•She•

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    Os dias que se seguiram resumiram-se em avaliações do fim do semestre e esperar HongJoong no fim das aulas para irmos juntos ver sua avó, era uma rotina boa. Continuo a levar bolinhos pra ele, pois soube pela sua avó, que o mesmo tem mau hábito de sair sem tomar seu desjejum.

    Finalmente o último dia da semana chegou e, com ele o calor. Na saída do Colégio, HongJoong me convidou  para tomar um sorvete no parque, e como não tenho dinheiro, ele pagou uma casquinha pra mim. Estamos à quase 30 minutos, sentados na grama esperando a preguiça que se apossou do corpo de HongJoong passar.

   HongJoong debruça preguiçosamente no gramado, tendo meu colo como travesseiro. Ele parecia um gatinho dorminhoco. Acaricio seu couro cabeludo com a ponta dos dedos, iniciando um cafuné, bagunçado tufos de seu cabelo cor de mel. Era agradável o olhar cochilar em meu colo, tudo nele era intenso: desde o cabelo mullet, a quantidade de piercings em suas orelhas, ou talvez os anéis em seus dedos; tudo em HongJoong cheirava à uma excitante rebeldia. Eu amava isso. Amava tudo o que ele representava, a forma  como ele agia quando achava que eu não estava olhando. HongJoong abre os olhos,  e meu coração dá um maldito salto no peito quando sou flagrada o encarando.

—Perdeu alguma coisa na minha cara, Allie-tapada?

—Eu só....tava....aish....eu....—afasto as mãos do seu cabelo.

—Você o que? — HongJoong arqueia a sobrancelha.

—Eu...não estava te encarando.— desvio os  olhos para longe.

—Estava fazendo o que, me olhando com esses olhos de corujinha?

—Eu....eu...eu....— droga, porque não consigo falar?

— Você?— sinto seu olhar sobre mim, o que faz meu rosto aquecer involuntariamente.‍

  Seus olhos se prendem aos meus com tanta intensidade, o que faz todas as celulas do meu corpo reagirem em respostas. Limpo o suor das minha mãos úmidas na saia do unimorme do colégio, em uma tentativa falha de diminuir o nervosismo em meu corpo.  O meu peito estava tão agitado, como se meu coração mal cabesse dentro dele, e de fato não cabia. Pertencia a ele.  Umideço os lábios com a língua e o mordo, os olhos de HongJoong desprendem-se dos meus e deslizam de forma preguiçoso até meus lábios.  Ele sorrir,  o que provoca  outra avalanche enorme de sentimentos dentro de mim. Minha barriga revira-se por dentro,  não eram mais borboletas, mas sim uma centenas de pégasus.

      Engulo o nó doloroso formado em minha garganta e respiro fundo, eu prescisava falar o que sentia, prescisava contar a ele o  quanto me afetava. Presciso dizer que o amo.

—HongJoong..eu...—  minha voz soa mais estridente que o normal, volto esfregar minhas mão suada contra o tecido grosso da saia.

—Você está bem? Está parecendo um tomatinho.— Ele volta seus olhos para os meus, o que provoca outra fisgada em meu ventre .— Allie, eu estava....

EU TÔ APAIXONADA POR VOCÊ! — finalmente falo aos berros.

    ‍‍‍O rosto de HongJoong adquire um leve tom rosado, espero uma possível zombaria ou um "você pode está brincando, não é, Allie-tapada?"  ou um "Não seja ridícula!".  As mãos de HongJoong tateiam meus braços,  me puxando em seguida contra seu corpo. Seu toque é frio contra minha pele quase febril, o que ocasiona um pequeno e agradável choque térmico. Enfio o rosto em seu peito quando seus braços envolve  meu corpo em um abraço desajeitado, meu coração bate tão alto que por um momento achei que HongJoong o escutaria. Espalmo a mão contra seu peito, o que percebo me deixa tonta de felicidade: o coração dele batia no mesmo ritmo e frequência que o meu. O  perfume cítrico que saía de suas  roupas tinha um leve toque de sândalo misturado com suor, e naquele momento eu sabia, assim como a primeira vez que o aspirei, que era o meu cheiro favorito.

    HongJoong se afasta de mim da mesma forma com que me abraçou: de repente. Ele deposita um beijo sobre meus cabelos para em seguida ficar de pé.

—É melhor irmos, Allie-boboca. —Ele ofereçe a mão, a qual aceito de imediato.— Vou te deixar em casa.

   Me ergo com pernas trêmulas, e de mãos dadas caminhamos na direção que nos levaria as ruas do subúrbio que eu morava.

  HongJoong sempre será meu enigma favorito.

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  ‍‍Uma lufada de vento bagunça meus cabelos, afasto com a mão esquerda alguns cachos irritantes que teimavam a entrar em meus olhos.

  A frente, os portões da propriedade da matriarca dos Kim's se torna visível, mostrava um mundo totalmente diferente do meu. Caminho em meio as ruas calmas e de casas com jardins bem cuidadas, prometi a senhora Kim que ela experimentaria algo da minha terra, foi bem difícil encontrar alguns ingredientes, mas enfim eu consegui. A cesta estava um pouco pesada, mas era suportável.

   Nos portões da vila da sra. Kim Yeri, me identifico e,  como já era uma assidua visitante, eles permitem minha entrada.

   Sigo o caminho de pedras que me levaria ate o Jardim, Vovó Kim ao me ver, me puxa para um de seus abraços casa e sorrir amorosamente.

— Eu sempre me sinto melhor quando te vejo, menina Allie.— ela deposita um beijo estalado em minhas bochechas.— O que a traz em pleno Domingo? Era pra estar dormindoo ainda, querida!

—Trouxe uns salgados bem brasileiros pra minha halmeoni Kim experimentar.— coloco a cesta sobre a mesa de café.

— Sente-se e tome o desjejum comigo.— vovó Kim pega a cesta.— Por que não leva alguns pro meu neto? Ele está na sala jogando video game com o filho caçula dos Songs.

— HongJoong... Está aqui?— meu peito dá um salto.

— Claro, meu Anjo.— sra.Kim separa alguns salgados em uma tigela.—Aqueles moleques não vão sair de frente da Tv tão cedo.

    Aceno uma afirmação e pego a tigela, adentro entro no interior da casa. Se por fora o casarão era enorme, por dentro parecia ser maior ainda, com paredes em tons pasteis e harmoniosas, a casa mantinha uma decoração tradicional coreana mas com certos traços modernos.

    Encontro-os na sala de jogos, em frente a uma Tv enorme que me deixou surpresa com o seu tamanho, ocupava toda a parede à frente. HongJoong estava sentado em uma poltrona de costas para a entrada,  na poltrona ao lado dele  um garoto alto de cabelos negros olhava vidrado para a Tv.

—Eu sei MinGi... — a voz de HongJoong chega aos meus ouvidos, ele soava irritado com algo.

— Eu não entendo, hyung. — o garoto moreno tinha uma voz de  martelo de Thor, se esse pudesse falar.

—Não posso gostar de uma Estrangeira....—  HongJoong bufa frustado,— ...eu

       A tigela escorrega das minhas mãos suadas e se espatifa no assoalho de madeira, e assim como a tigela quebrada, meu coração também se partiu. Achei que HongJoong fosse diferente da Sook e seus seguidores, eu realmente cheguei a acreditar que ele gostasse um pouquinho de mim.  O  barulho da tigela quebrada faz os dois olhar em minha direção, a expressão confusa no rosto de HongJoong ao me ver ali só serviu para me machucar ainda mais. Eu não deveria estar ali.

—D-Desculpa....prometo pagar a tigela de sua avó... — minha voz soa estridente demais, engulo o nó doloroso formado na garganta.

—Allie, não é isso que entendeu.— HongJoong levanta da poltrona e caminha na minha direção.

— Está tudo bem....— sussurro.

    Corro em direção à saída do casarão e teria chegado ao jardim, se o celular em meu bolso não tivesso tocado e com os olhos marejados, as lágrimas teimavam em cair, atendo a ligação.

—Senhorita Allegra? — reconheço a voz da enfermeira da minha avozinha. — Eu sinto muito....
    O celular escorrega de minhas mãos e cai nos degraus de pedra, não tenho tempo de pegar o aparelho, continuo a corrida desenfreada em direção aos portões da vila da matriarca dos Kim's.

    Prescisava voltar pra casa.

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☀️Miss. Sunshine🌻 • HongJoongOnde histórias criam vida. Descubra agora