XIX

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Agora são 11h da manhã, decidimos ir a praia para espairecer e aproveitar o tempo em que passamos aqui. Já estava do lado de fora esperando os outros se vestirem e Alyce, que tinha vindo nos buscar.

Ao lado da cabana, há um pequeno lago. Era muito bonito, tinham muitos peixinhos coloridos. Me sentei na ponta para observá-los enquanto os esperava. Meu olhar seguia um peixe azul claro, eu o achei muito lindo. Mas, eu o perdi de vista. Procurando, pensei ter o achado, mas era uma pedrinha azul.. brilhante?  Cheguei mais perto. Tentei botar um pé na água sem assustar os peixes, mas todos se esconderam. As pontas do meu vestido de praia se molharam, e molhavam cada vez mais assim que chegava perto do pedra. 

Consegui pôr a mão, tinha a superfície de uma pedra. Estava meio enterrada, mas fazendo um pouco de força consegui puxá-la. Voltei para a grama e todos os peixes voltaram a circular. Essa pedra era estranha, será que a Malu sabe sobre? Irei perguntar depois.

Pude ouvi a porta se abrindo, todos estavam saindo. Me levantei, andei até eles e fomos andando à praia.

-Gostou dos peixinhos? 

-Tem um em especial, sabe qual é?

-Sei, descobri recentemente que ele é da região das Fênix. Talvez ele tenha vindo para cá pelo rio que cruza todas as terras, mas o porque de estar nesse lago eu não sei.

-Que maluco! - Rimos juntas.

Andamos muito até chegar a praia, mas sempre vale a pena. Eu adoro esse lugar! Gio e Alexy botaram um grande sorriso no rosto e saíram correndo até o mar, pareciam duas crianças.

Alyce acenou para nós e foi até a barraquinha do lado. Malu sentou na toalha e admirou o céu. Olhei para o horizonte e vi Gio nos chamar para praia. Chamei Malu e ela levantou, já correndo para o mar. Ela é rápida, acabei ficando para trás. Estava quase chegando no mar, mas alguém me segurou por trás e me arrastou até um bosque.

Soltou-me no chão repleto de pedras, minhas costas ficaram todas marcadas, e em um lugar afastado, ninguém ouviria meus gritos. 

Olhei para sua face, a sombra do seu capuz me impedia de que identificasse quem era o sujeito. - Quem é você?!

Sua resposta foi tirar a espada do bainha. Eu conhecia aquela espada, possui um padrão de cores e símbolos que apenas guardas reais tinham.

-Então, Justy mandou você? Qual é o plano dela, nos matar?

-Exatamente.

Ele me atacou, a tempo desviei e caí agachada. Tentei começar uma magia protetora, mas esqueci completamente de que estava sem poderes. Então, corri até as árvores, á procura de um galho para que usasse como defesa. O que achei seria o suficiente por enquanto. Ele tentou me partir ao meio, mas empurrei o peito para trás, colocando o galho em minha frente, fazendo com que ele cortasse-o ao em vez de mim.

Guardas reais eram treinados, precisou de apenas dois segundos para se recuperar. Usei este mísero tempo para fugir, ele não poderia me matar onde houvesse muitas pessoas. Tentei correr, por alguns instantes pensei que daria certo, mas ele me alcançou. Já iria cortar-me ao meio novamente, mas desviei em uma árvore, fazendo com que ele atingisse meu braço. Usei o tempo contra ele. Nos poucos segundos em que se recuperava, passei por baixo de suas pernas, o segurei para trás e tomei sua espada. Posicionei-a em seu pescoço, no único lugar que sua armadura não poderia protegê-lo.

-Você não me mataria!

-Será? - Puxei a espada e cortei o seu gogó. O observei morrer no chão. Aquilo me doeu, pois era uma vida, mas ele tentou me matar. Teria sido a mesma perda se quem tivesse morrido fosse eu.

Havia um córrego logo do meu lado, me lavei do sangue daquele homem e do meu. Meu corte foi profundo, e não pararia de sangrar. Tive que rasgar o meu vestido de praia, que já estava destruído e o enrolar no meu braço para estancar o sangramento.

Voltei para a multidão, escondendo meu braço para ninguém perceber. Mas senti uma mão no meu ombro, que me assustou e acabei mostrando. - Melanie, o que aconteceu? Seu braço está sangrando? - Perguntou Alyce.

-Eu preciso botar um curativo nisso, foi profundo.

-Minha majestade, venha comigo. - Ela me levou para a enfermaria. Fui tratada bem, mas seguia desconfiando de todos. Após aquela doutora e o aviso de Paymin. 

Eu me deitei na maca e após ela enfaixar meu braço, começou a me fazer perguntas. - Como você se cortou? Isto parece um corte de espada.

Eu não soube o que responder, tive de inventar algo rápido. - Foi um ferro, me descuidei.

-Enferrujado?

-Não.

-Bom. - Ela abriu a gaveta e me entregou um remédio, mas um legalizado. - Passe quando a faixa cair. Não faça esforço e nem movimente o braço. - Acrescentou e foi embora atender uma elfinha que caiu de cara na pedra.

Alyce olhou para mim, desconfiada. Ela não pareceu acreditar na história do ferro. Eu não soube dizer nada.

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