•She•

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    Encaro o relógio na parede e esboço um sorriso feliz para a terapeuta, ela anota mais alguma coisa no seu bloquinho. Em seguida me olha por cima dos óculos.

—Nos últimos 20 dias você  não se queixou ou reclamou de nada, Allegra. Não é bom guardar as emoções pra si.

—Fora as insônias, eu estou bem.— respondo estalando os dedos, o que a faz lançar outro olhar sobre os óculos.

—Quer falar sobre isso?

—Oh não, eu estou bem.— sorrio um pouco.— Poderia prescrever algo mais forte, doutora?

—Allegra, eu não posso prescrever algo mais forte, tente praticar exercícios fisicos. Irmã Carmem diz que você fica o dia todo no quarto.— a doutora coloca o bloquinho sobre o braço da poltrona.

—Esta bem, doutora.— dou outro sorriso—Posso sair agora?

—Até a próxima consulta, Allegra. Lembre de tomar os medicamentos nós horários certos.

    Pego minha mochila e saio do consultório, do lado de fora, Ir Carmem me esperava.

—Vamos, depois do almoço arrume suas coisas. Conseguiram sua guarda.— a Irmã segue ao meu lado para o estacionamento.

—Minha Guarda? Tão rápido assim?

—Agradeça à Deus, Allegra. Geralmente adolescentes da sua idade são difíceis de encontrar um lar, são inúmeros casos em que adolescentes acima de 15 anos ficam no orfanato até atingir a maioridade. — Irmã Carmem sorrir docemente.

—Mas não tem nem dois meses que estou aqui.

— Allegra, são dois meses e 3 dias, querida.

—Tanto tempo assim?— Franzo a testa confusa.

—Voce passa muito tempo trancada naquele quarto.

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    Engulo mais três aspirinas, o termômetro marcava 38,9 C° graus. O gosto enjoativo das aspirinas pareciam impregnada na minha língua, é quando me lembro que esqueci de tomar os antidepressivos. Meu corpo reclama ao esticar o braço e pescar de dentro das gavetas as duas caixas de remédio, tiro as duas cápsula de cada caixa e engulo. Sorvo a agua do copo em cima da mesa de cabeceira, por causa das mãos trêmulas derrubo um pouco do líquido no lençol puído.

    O copo escorrega de minhas mãos e se espatifa nos ladrilhos frios do piso, me levanto da  cama com dificuldade pra limpar a bagunça. Quando a primeira pontada de dor parece atravessar meu coração, puxo o ar pela boca aberta. Dou um passo, o quarto perde o foco por alguns momentos e depois gira ao meu redor como em um carrossel.

    A porta é aberta de supetão.

    HongJoong sorrir.

    Deve ser um sonho, ou um efeito colateral causada por remédios para dormir.

—HongJoong...

Vim buscar você....—  ele diminui a distância entre nós.

—Deve ser um sonho mesmo...— outra pontada de dor me faz puxar o ar.— ...só e-em sonhos v-você m-me e-encontraria.

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☀️Miss. Sunshine🌻 • HongJoongOnde histórias criam vida. Descubra agora