XVI

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Na grande árvore, esperamos sentados no chão. Estava muito cedo e frio por aqui. Estava sonolenta, minha cabeça mal ficava em pé, enão pensava em nada mais além de Paymin. Agora ela está em constante perigo porque me ajudou. Sempre que olhava para o Rio Encantado me lembrava dela, foi a primeira vez que a vi. Não prestava atenção em mais nada em minha volta, mas minha visão focou novamente. Olhei em minha volta e logo avistei Skyler, subindo para a aula. Apenas revirei os olhos e abaixei a cabeça novamente.

Passou-se uns quinze minutos enquanto eu adormeci, os Roperites haviam chegaram. Levantei-me e quase caí, Gio me segurou rapidamente. Agradeci e soltei minhas primeiras palavras em muito tempo. - Trouxe alguns amigos, espero que não tenha problema.

-Quanto mais fadas melhor, talvez eles não sejam tão estranhos quanto você. - Sua sinceridade me assutava.

Subimos na carroça e nos direcionamos até a floresta, lá havia uma ponte que passava por cima de um rio banhado pelo mar, que nos atravessaria até o norte do continente. Lá era lindo, consegiiu distrair minha mente.

Olhei para os meus amigos e estavam todos quietos. Não faço a ideia se admiravam o lugar ou pensavam em algum outro assunto. Procurei forças para animar o ambiente. - É lindo, não?

-É. - Gio deu sua resposta rápida. Os outros dois assentiram, somente. Aquilo me deixou mal, ver pessoas que eu amo dessa maneira não é uma boa visão. Apoiei minha cabeça e voltei a admirar o lugar.

Passou-se uma hora, saímos da floresta e chegamos na região dos elfos. Malu parecia melhor, estava em casa. Ela ter melhorado, nem que seja um pouquinho, já me aliviou. A região dos elfos era linda, bem cuidada e para todo lado havia elfinhos correndo e se divertindo. Era estranho ver todos eles assim com o que tava acontecendo, mas me deixou feliz.

-Sua casa está por perto?

-Não, ela fica próxima da divisão de regiões. - Veio sua resposta com desânimo.

Tentei não desanimar, continuei a conversar. - Aqui é legal, tem muitas crianças.

-Sim, crescer aqui foi uma experiência única. - Ela sorriu, mas logo voltou ao seu silêncio.

-É uma situação difícil, mas agora estamos longe. Talvez possamos relaxar ou descobrir mais sobre isso, e salvar o reino.

Alexy olhou para baixo e pude ver uma única lágrima cair. - Eu vou tentar.

-É bom estar em casa novamente. - Malu sorriu fraco.

Gio continuou quieta, era tão estranho. Mas logo ela fez uma pergunta. - O que houve no Palace?

Eu me surpreendi por ela ter sido tão direta, acho que a rainha é capaz de mudar qualquer um. Eu tive que inventar algo na hora para não descobrirem sobre Paymin, eu não sei como reagiriam. - Ela me atacou, mas antes disse que.. vai pegar todos nós, e eu vou ser a última para poder ver tudo. - Mentir para eles me doeu, mas talvez, eu esteja certa sobre seus planos.

-Eu sinto muito. - Ela disse. - Eu vou tentar me animar. Afinal, estamos indo ver as sereias! - Rapidamente ela abriu um largo sorriso fazendo todos rirem, conversamos até chegar na praia.

-Ei, garotos! - Olhei para ao lado, e fiquei encantada. Nós chegamos. Aquela praia, fazia tempos que eu não pisava nessa areia quente.

Me desci o mais rápido que pude, quase tropecei. Mas sorri forte e abri os braços. Finalmente, por alguns momentos, poderia esquecer de tudo. Eles sorriram também. Era a primeira vez de Gio e Alexy na praia.

-É tão lindo! - Gio disse muito animada.

-E não é nem metade do que há por aqui, este lugar esconde muitos lugares, que poucos conhecem! - Malu disse como se tivesse contando uma história de aventura.

Gio se animou muito, parecia uma criança vendo uma pilha de doces. Sorri de orelha a orelha, estava tão feliz de estar lá novamente, com os meus amigos. 

O mar estava do meu lado, estava calmo. Será que as sereias ainda vêm para a superfície? Tirei minha sandália rapidamente e botei o pé na areia, estava quente. Corri até as ondas  e me agachei. Procurei por sereias em todos os lados, mas não avistei nenhuma. Havia uma concha do meu lado, lembrei de quando era pequena. Alyce, minha amiga com escamas me disse como chamar uma sereia.

"Essas conchas funcionam como um apito, se você assoprar da maneira certa, eu vou ouvir o chamado e saberei que é você."

Peguei a concha e tentei me lembrar de como assoprar, recordo-me que aprendi a tocá-las, mas com a falta de prática, acabei esquecendo. Chamei por Malu, ela veio até mim e se ajoelhou.

-Sabe como tocar?

-Um pouco, irei tentar. - Ela botou a concha em uma certa posição em suas mãos e a botou nos lábios, deu um breve suspiro, e assoprou com força. Um forte e alto som apitou nos meus ouvidos.

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