P.V Sasuke
Meu dia já não começara bem, e a julgar pela maneira que terminou, ouso dizer que preferia ter morrido na queda do telhado.
O começo da rachadura do titanic foi quando Itachi chegou bêbado pela manhã, me contando tudo o que aconteceu em seu fatídico encontro com Shisui, deixando bem claro o quanto sofreu a cada segundo. meu coração murchou ao ver duas pessoas que se amavam tendo de ficar longe por diversos contratempos e dificuldades causados por quem deveria querer o bem do filho.
Depois, passamos a tarde trancados no quarto comendo e rindo de coisas idiotas e ignorando os milhões de problemas que nos cercavam como tubarões, até que o megalodonte chegou e mordeu o casco do meu titanic mental.
Fukagu estava estressado, agitado, quando arrastou meu irmão de meu quarto e o levou até seu escritório no andar de baixo.
Mal ouvi a porta bater antes de me trocar e correr para fora de casa, tentado a todo custo fugir dos gritos de Itachi, do pai abusivo, da mãe omissa, da dor que me dilacerava a cada grito dele e a cada vez que eu fugia ao em vez de ficar e limpar seus machucados, como ele sempre fez comigo. E por mais que ele me dissesse que preferia assim, que não queria que eu o visse tão destroçado, eu me odiava por cada passo que eu dava para longe da violação que era feita em sua mente, coração, alma e corpo.
eu era um péssimo irmão.
Mas, mesmo essa constatação não me fazia voltar, não me fazia parar. havia algo sobre os gritos, algo sobre esse som agonizante que me desconcertava, me desconstruia de tal forma que minha mente não conseguia assimilar nada além daquele som. era uma espécie de inferno sonoro.
Eu não queria ficar sozinho, mas não podia ligar para meus amigos. Nenhum deles entenderiam ou me ouviriam, nenhum deles saberia o que dizer ou que fazer ou como agir. No fim, eu teria que fingir sorrir e ser alguém legal e cruel só para não ter que explicar nada a ninguém. As vezes, isso me sufocava, não poder dividir isso com alguém, o que eu realmente sentia com relação a...absolutamente tudo.
Muitas coisas das quais eu sentia eram deixadas de fora propositalmente dos desabafos com meu irmão. ele já se preocupava tanto com tudo relacionado a mim...
Então por hoje, eu tinha me permitido procurá-lo, aquele loiro de olhos azuis que um dia havia sido tudo...Mas que hoje era apenas mais uma pessoa a qual minha vida havia tocado, e a qual tocara de volta.
E talvez eu devesse ter desistido após a primeira vez em que ele desligou na minha cara, ido para qualquer outro lugar para afogar minhas mágoas, mas sua voz...Mesmo longe eu sabia que havia algo errado.
Então eu fui até ele. E quando Naruto abriu a porta, os cabelos alaranjados por algum motivo, o olhar morto e as feições cuidadosamente trabalhadas para esconder o que quer que ele estivesse sentindo, me senti em uma espécie de deja vú. Eu queria chorar e gritar e me desmanchar bem ali na sua frente. Mas eu não o fiz. Mas eu fui forte.
Só não fui forte o bastante quando estive frente a frente com aquele demônio. Não com mais uma prova do quanto minha vida havia mudado para muito, muito pior. Definitivamente eu poderia descreve-la como Titanic.
Mas acho que o maior iceberg, foi rever Sakura. Com poderes ainda por cima!
Havia seis anos desde a última vez em que a vi. Seus pais haviam se divorciado e sua mãe a levou para outra cidade e nunca mais voltou. nosso trio inseparável havia se dissolvido completamente.
Mas aqui estávamos novamente: Sakura Haruno desmaiada no chão, eu, Sasuke Uchiha, mais confuso do que animal vendo a própria sombra e Naruto Uzumaki com os braços sangrando pelo tecido do casaco.
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Ghost - Sasunaru
FanfictionNaruto Uzumaki não é um adolescente comum. Desde cedo ele carrega o grande fardo de se comunicar com os mortos e aguentar todo o sofrimento que esse dom lhe causa, o tornando um garoto triste e solitária, e se não bastasse ter que lutar contra demôn...