22-Potter house

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Pegamos um ônibus trouxa. Pela primeira vez estávamos sozinhos, acordados e em silêncio.
Ainda teríamos que pedir um táxi depois.

A casa da família Potter era distante da cidade, assim como a da maioria das família bruxas que moravam em Londres.

Chegamos ao amanhecer.
Senti a primeira coisa parecida com conforto em horas ao sair do táxi.

A casa era na beira de uma estrada.

Descemos um pequeno morro para chegar até lá.

Era visível o lago atrás da grande casa, que era elegante demais perto de todas aquelas árvore, mas de alguma forma, parecia combinar.

As vezes eu me esquecia que a família de James era rica.

Paramos em frente a porta enquanto James batia na mesma.

A senhora Potter apareceu.
Uma mulher alta que usava um vestido simples e estampava um sorriso ao ver seu filho.

–James.
Ela o abraçou.

O garoto retribuiu o abraço.

–Oi, mãe.

–Achei que não iria vir, como disse na carta.

–Mudança de planos.

–E vocês devem ser os amigos dele. Fico tão feliz em conhece-los.

Ela abraçou cada um de nós. Eu era a única conhecida, mas ela já sabia o nome de Sirius e Remus.

Entramos na casa.
O senhor Potter estava sentado na mesa tomando café.

Ele era uma versão mais velha de James, talvez um pouco mais baixo. James puxou sua altura da mãe.

O homem abaixou o jornal trouxa ao nos ouvir.

–James, garotos.
O homem disse sorrindo.

–Bom dia, senhor Potter.
Sírius disse e eu e Remus falamos o mesmo logo em seguida.

James deu um abraço desajeitado no pai.

–Fico tão feliz por terem vindo.
A senhora Potter falou voltando a cozinha.

–Vou fazer café da manhã para vocês. Gostam de ovos com bacon, garotos?

Balançamos a cabeça em concordância.

–Mãe, teria problema se Sírius passasse as férias aqui nos próximos anos ?
James questionou receioso.

Ela se virou para olha-los, desconfiada.

–Claro que não, mas sua família está ciente, Sirius? Não quero me meter em problemas com a família Black.

–Sim, minha mãe já sabe. Não vou lhe causar problemas, Senhora Potter. Prometo.

Ela sorriu para ele. Parecia ainda mais radiante com a notícia.

Nos acomodamos no quarto de James. Tinham outros quartos, mas não nos importamos em dividir o mesmo. Além disso, o quarto de James poderia abrigar um time de quadribol inteiro.

Tomamos café com os pais de James. Foi um momento mais tranquilo. Conseguimos conversar normalmente. Falamos sobre a banda, os novos professores, tudo, menos nossa briga anterior.

O sol decidiu aparecer, depois de longos dias frios.
Por incrível que pareça, a casa dos Potter ficava em um local onde o frio não era tão intenso.

Remus e Sírius foram para o lago e eu e James continuamos arrumando os colchões no chão.

–Ele não vai me perdoar.
Falei me referindo ao fato de Sirius não ter me olhando diretamente desde a briga.

James me encarou solidário.

–Claro que vai. Ele só está confuso. Isso vai passar.
Sua mão foi até meu ombro.

Eu tentei dar um sorriso.

Joguei a última almofada que faltava no colchão e me deitei.

James se deitou ao meu lado.

–Então, o Regulus...
Ele suspirou.

–Foi só um lance, como Sirius disse.

James revirou os olhos.

–Você estava prestes a chorar quando Sirius te pediu aquilo. Não precisa mentir para mim.

Não respondi.

–Perdi a Lily, você perdeu o Black, acho que o destino está tentando nos juntar.

Um sorriso espontâneo apareceu nos meus lábios.

–Não iríamos dar certo.
Falei finalmente.

–Claro que iríamos. Seríamos o melhor casal de Hogwarts, o melhor casal de Londres.

–Vocalista e guitarrista, clichê demais.

Ele sorriu.

–Acho que não percebeu o casal de baixista e baterista que são nossos dois melhores amigos.

–Uma banda que namora entre si. Isso foi coisa mais clichê que já pensei, James.

Ele deu uma gargalhada.

–Uma pena que nossos corações pertencem a outra pessoa.
Ele admitiu.

Concordei com a cabeça.

Em um movimento rápido o garoto se levantou e estendeu sua mão.

O encarei.

–Vamos para o lago, antes que meus pais peguem dois idiotas pelados por lá

Sorri imaginando a cena e segurei sua mão.

Remus estava sentado enquanto Sirius se preparava para pular, tentando criar coragem.

James deu passos leves e ao se aproximar o empurrou.

Ouvi o grito de Sirius ao encostar na água.

–Merda, está congelando.
O garoto batia os dentes.

James gargalhava.

No fim todos acabamos entrando no lago também. Por alguns momentos esquecemos de nossos conflitos e jogamos água uns nos outros, fizemos lutas e eu quase arranquei o pescoço de James nessa parte. Dispensei a conversa sobre nadar pelados da próxima.

Então as coisas estavam se resolvendo, mas por que eu ainda sentia que uma parte de mim foi levada embora ?

Marauders; the band (Finalizada)Onde histórias criam vida. Descubra agora