezes, se eu fechasse os olhos, eu conseguia sentir o vento açoitando minhas roupas, soprando em meu rosto. Conseguia ver o chão abaixo de mim e se eu me esforçasse um pouco mais, também consiguia sentir a sensação de paz que me dominou quando eu estava prestes a pular. Havia anos que eu não me sentia daquele jeito.

Eu estava prestes a me matar, mas nunca havia me sentido tão vivo.

Não vou mentir, gostaria de voltar ao telhado e pular de vez, acabar com todo esse tormento, não carregar mais esse dom, esse fardo. Mas a mesma voz que me disse que aquela era a hora certa agora me dizia para ser paciente, aguardar. E de uma coisa Sasuke estava certo: ainda havia uma pessoa que me amava e que não podia deixar sozinho.

Por enquanto, eu teria de viver, mesmo que isso me matasse.

×××××{∆}×××××

As aulas já haviam terminado e eu já estava no portão de entrada quando o grupo finalmente me alcançou.

— Ora Ora, o que temos aqui? — Kankuro passou um braço por cima de meus ombros e me envolveu em um aperto agressivo.

— Você não se importa de acompanharmos você, não é Naruto? — Kiba falou, ficando ao lado contrário de Kankuro e me envolvendo em um aperto também. Comecei a ficar ansioso. — Afinal, essas ruas podem ser perigosas, tem muita gente mal intencionada.

Tentei me livrar do aperto dos dois, mais ambos seguraram com força e riram ironicamente.

— Calma parceiro, estamos te fazendo companhia. — Neji se pronunciou. — Você parece ser muito solitário.

Ghost - SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora