XVII

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Abri meus olhos novamente, o barulho os fechou num susto. Procurei pela Alyce, mas eu não a via. Fiquei um pouco desapontada, já tinha se passado cinco minutos e nada.

Malu se levantou e me entregou a concha. - Desculpa, não sou tão boa.

-Está tudo bem.

Ela se virou e foi embora. Virei meu rosto para o mar, na esperança de que ela aparecesse. Depois de mais dois minutos esperando, me virei e voltei para a entrada da praia. Dei alguns passos e ouvi um barulho que vinha do mar. Me virei e vi percebi uma pequena onda. Ela vinha cada vez rápido para perto da superfície.

Tentei chegar mais perto, mas pulei de susto ao uma cabeça sair do mar, em seguida seu corpo. 

-MEEL! - Gritou tão alto que meus ouvidos doeram, Alyce parecia tão animada. Ela pulou encima de mim e me abraçou fortemente, achei que ia quebrar. Eu ri tanto, mas a abracei tão forte quanto. 

Ela saiu de meus braços, estava bamba. Suas pernas sempre ficam fracas ao voltar para a superfície, mas era um privilégio seu. Seu pai era um elfo que casou com sua mãe sereia, ela acabou sendo concedida por pernas.

-Quando eu ouvi a concha, tive certeza que era você! Faz tempo que não nos vemos.

-Na verdade foi a minha amiga quem chamou, eu perdi a prática.

Ela ignorou o que eu disse e pegou nas minhas mãos. - Senti sua falta.

Ajudei ela a andar até Malu, deveriam se conhecer. Eu fui para perto de Alexy e Gio.

-Eu me mudaria para cá! - Gio se virou para Malu. - Se você estiver se sentindo sozinha, eu posso vim morar com você.

Malu riu.- Eu adoraria!

Gio saiu pulando de felicidade pela praia, e logo depois voltou pois queimou seus pés.

-Está gostando, Alexy?

-Oi? - Respondeu sem olhar para mim, ele não tirava seus olhos do mar.

-Você está gostando daqui?

-Eu moraria aqui junto com a Gio e a Malu. - Ele brincou lembrando do que eles disseram

-Também gostaria de viver aqui após terminar a faculdade.

-Você me receberia?

-Eu moraria com todos vocês! - Nós rimos.

-Vocês já tem aonde ficar? - Perguntou Alyce.

-Não, estava pensando em ficar em um hotel.

-Você está brincando? - Perguntou Malu. - Eu vim até aqui com vocês e vocês não vão ficar na minha casa? - Brincou.

-Sempre foram meus planos. - Gio disse.

-Se não for incômodo.

-Ah, para! Vocês são todos bem-vindos na minha casa. - Sorrimos como forma de agradecimento.

-E eu adoraria passar o dia com vocês, mas terei que descer de volta. - Assenti. Ela voltou ao mar, transformando-se numa sereia.

-Estamos indo para o hotel, nos acompanham? - Um dos Roperites perguntou.

-Já temos aonde ficar, obrigada.

-Estaremos na Pousada Caldas. - Todos assentimos.

Malu pegou suas coisas na carroça e foi andando, acompanhamos seus passos. Andamos muito, ela mesma disse que sua casa era na divisa. Então acabou sendo bem longe da praia.

Chegamos a uma cabana meio afastada das outras, era linda. - É adorável.

-Quando viermos morar aqui, eu quero uma cabana assim. - Ri assentindo.

Malu abriu a porta, e logo ouvimos uma voz. - Quem está aí?

-Oi, mãe! - Vimos sua mãe descendo pelas escadas, abrindo um largo sorriso por ver a filha.

-Estava a sua espera! Poderia ter me avisado que dia ia vir. - Malu riu e se desculpou, a relação delas parecia ótima. Queria poder ter tido isso. - E seus amigos, quem são?

-Melanie, Giovanna e Alexy. - Apontou para cada um de nós.

-Prazer, meninos! Eu sou a Mavi, e sou muito mais legal do que a Maria Luíza. - Todos rimos. - Fiquem à vontade, se sintam em casa. - Tudo o que eu queria agora era não me sentir em casa.

Malu seguiu até o andar de cima e apenas a seguimos. Ela abriu seu quarto e mandou todos deixarmos nossas coisas na ponta de sua cama. - Eu vou pegar uns colchões. - Ela saiu do quarto.

-A cada segundo que se passa, meu desejo de morar aqui aumenta. - Disse Gio e se jogou na cama. - A cama dela é tão macia! Você já dormiu em uma?

-Engraçadinha. - Tentei me segurar, mas não contive a risada.

Malu entrou no quarto segurando dois colchões. - Tenho um pressentimento que vou ser levada para fora da minha cama essa noite. - Olhou para Gio.

-Confie nos seus instintos. - Gio respondeu olhando cada detalhe do quarto.

Malu botou os colchões apoiados na parede, e sentou no chão. - Vou mostrar para vocês amanhã às 8h, minha mão estará caminhando. - Todos assentimos.

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