Capítulo 1

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                                                   Joshua Beauchamp ( 18 anos atrás )

Nunca imaginei que com 16 anos teria que fazer meu primeiro espermograma, tudo porquê perdi minha virgindade com uma garota e semanas depois ela descobriu que estava com candidíase. Não usamos camisinha mas comprei a pílula para ela, não quero ter filhos, pelo menos não agora.

Nunca namorei mas já fiquei com garotas, só fui perder minha virgindade agora por medo de não saber ter os devidos cuidados. Percebi que a enfermeira que me atendeu estava meio estranha sempre sorrindo para o nada e olhando para os lados como se procurasse algo. Espero não ser nada.

— Como foi Joshua? — meu pai me encara prendendo o riso ao me ver ofegante após sair da sala.

— Como acha que foi? Estranho. Nunca me imaginei gozando em uma sala fechada só para fazer um exame.

Eu e meu pai sempre tivemos uma boa relação, sempre fomos muito abertos em questão de conversa, não escondemos nada um do outro.

( Dois meses depois )

Escuto a campainha tocar então calço meu chinelo e abro a porta dando de cara com uma mulher aparentemente gravida.

— Aqui que mora Josh Beauchamp? — assinto — gostaria de falar com ele, é um assunto sério. — dou passagem

— Bom, sobre o que gostaria de falar comigo? — vejo meu pai entrar na sala e encarar a mulher confuso — Pai está é...

— Julieta.

— Julieta, ela veio aqui para falar comigo. Acho que você poderia ficar e ouvir já que é um assunto sério.

— Bom...a dois meses eu descobri que estou gravida e o filho é seu Joshua. — sinto o ar faltar de meus pulmões

— Impossível, eu nunca te vi na vida, nunca tive relações com você. — protesto nervoso

Me levanto e ando de um lado para o outro passando nervosamente as mãos em meu cabelo.

— Sou a enfermeira que pegou seu exame de espermograma lembra? — assinto sem entender — Como castigo por ter transado sem tomar os devidos cuidados, fiz uma inseminação artificial em mim mesma e agora temos de esperar os 9 meses serem completos para termos nosso bebe.

— Isso é crime não é? — sussurro para meu pai e ele assente ainda atordoado — Saia da minha casa. Antes, tome meu telefone, me ligue amanhã para marcarmos um exame de DNA.

Assentindo Julieta vai embora. Me jogo cansado e nervoso no sofá e encaro meu pai que está paralisado olhando para um ponto qualquer da sala, me aproximo e o abraço para logo depois chorar em seu ombro.

— O que eu vou fazer agora pai? Nem acabei a escola e vou ser pai, eu não sei cuidar nem de mim mesmo quem dirá de um bebe. Vou perder toda minha vida.

— Só tenho algo a te dizer — respira fundo — quando este bebe nascer VOCÊ vai entrar com papeis para ter guarda completa da criança, não vamos deixar seu filho nas mãos desta louca. — mais uma pausa — Sei que vai ser difícil Joshua mas eu quero que me prometa de que vai dar amor e carinho a está criança. Sei que vai demorar até entender que finalmente se tornou pai mas...não quero ver meu neto ser jogado de escanteio pelo pai idiota tudo bem? — assinto — Outra coisa, eu também tive você cedo de mais mas a única diferença é que foi com a mulher que eu amava, vou te ajudar com tudo mas mesmo assim quero que me prometa. Promete que não vai maltratar seu filho, que não vai o largar por balada a qualquer momento.

— Eu prometo pai. Não vou maltrata-lo.

( 7 meses depois )

Neste momento estou correndo contra o tempo para chegar ao hospital e ver minha filha nascer, sim é uma menininha...a minha princesinha. Eu já amo esse bebe com todo meu coração e quero dar tudo de melhor a minha filha.

— Boa tarde, sou o acompanhante de Julieta.

— A sim, pode vestir estas roupas e me esperar na frente daquela sala. — assinto e me visto indo até a sala indicada.

Nem entrei e já posso escutar os gritos de dor, os xingamentos e os médicos pedindo para a mulher se acalmar. Entro na sala acompanhado de uma enfermeira, vou para o lado da mulher deitada e seguro sua mão.

Apesar de não gostar de Julieta entendo que neste momento deve estar se corroendo de dor.

Ficamos mais de 5 horas dentro daquela sala fechada para finalmente escutarmos o chorinho fino de Any. Vejo uma das médicas caminhar em minha direção com minha filha nos braços.

Colocando uma manta em meus braços encaixa minha bebe que encosta sua cabeça em meu peito escutando as batidas do meu coração que está acelerado pela felicidade.

— Finalmente você nasceu meu amor — emocionado acaricio seu rostinho delicado

Escuto gritos de fundo e levanto meu olhar tendo a visão de médicos tentando reanimar Julieta que já estava por um fio de vida. Por conta dos gritos Any se assustou e começou a chorar em meus braços, sem saber o que fazer começo a cantar baixinho uma musica que minha mãe cantava para mim quando era pequeno.

Percebo ela ir se acalmando mas mesmo assim continua com um chorinho baixo, a mesma enfermeira que me guiou até a sala me guia até um quarto onde ficarei com minha bebe. Mal chegamos e já tomaram minha filha de mim que chorou escandalosamente.

Vejo meu pai entrar pela sala então corro para abraça-lo.

— Como foi? Como ela é? Ela está bem? Como está Julieta? — me lembro da mulher e das cenas anteriores

— Foi ruim o sentimento de ansiedade mas depois foi maravilhoso poder pega-la no colo, ela é linda, tão delicada, sim ela está bem e Julieta....acho que não aguentou toda a preção de estar gravida e acabou falecendo na sala de cirurgia. — respondo tudo com um sorrisinho.

— Estou ansioso para ver minha neta.

Somos interrompidos por um enfermeiro entrando com minha princesa nos braços.

— Com licença, acho que este pacotinho rosa é aqui — assinto e pego minha pequena nos braços. — quando for a hora da amamentação venho aqui e...meus sentimentos pela mãe da bebe.

Agradeço e logo volto meu olhar para Any que olha tudo atentamente com seus olhos de chocolate, sorrio e acaricio seu rostinho moreno.

— Ela é perfeita filho, pelo menos sua filha veio bonita e não toda estrambelhada igual o pai — fala com minha pequena e eu reviro os olhos ainda sorrindo.

Quem diria que seria pai aos 16 anos e que amaria tanto meu filho.

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