9-Surprises

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–Acho que as pessoas começaram a achar que você gosta de mulher.
Remus disse descontraído.

Dei mais um gole em minha cerveja.

–Não consigo me imaginar sendo namorada de nenhum de vocês.

Eles riram, pareciam concordar comigo.

–Parando para pensar você não é de se jogar fora.
Sirius disse, obviamente brincando.

–Está flertando comigo, Black?

Ele fez aquele movimento quase sedutor com as sobrancelhas.

–Não teria problema descobrir seus dotes beijoqueiros.

Todos demos gargalhadas.

Talvez aquele comprimido tivesse feito mais efeito que o esperado.

–Ok!

Fui até meu amigo e roubei um beijo do mesmo.
Ele parecia estar atuando quando colocou a mão em meu cabelo e deu um sorriso durante o beijo.

James e Lupin nos olharam boquiabertos.

–Vocês endoidaram de vez!
Remus disse ainda surpresa.

Fui até o mesmo dei um selinho.

Seus olhos estavam arregalados.

–Que beijo gay.
James comentou.

–Então me mostre como é hetero, Potter.

Não esperava que ele tivesse mesmo coragem. Como sou inocente de achar que James Potter negaria um desafio.

Ele se aproximou de mim, arrumou seu cabelo rebelde e segurou meu rosto com as duas mãos antes de levar seus lábios aos meus.

Nunca havia percebido como James era alto.

Nosso beijo foi um pouco mais intenso que eu esperava.

Quando nossos lábios se separaram ouvi Sirius bater palmas.

–Isso é o que eu chamo de um beijo hetero.
O moreno comentou.

Antes que o clima ficasse um pouco estranho Remus nos chamou para dançar.

O pub estava tão lotado que ninguém notou nossa barraca do beijo privada.

–Você atua muito bem.
Falei aos gritos para Sírius enquanto dançamos juntos.

–Com o tempo fiquei experimente.

Dei uma gargalhada.

–Quem é que está fazendo isso com você?

Conhecia Almofadinhas o suficiente para saber que ele estava encabulado com algo. Não poderia dizer que sei como ele fica quando está apaixonado, já que nunca o vi gostando de ninguém. No nosso 3° ano ele teve uma queda por Marlene, mas no fundo sempre soubemos que não era algo tão intenso. Talvez apenas um carinho, admiração.

–Já te disse que não estou afim de nenhuma garota.
Mesmo gritando ainda foi difícil ouvir sua voz no meio daquela música alta.

–Não falei que precisava ser necessariamente uma garota.

Ele parou de dançar quando terminei a frase. Me olhava surpreso.

Eu estava brincando quando disse isso, mas sua expressão me confirmou algo que eu não esperava.

Ficamos nos encarando em meio a pessoas dançando, cantando e pulando.

–Vou ao banheiro.
Ele disse por fim e saiu antes que eu tivesse tempo de responder.

Como nunca percebi isso antes?
Sirius não gosta de garotas.
Sempre esteve na minha cara, mas eu não notei antes.

Senti alguém tocando meu ombro e pulei assustada.

–Calma, sou eu.
A voz de Regulus soou nos meus ouvidos, calma e doce.

Olhei para ele e lá estava o sonserino.
Era a primeira vez que o vi sem o uniforme de hogwarts ou do quadribol.

Por algum motivo senti as mesmas borboletas que voaram no meu estômago quando estava no palco.

Ele usava uma blusa preta com mangas longas e uma calça, preta também.

–Que bom que veio!
Gritei em seu ouvido.

–Vocês arrasaram, mesmo.
O moreno falou próximo ao meu ouvido.

–Estava esperando Sirius sair para-

O resto eu não ouvi. O som da música pop alta impediu.

Peguei o pulso de Black e saí o arrastando para fora do pub no meio de vários alunos eufóricos e bêbados que derrubavam cerveja para todos os lados.

O lado de fora estava bem mais calmo, mas extremamente frio.

–Não consegui te ouvir lá dentro.
Falei quando vi seu olhar confuso.

–Lá está uma bagunça mesmo.
Ele disse.

De repente ouvi uma garrafa se quebrar.

Olhei para trás. Praticamente nas nossas costas estavam cinco homens mais velhos. Um deles tinha jogado a garrafa na cabeça do outro.

Em resposta o outro homem, que era muito barbudo, pegou seu copo e atirou o líquido.

Ia cair direto em mim, mas Regulus me puxou para o lado.

O movimento nos levou para o lado direito do pub, longe dos bêbados, que sequer nos notaram.

Senti a respiração quente do moreno cortar o vento frio que vinha até meu rosto.

Estávamos tão colados que esqueci que precisava respirar.

Quando o olhei nossos olhares se encontraram.

Antes que percebesse me aproximei de seu rosto ainda mais e o beijei.

Ok, não me julguem. Eu juro que foi o efeito do maldito êxtase que Sirius me deu. Eu não teria coragem de fazer metade das coisas que fiz nessa noite se não tivesse tomado nada.

Imediatamente meu corpo esqueceu como o local estava congelando. Tudo estava quente. Minhas mãos, minhas pernas, minha boca.

Senti a mão do garoto ir até minha cintura.
Nosso beijo foi intenso, cheio de desejo. Como se eu tivesse esperado aquilo por anos.

Por um momento tudo sumiu, até o som dos bêbados gritando uns com os outros do nosso lado, mas aí veio uma frase na minha mente.

"QUEM MERDA VOCÊ ESTÁ FAZENDO?"

Como se não bastasse ter beijado todos os meus amigos, eu estava beijando o irmão de um deles.

Recuei e Regulus me olhou confuso.

–Que foi?

–Não podemos...isso.
Precisamos voltar.

Me afastei indo em direção a porta, mas antes que eu me aproximasse o suficiente ela se abriu.

Quase inconscientemente coloquei o braço na frente de Regulus e o puxei para trás.

Olhei discretamente por trás da parede para ver quem estava saíndo.

Para a minha surpresa era Lily e James.

Eles estavam de mãos dadas, acho que só isso iria me chocar o suficiente.

Eu e Regulus trocamos olhares confusos ao ver a cena.



Marauders; the band (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora