Uma pequena mentira

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P.v Naruto


Quando eu era pequeno, o teto do meu quarto era repleto de estrelas que brilhavam no escuro. Meus pais botavam cada uma delas enquanto dávamos um nome. Eu sempre ria quando meu pai botava um nome engraçado em determinada estrela e minha mãe falava que ele não batia bem da cabeça e por isso teve que vigiar a lista de nomes que meu pai havia feito para mim.

Naquela época, o sol havia recebido o nome de Naruto, porque eles me consideravam um pequeno sol ambulante e falaram que lua deveria ter o nome da pessoa que eu mais gostava no mundo inteiro, meu melhor amigo ou algo mais. Lembro que eu havia dado um nome a ela, mas agora esse nome fora esquecido debaixo de todas essas lembranças que se tornaram dolorosas para mim.

Atualmente, a maioria das estrelas já haviam perdido sua cola e caído do teto e as que restaram já haviam perdido seu brilho. Apenas o sol e a lua continuavam a brilhar.

As pesadas cortinas de meu quarto estavam fechadas, impedindo da luz passar. Eu encarava o sol e a lua em meu teto e tentava me lembrar qual nome eu havia dado mas tudo era um breu.

Suspirei pesadamente e olhei para o meu relógio. Ele marcava três horas da tarde e xinguei baixinho. Havia perdido um dia de aula.

Será que fazia mal continuar aqui mais um pouco? Eu já havia perdido a aula de todo modo, do que adianta levantar não é mesmo?

Me aconcheguei mais no meio dos travesseiros e fechei os olhos. Meu rosto ainda estava inchado e doía por conta dos socos de Sasuke, mas meu corpo já trabalhava para cura-los, então não me preocupei em fazer nenhum curativo, apenas em aplicar uma pomada comum.

Um feixe de luz entrou pela porta quando ela foi aberta parcialmente e minutos depois uma bola de pelos laranja pulou em cima de mim, lambendo meu rosto.

— Kyuubi! — Falei tentando parecer bravo, mas a pequena raposa de nove caudas era fofa demais para isso e acabei sorrindo frouxo.

Segurei o pequeno animal em minhas mãos e me sentei, a repousando em meu colo e fazendo carinho em sua cabeça. Ela ronronou alto e se aconchegou mais em meu colo.

— Ah, que bom que está acordado! acabei de esquentar o almoço. — Falou Kakashi, abrindo mais a porta e sorrindo para mim.

Olhei para ele confuso. A essa hora o Hatake deveria estar na anbu.

— Você não deveria estar trabalhando? — Perguntei enquanto me levantava com Kyuubi no colo e me dirigia até o banheiro do quarto para escovar os dentes.

Peguei a escova laranja que estava no recipiente e deixei a raposa em cima do vaso para pegar a pasta de dentes com a outra mão. Ouvi os passos de Kakashi se aproximarem e logo o vi abrir as cortinas.

— São três horas da tarde e esse quarto está parecendo um covil. Virou vampiro? — Reclamou ele.

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— Hm? Que? — Falei com a escova na boca e me virando para ele, me esquecendo completamente de meus hematomas pelo rosto.

Kakashi olhou para mim assustado e arregalou o olho.

— O que houve com o seu rosto? — Perguntou, dando a volta na cama e indo até o banheiro. Ele segurou meu rosto com uma mão e o virou de um lado para o outro, avaliando o estrago. — Não foi o Ceifeiro. — Não era uma pergunta.

Eu sabia que não podia esconder eles por muito tempo, que não adiantava. Mas, mesmo assim, esperava que eu pudesse pelo menos esconder por tempo suficiente dele se curar um pouco mais, parecer inofensivo para que Kakashi não ficasse preocupado desse jeito.

Ghost - SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora