Marauders; the band (Finalizada)

15-full moon

Ultimamente tenho reparado mais nas demonstrações.
Sirius sente uma necessidade de ter algum contato físico com Remus. O abraça, cutuca, mexe em seu cabelo.
Remus dá sorrisos bobos, e apesar dos olhares de reprovação quando Sirius faz alguma bobeira, no final sempre acaba com olhar intenso e cheio de carinho.

Não comentei nada com Sírius, mas confesso que a curiosidade estava me matando.

Não tenho certeza se ia conseguir guardar aquilo por muito tempo, mas agora não tinha muito tempo para pensar sobre isso.

A lua cheia chegou.

Durante o toque de recolher eu me escondi atrás da estátua de uma mulher corcunda e fiquei ali até os corredores ficarem vazios.

Daqui alguns minutos os monitores estariam rondando os corredores.

Abri o mapa do maroto e fui por onde não havia sinal de alguém por perto.
Ao chegar perto do salão comunal da grifinória vi três panacas cochichando sobre algo.

"Psss"

Eles me olharam assustados.

Todos correram.
Ficamos colados uns aos outros.

James estendeu algo que, ao olhar, não parecia ter nada em sua mão. Mas eu sabia que era sua capa da invisibilidade, herdada de seu pai.

Deu o mapa a Sírius e andamos chutando uns aos outros pela proximidade.

Por pouco quase caí de cara ao pisar em cima da capa e escorregar.

James puxou meu pulso para que eu não caísse.

Nos seguramos para não dar gargalhadas.

Ele soltou meu pulso e desceu sua mão segurando a minha.

Aquilo era normal. Nunca tivemos problemas em demonstrar carinho de uma forma física, mas desde o beijo, não me lembro quando eu e James fizemos algo parecido. Mesmo que fosse algo simples como segurar a mão do outro.

Remus e Sírius estavam tão concentrados em não cair que nem nos perceberam ali.

A capa de James não era grande o suficiente para nos movermos com facilidade, por outro lado, era bem útil.

Finalmente conseguimos nos livrar dela assim que nos afastamos da cabana de Hagrid.

Não foi problema passar pela porta. Filch sempre saía a cada dez minutos para ver se tinha algum aluno perambulando do lado de fora, e não se importava em deixar a porta aberta.

James finalmente soltou minhas mãos, e eu percebi que ambas estavam suadas, apesar do frio.

A lua estava prestes a se tornar totalmente visível no céu.

No começo, Lupin sempre se transformava dentro da casa dos gritos enquanto nós esperávamos do lado de fora, por precaução.

Mas aos poucos Lupin perdeu o medo de nos atacar quando viramos animagos.

Remus encarava a lua. Sabia que no fundo a amaldiçoava. Estava esperando que ela simplesmente voltasse e, por uma noite, não houvesse lua para nós iluminar. Mas sabíamos que seria inevitável.

James e Sirius entraram na casa dos gritos para guardar a capa, o mapa e as varinhas.

Dei alguns passos em direção a Aluado. Ele não pareceu me perceber ali.

Segurei sua mão com delicadeza, com medo de o assustar.

Vi seu sorriso e o olhar de canto.

–É tão ruím assim?
Questionei inocentemente.

–Era pior.
Ele suspirou e prosseguiu.

–Agora é só como um passeio a noite com meus amigos.

–Então por que ainda fica assustado?
Questionei novamente.

–Pois ainda posso dar de cara com um humano e mata-lo, posso até mesmo atacar um de vocês antes de se tornarem animagos. E tenho medo de que um dia vocês percebam que eu não valho o esforço.

–Remus, olhe para mim.

Ele deu um sorriso abafado e se virou para me encarar. Ainda segurando minha mão.

A puxei e segurei seu rosto com a outra mão.

–Para começar, acha que é um esforço para seus amigos idiotas fugirem de hogwarts e finalmente poderem tomar as formas reais deles, já que são um bando de animais descontrolados?

Remus sorria enquanto ouvia o quê eu tinha a falar.

–E mesmo que eles precisassem escalar essas montanhas, ou até o monte Everest, por você, eles escalariam sem hesitar. Sei que acha que é por quê eles são loucos, e você têm razão, eles são. Mas fariam isso por você, por quê te amam. Entendeu?

Agora uma lágrima escorregava pela bochecha do garoto.

Ele concordou com a cabeça baixa, enquanto passava a sua manga em cima da lágrima.

O abracei e ele retribuiu assim que o fiz.

Ouvi alguém pigarrear alguns minutos depois de abraçar Remus.

Nos soltamos para olhar.

Sirius tinha uma expressão desconfortável ao lado de James que estava apenas surpreso.

Ciumento de merda.

–Não querendo atrapalhar o momento sentimental das garotinhas, mas a lua já está aparecendo.
James disse forçando indiferença.

Concordei com a cabeça.

Em um piscar de olhos todos éramos animais.
Uma lontra, um cão e um cervo. Remus demorou alguns segundo para tomar sua forma de lobisomem.

A noite foi como qualquer outra noite de lua cheia.
Rolamos na neve, passamos pelas ruas de hogsmeade e brincamos com nossas 16 patas.