P.V. Sasuke
A casa de Naruto estava completamente escura e quase se misturava na noite se não fosse por suas paredes laranjas. As janelas estavam fechadas, e cortinas brancas balançavam suavemente por detrás delas, me impedindo de ver a casa por dentro. Me escondi atrás da cerca do vizinho da frente e aguardei para ver se alguém chegaria em casa.Não importa quanto tempo terei que ficar aqui, eu não sairei até ver o uzumaki!
Enquanto vigiava a casa como um cão de guarda me perguntei o que teria acontecido ao loiro. Será que ele tinha ido viajar? Não, Naruto não é do tipo que viajava no meio do ano letivo. Será que algum familiar passou mal? Ou pior, será que...será que o Uzumaki havia.....
Não tive tempo de completar o raciocínio, pois um carro preto estacionou em frente a casa e de lá saiu um homem alto com um chapéu vermelho e branco e um manto das mesmas cores. Ele se virou, trancando o automóvel e pude ver seu rosto melhor: Cabelos brancos, máscara preta na metade do rosto e uma espécie de bandana cobrindo o olho esquerdo. Reparei que o mesmo carregava a mesma máscara esquisita nas mãos e franzi a testa. O que diabos aquela máscara significava?
Ele entrou na casa e eu o observei abrindo as janelas do andar debaixo uma por uma enquanto ele gritava um “Naruto, cheguei!”.
Ah, ele estava em casa.
Soltei o ar aliviado. Pelo menos esse idiota não tinha pulado de outro prédio.
Atravessei a rua sorrateiramente, pulando a cerca branca com a tintura descascando e pisei no gramado mal cuidado, me dirigindo à varanda e espiando pela janela.
O homem que supus ser o pai de Naruto jogou as chaves, o manto, chapéu e máscara em cima da mesinha de centro da sala e se sentou no sofá em um baque ruidoso, levando as mãos ás têmporas e massageando a região. Após alguns minutos o homem se deixou cair no sofá, soltando um suspiro cansado e olhando para o teto. Ele não parecia um assassino de aluguel como meus amigos haviam falado.
Continuei observando ele esperando que Naruto aparecesse, mas isso não aconteceu. O homem se levantou devagar deixando seus pertences ali mesmo e indo até a escada, subindo-a lentamente e com as costas curvadas.
Olhei para os lados procurando algo em que subir pelo lado de fora da casa, e encontrei um emaranhado de vinhas ao redor de uma viga de madeira da varanda. Subi pela mesma com o máximo de cuidado que consegui para não cair, mas ao chegar ao topo quase perdi o equilíbrio.
Deitado em sua cama e olhando bem em minha direção estava Naruto Uzumaki, a pessoa pela qual andei caçando para acertar algumas “contas”.
Uma desculpa esfarrapada já estava se formando em minha língua quando percebi que o loiro não estava de fato me vendo. Seus olhos encaravam fixamente a janela, mas pareciam estar em outro lugar, totalmente fora da realidade. Seus olhos azuis pareciam perdidos e desbotados, sua boca estava entreaberta e o único movimento que eu podia distinguir era o sobe e desce de seu abdômen por debaixo do lençol laranja que o cobria. O que aconteceu com ele?
Me escondi ao lado da janela ao ouvir passos vindo do corredor. A porta se abriu com um pequeno rangido e vi o pai de Naruto se escorar na porta e olhar para o filho tristemente. Ele passou algum tempo ali parado, só olhando para o loiro em busca de alguma reação, algum sinal de que o filho sabia que estava ali e quando não obteve tal reconhecimento, resolveu se pronunciar.
— Jiraya perguntou por você hoje. — Começou ele, dando alguns passos para dentro do quarto. — Ele disse que se você não aparecer na próxima semana ele virá aqui e te baterá com o pergaminho do sapo. — O homem se esforçava para manter a voz brincalhona, mas estava na cara que estava preocupado.
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Ghost - Sasunaru
Fiksi PenggemarNaruto Uzumaki não é um adolescente comum. Desde cedo ele carrega o grande fardo de se comunicar com os mortos e aguentar todo o sofrimento que esse dom lhe causa, o tornando um garoto triste e solitária, e se não bastasse ter que lutar contra demôn...