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CAPITULO DOIS

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CAPITULO DOIS

eu me pergunto "onde você estava?" enquanto eu chorava de joelhos e você disse que cuidaria de mim.

𖥸

Enquanto o julgamento de Tris acontecia, Pietra andava de um lado para o outro inquieta. Sua entrada não tinha sido permitida, por motivos óbvios, mas ainda era difícil para ela ficar parada quando a própria vida estava em jogo. 

Pietra decidiu caminhar pelos corredores da Erudição na esperança de que isso a acalmasse; mas as lembranças daquele lugar eram ainda piores do que as que a assombravam na Audácia. Quando andava pelo complexo da Audácia ela era assombrada pelas coisas que fizera para sobreviver, mas na Erudição ela se lembrava de quando não precisava mentir e se preocupar se iria morrer no dia seguinte. 

Estava vestida com uma calça jeans azul da Erudição e uma camisa branca da Franqueza, porque Evelyn decretara que uma das novas regras era misturar as cores para que não houvesse a distinção de facções. Assim como decretou que as pessoas que foram de facções iguais não deveriam morar juntas.

— O que eu estou fazendo? — murmurou para si mesma, mas já estava com a mão na maçaneta quando percebeu. 

Não dava pra voltar atrás. 

Adentrou em sua antiga casa e não viu muitas diferenças, exceto que estava escura. Sua mãe não costumava fechar a cortina da sala, ela se enfiava no quarto e fechava as cortinas lá, mas a sala estava sempre iluminada. 

— Pi? — quando ouviu sua voz o corpo de Pietra se acendeu. 

— Sou eu — engoliu em seco. 

— Não sabia que você estava aqui na Erudição — ela identificou que a voz vinha da cozinha, e caminhou até lá receosa. 

— Não sabia que você estava aqui nessa casa — devolveu. 

— Eu moro aqui, lembra?

— Você morou aqui, mas isso faz bastante tempo.

Seu pai estava sentado em um banco com os braços apoiados na ilha da cozinha, que também estava escura. Ele tinha um copo de uísque ao seu lado, olheiras nos olhos que estavam inchados de lágrimas. Pietra serviu um copo de uísque para si e sentou em um banco do lado oposto ao dele. 

— Olha, eu sei que ferrei com tudo, tá bom? — ele passou as mãos no rosto — Mas não estou com cabeça pra lidar com seus insultos agora.

Ela riu de escárnio.

— Ah então você não está com cabeça pra lidar com meus insultos — ela ergueu os braços — Mas quando estava traindo minha mãe...

Sua mãe morreu, Pietra — ele gritou — E você pode não acreditar, mas eu a amava, ok? Eu a amava de verdade. 

Pietra se sentou no banco de uma vez só, como se seu pai tivesse lhe dado um soco. Ela não sentiu vontade de chorar, na verdade, sentiu apenas uma dor, bem no fundo do peito, mas não era dor pela perda da Cora que ela deixou na Erudição dois anos antes. 

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