Vago pelo corredor daquele orfanato na esperança de esbarrar com Allie, até que ouço o barulho de algo se espatifando no interior do quarto em frente. Olho as letras na porta de madeira escrito em papel sufite azul e sorrio: Allegra.
Toco a maçaneta e giro, a umidade na minha mão esquerda torna o processo difícil e escorregadio, esfrego a mão no meu jeans escuro. E volto a girar a maçaneta, empurro a porta.
Allie estava curvada, tentando pegar os cacos de vidro de o que antes deveria ser um copo. O meu coração dá um salto mortal quando ela me encara, aqueles olhos enormes que me perseguiram em meus sonhos estavam ali, a poucos metros de mim.
—HongJoong...— ela sussurra com olhos arregalados, em seus labios um sorriso doce.
—Vim buscar você...— engulo em seco e me aproximo dela.
—Deve ser um sonho mesmo...— Allie franze o cenho e se curva.— ...só e-em sonhos v-você m-me e-encontraria.
Diminuo a distância entre nós e a puxo pelos ombros contra meu corpo, ao sentir a pele de seus ombros entre meus dedos percebo que há algo errado: ela estava febril.
—Allie...— murmuro contra seus cabelos, os braços trêmulos dela rodeiam meu tórax e aperta.—....você está queimando em febre.
—Meu peito d-doi....
Aperto-a ainda mais em meus braços, vasculho com o olhar o quarto em que ela dormiu nos ultimos dois meses, é quando vejo as aspirinas e a cartela de remedios para dormir em cima da mesa de cabeceira.
—Diz pra mim que não tomou todos esses remedios, Allegra.— afasto um pouco seu corpo, para assim olhar seus olhos.
—....d-desculpa.— Allie murmura baixo enquanto batia com o punho fechado contra o proprio peito.—...esqueci d-de tomar...e-eu pensei q-que....
—Porra Allie!— minha voz soa mais alta do que pretendia, Allie cambaleia pra trás. —...o que você fez?
—Eu...vou....morrer....— era uma afirmação que me tirou do topor, eu não podia perder logo depois de a ter encontrado.
—Vou chamar alguém....fica quietinha aí.
Corro em direção a o corredor, enxugo uma lagrima que teimava em sair, as paredes pareciam cada vez mais estreita e o corredor cada vez mais longo.
Eu tinha que salvá-la.
Eu prescisava.
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Demorei muito tempo tentando explicar a Madre Superiora o que estava acontecendo, e graças ao Lee Donghun contratado por minha halmeoni pra nos acompanhar até o orfanato— já que o mesmo era fluente na língua portuguesa —, consegui explicar a situação e pedir ajuda.
Mas era tarde.
Quando voltamos ao quarto de Allie, ela estava tendo convulsões. Tive tempo o suficiente pra ver o brilho de seus olhos se apagando, tempo o suficiente de vê-la morrendo. Quando os paramédicos entraram no quarto, eu aplicava massagem cardíaca em seu peito. Minhas lágrimas transformou seu rosto e tudo ao meu redor em vultos embaçados e sem forma, braços me tiraram de perto dela, os braços de minha halmeoni me envolve em um abraço quente e seguro, me permito chorar. Ouço apenas vozes de comando dos paramédico e, logo em seguida o barulho do choque do desfibrilador contra o peito de Allie.
Uma...
Duas...
Três vezes.
Depois vem o silêncio.
Um dos paramédicos diz algo pra mim, naquela língua estranha, talvez um "sinto muito".
—Ele está te parabenizando.— Donghun traduz dando leves tapinhs em minhas costas.
—Ela....— a voz de minha halmeoni soa embargada pelo choro, o que me faz levantar rosto e encarar o mais velho, eu prescisava ver se tudo ali não era mais um de meus pesadelos.
—Graças aos primeiros socorros que você estava prestando antes deles chegarem, conseguiram reanimá-la.
Deixo as lágrimas descerem por meu rosto, e acompanho com os olhos, os paramédicos levarem meu pequeno universo naquela maca.
—Vamos querido.— a voz de halmeoni soa aliviada, desvio os olhos para minha avó que enxuga meu rosto com os polegares.— Sou responsável legal de Allie apartir de hoje, temos que acompanha-la até o hospital. Ela não vai mais estar sozinha.
—Ela nunca esteve, sempre teve à mim.
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☀️Miss. Sunshine🌻 • HongJoong
Fanfiction"Onde tudo se inicia em um corredor, dois jovens e livros caído. " O corredor estava lotado de estudantes de olhos puxados que conversavam em frente de seus armários quando os vejo, de um lado a garota novata de cabelos cacheados e olhos enormes...