A verdade sempre vem a tona

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P.V. Naruto

Após Sakura e Sasuke saírem de minha casa, corri para reconstruir todas as barreiras de proteções mágicas que destruí para que eles pudessem entrar, o medo de que Kakashi chegasse em meu encalço.

De acordo com o Hatake, era necessário sua presença em um exorcismo Rank S fora da cidade e provavelmente ficaria ausente até amanhã de manhã, porém as inúmeras ligações registradas em meu celular ou significam que ele estava voltando antes do horário, ou então ele voltaria exatamente por eu não o tê-lo atendido.

De qualquer forma, eu tinha que apagar todo e qualquer vestígio de que estranhos entraram em nossa casa. Fora fácil até, e quando terminei me deitei em minha cama - ainda quente pelos corpos que estavam deitados ali a pouco tempo -, e passei e refletir sobre os últimos acontecimentos.

Rever Sakura sem dúvidas foi um baque, um choque enorme. Na verdade, eu mal pensara nela depois da morte de meus pais. Era como se todas as memórias que eu tinha com minha antiga amiga tivessem sumido em algum canto em minha mente e só voltaram após ver seu rosto naquele beco escuro e fedorento. Foi como um clique e bum! Todos os nossos momentos voltaram. E quando voltaram, a saudade foi tão esmagadora que eu mal conseguia falar.

Eu não conseguia explicar o sentimento de olhar para a Haruno em minha cama, viva, inteira e bem. Mas por outro lado, estava preocupado com ela. Aquela cicatriz, aquela história...eu sabia que era apenas a ponta do iceberg, e o fundo era o real motivo para que ela voltasse. Seja qual for a missão de Sakura, eu a apoiarei e a protegerei. Foi o que sempre fizemos um com o outro.

Porém, algo que realmente me impactou foi saber que Sakura e Sasuke se conheciam. Pior, não só se conheciam, como eram grandes amigos, pela forma como o Uchiha parecia magoado e ao mesmo tempo feliz com minha amiga. Tive vontade de perguntar na hora sobre isso e sobre o que a rosada quis dizer sobre eu e o moreno brigarmos, mas não era hora para questionamentos.

Ouvi a porta da sala abrir e me lembrei de que ainda estava com as roupas sujas da luta contra o demônio. Me levantei em um pulo e corri até meu armário, pegando um conjunto de moletom qualquer e indo até o banheiro tomar um banho rápido para limpar o cheiro de inferno que entrava impregnado em mim. Quando saí, dei de cara com um Kakashi muito, muito bravo.

— Você tem telefone para que?! — Questionou ele apontando o próprio aparelho enquanto me encarava em pé na ponta de minha cama. — Eu te liguei mais de quinze vezes Naruto, já pensou se fosse algo muito grave?

O olhei culpado. Eu sabia o quão preocupado comigo o Hatake era, principalmente quando tinha de sair por um longo período.

— Me desculpe, eu acabei desligando o celular para não ter que atender uma pessoa e acabei pegando no sono. Acordei quase agora na verdade. — Menti, sabendo que Kakashi nunca poderia saber dos dons de Sasuke e muito menos que uma bruxa frequentou nossa casa.

Ele suspirou cansado e sentou em minha cama, esfregando os olhos e retirando a bandana.

— Eu liguei para saber se você queria que eu levasse algo para a Kyuubi. — Disse, a voz cansada enquanto me entregava uma sacola branca. Eu a abri e logo avistei uma pequena colheira azul com um pingente redondo escrito Kyuubi. — Quando não atendeu eu pensei que havia acontecido algo com você e vim teletransportando até aqui, onde pude sentir sua presença dentro de casa.

Segurei o fôlego. Teletransportes eram complicados e não iam muito longe quando realizados por humanos. Kakashi provavelmente teve de fazer isso várias e várias vezes até chegar aqui.

— Me desculpe. — Repeti, realmente me sentindo culpado.

— Só atenda o celular, ok? — Falou fazendo um gesto de dispensa com a mão e seguindo para o próprio quarto.

Ghost - SasunaruOnde histórias criam vida. Descubra agora