25-I miss you

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James

Eu estava olhando para o teto do meu quarto.
O ronco de Sirius ecoava por ele.

Seria mais um dia sem elas.
Mais um dia sentindo um olhar de repugnância da ruiva que eu mais amava no mundo.

E eu sequer podia fazer algo a respeito. Ela tinha todo o direito de me odiar.

E mais um dia sem encontrar os olhos de minha melhor amiga.
Mais um dia fingindo que tudo estava bem. Que não sentiamos falta de suas piadas idiotas, suas broncas, suas idéias repentinas e malucas.

Remus e Sírius sabiam tanto quanto eu que ela fazia falta, mas nunca ousaram falar isso em voz alta, desde a sua partida.

As vezes Remus deixava um espaço ao seu lado no banco, esperando que ela preenchesse aquele espaço.
Sirius mal tocava em seus quadrinhos. Assim que chegamos os jogou dentro de um baú e não se aproximou mais, também não falou sobre isso.
Eu me perguntava em que momento eles percebiam minha dor também. Meus momentos de saudade, já que eu sentia a todo momento. No fundo sabia que eles também.

Olhando para o teto como estou agora, ignorando a sala precisa, fazendo minhas atividades da escola, até mesmo quando escutava minhas músicas preferidas.

Ela sempre estava lá, mas nunca dá forma que eu queria que estivesse.

Ao descermos para o salão vimos ela e Narcisa se sentando no lugar de sempre.

Eu nunca achei Narcisa a pessoa mais amigável do mundo, mas ficava feliz que ela não a deixasse tão sozinha.

Sírius e Remus não olharam, ou fingiram não olhar.

Olhei para os waffles na mesa, sem a mínima vontade de come-los.

Escutei a gargalhada baixa de Flakes.

Fazia tempo que não a ouvia.

Vi Sírius e Remus olharem para o lado pela minha visão periférica.

Suspirei e joguei o waffle no prato.

–O aniversário dela está chegando.

Ambos não responderam. Alguém ali finalmente decidiu tocar no assunto que nós estávamos evitando.

–Quer que eu mande um cartão de aniversário para ela, ou eu deveria da-lo ao meu irmão para que ele mesmo a entregue ?
Sírius falou.

–Não vimos os dois juntos nem uma vez desde que voltamos, almofadinhas.
Remus dizia sem encara-lo.

–Ela é boa em esconder coisas.

Sabia que por trás das palavras dele, ele também queria acreditar naquilo.

–Então é isso, não sente a falta dela ?

Sírius me encarou estressado.

–A porra do meu dia todo. Mas foi decisão dela, Pontas. Ela escolheu isso.  Estou apenas respeitando a decisão.

–Você escolheu primeiro, quando impôs a regra estúpida de mantê-la longe de Regulus.

–Foi uma pedido simples, ela poderia ter negado.

–Você a manipulou.
Cuspia as palavras e agora sentia que os outros grifinórios estavam notando nossa discussão.

Sirius olhou para dos lados ao perceber também.

–Não vou voltar atrás.
Ele sussurrou.

Empurrei meu banco para trás que fez um barulho infernal e saí do salão dando passos pesados. Todos me encaravam.

Andei sem rumo pelos corredores da escola. Não pretendia ir para nenhuma aula hoje.

Saí do castelo tentando fugir dos ruídos e conversas do lado de dentro.

Percebi alguém ali.

Regulus estava encostado no muro olhando para o além, ou algo do tipo.

Me aproximei estressado tentando lembrar que ele não era o motivo dos meus problemas.

–Regulus.

O garoto se virou indiferente para me olhar.
Ele estava péssimo. Suas olheiras eram muito aparentes na sua pele absurdamente clara.

–Que foi?
Ele questionou.

–Está falando com Flakes ?

Ele bufou e se virou para continuar olhando o além.

–Não confia nas palavras de sua amiga e por isso está tentando confirmar comigo ?

–Não falo com ela a semanas, Regulus. Como vou saber isso ?

Ele se virou confuso.

–Por que não fala com ela?

Franzi as sobrancelhas. Pensei que ele já soubesse. E então me lembrei que também não o vi perto de Flakes em nenhum momento durante a volta das aulas.

–Sírius a pediu que se afastasse de você e depois de um tempo ela surtou e foi embora. Disse que não queria nos magoar e se magoar. Também disse que... que o amava.

Esperava que ele entendesse meu soluço de palavras.

Ele continuava confuso.

–Sírius a pediu mesmo...
Ele falava mais consigo mesmo que comigo.

–Não posso mais ficar longe dela.

Ele me encarou por alguns segundos depois retomou a expressão indiferente e se virou.

–Ela escolheu me afastar, mais de uma vez. E dessa vez escolheu afastar vocês também. Só podemos respeitar isso.

Senti meu sangue ferver ao ouvir as últimas palavras.

Puxei o garoto pelo colarinho e o prendi na parede.

–Que merda você está-
Ele me olhava assustado.

–Cala a boca e me escuta. Eu não vou desistir dela. Não ligo se ela decidiu isso. Eu decido que vou lutar pela minha melhor amiga, que ama você. Se você é covarde o suficiente para desistir, então desista sozinho sabendo que ela nunca quis te afastar, e sim não te machucar.

O soltei e fui embora.

–James.
O ouvi me chamando.

–Tive uma idéia.

Marauders; the band (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora