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CAPITULO VINTE E SETE

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CAPITULO VINTE E SETE

queria que você tivesse me visto cair, queria que você cuidasse de mim. você prometeu esperar para sempre, mas eu pisquei, e o mundo todo foi embora.

𖥸

Pietra não conseguiu fechar os olhos. Não era como se sentisse culpada pela decisão de Tobias, sentia apenas que ele estava cego. E passou a noite pensando em como estava exatamente assim apenas algumas horas antes. Ela agiu completamente por impulso, e Conrad a ajudou a enxergar. 

Ela precisava que Tobias enxergasse também. 

— Está tudo bem? — ouviu alguém dizer.

— Er sim, está — respondeu, voltando ao presente — Só estava pensando em algo.

— Claro que estava — Peter resmungou, e voltou a comer. 

Tobias não estava presente no café da manhã. A morena não tinha sido informada dos horários, então havia duas opções: ou eles estavam decidindo os detalhes finais do plano, ou estava tudo prestes a acontecer.

Pietra apostou na segunda opção e levantou da mesa sem sequer terminar de comer, tinha a intenção de correr até a sala de Matthew. Talvez ele pudesse fazer algo para impedir o ataque de ocorrer. Talvez avisar os Guardas e reforçar a entrada até o cofre.

Ou ela poderia simplesmente ir até a Sala de Controle e deixar Tobias inconsciente; o plano iria por água a baixo sem ele para desligar as câmeras. 

Pietra passou tempo demais pensando nessa alternativa, e só teve tempo de gritar quando viu Uriah se aproximar, ao mesmo tempo que a parede ao seu lado se desintegrava e jogava tudo pelos ares. 

Pietra foi lançada para longe e bateu contra a parede oposta, a metros de distância. Viu a confusão se instaurar. Pessoas gritavam, corriam de um lado para o outro, e a única coisa que ela conseguia ouvir era um zumbido. 

A morena sentiu sangue escorrer de sua testa, e seu corpo irradiava dor. Ninguém a notou. Ela era irrelevante ali, apenas mais uma vitima do caos que se instaurou. Assim como Uriah. 

— Uri? — gritou, com o resto de força que lhe restava. 

Não obteve resposta. 

Se arrastou até o corpo dele e segurou seu rosto entre as mãos. Havia alguns arranhões, mas ele não estava nem de longe tão machucado quanto ela. Seus olhos, no entanto, permaneceram fechados. Ela o balançou e nada aconteceu, seus olhos estavam começando a se encher de lágrimas quando notou Tris sair correndo do cômodo.

— Vai ficar tudo bem — murmurou no ouvido dele, com esperança de que ele a ouviria — Eu prometo.

Pietra apoiou uma das mãos na parede para se levantar, seus joelhos estavam fracos, e algo a puxava para baixo. Algo como o cansaço extremo de noites não dormidas, e claro, ser atirada em uma parede. 

Limpou o sangue do rosto com as costas da mão, sentindo o corte feito ali arder e se arrastou pelo caminho que Tris acabara de percorrer. 

Ela não conseguia firmar os pés no chão, sentia sua mente girar e o zumbido estava começando a se tornar irritante. Teve de cambalear com as mãos na parede para sair do meio da confusão, e mesmo assim não se achava capaz de fazer algo. 

— Tris — chamou, mas sua voz soava distante. 

Sabia que a loira já estava longe demais para ouvir, e ela sequer podia a enxergar. Mas sabia para onde ela estava indo. 

Apoiou as costas na parede, tentando se erguer completamente e firmou os pés no chão da melhor forma que conseguia. Respirou fundo e começou a correr. 

— Pietra — era a voz de Matthew.

Apesar de ouvi-lo, Pietra não conseguia identificar de onde vinha. Obrigou seu cérebro a trabalhar e prestar atenção no que estava a sua volta. O braço de Matthew passou por baixo de seus ombros e ela só soube que era ele pois ouviu sua voz murmurada no ouvido dela.

— Temos que te tirar daqui. 

Foi o que ela acha que escutou. Mas não tinha certeza se era tudo uma brincadeira de sua mente.

— Matthew? — perguntou, e ele respondeu que sim — Temos que ir até o... Cofre. A Nita... A Nita planeja roubar o Soro... O Soro... Que Soro?

— Eu sei — foi tudo que ele disse — Mas você precisa ficar em um lugar seguro, está machucada demais. 

Pietra o agarrou pelo colarinho, não conseguia manter o corpo em pé, então apoiou todo seu peso em Matthew. Seu olhar, apesar de fraco, era afiado. 

— Eu vou com você — disse, e seu tom não deixava margem para discussão. 

Matthew apoiou Pietra e os dois correram por corredores sem fim. A cada curva que passavam, viam mais caos. Não havia apenas uma bomba, e isso fez a morena se perguntar se Nita planejava contar sobre essa parte do plano para eles dois. 

Quando chegaram ao cofre, encontraram uma cena que fez a morena prender a respiração. Nita estava apontando uma arma para David, ela e mais algumas pessoas usavam roupas de proteção, e falavam algo que Pietra não conseguia entender. Tris estava lá também, e Pietra sentiu seu estômago se embrulhar quando a viu apontar a arma para David, não para Nita.

Tris o agarrou pela camisa e apontou a arma para sua cabeça. A perna de David sangrava, e Nita estava com as mãos para frente como se quisesse acalmar a loira feito um animal. 

Ela começou a caminhar para trás arrastando o homem junto com ela. Matthew e Pietra se espremeram na esquina do corredor observando a cena. Haviam corpos ao seu redor. 

Corpos de guardas. Guardas que tinham armas. 

Pietra deixou os joelhos a derrubarem no chão, e antes que Matthew pudesse se dar conta do que estava acontecendo, ela puxou uma das pistolas do coldre do homem desacordado e a apontou na direção de David. Tris arregalou os olhos ao ver a cena.

Pietra mal conseguia se equilibrar de pé, sua audição não funcionava direito, e mesmo assim depositou todo o seu foco em colocar o dedo no gatilho.

Nada era maior do que a raiva que ela sentia por David. E ali estava a oportunidade perfeita de o matar. Ele estava na mira dela, e ela podia tirar sua vida apenas colocando força no dedo indicador. 

Pietra nunca tinha percebido quanto poder uma arma lhe dava. Ela estava a um passo de tirar a vida de uma pessoa e não seria trabalhoso fazê-lo.

Mas não foi possível concluir sua linha de pensamento, já que Matthew puxou o cano da arma e a lançou do outro lado do corredor. Ele segurou Pietra nos braços quando ela caiu no chão ao tentar soca-lo. 

— Calma — ele murmurou — Vai ficar tudo bem. Você está bem. 

Só então Pietra notou suas mãos trêmulas. 

Não havia notado isso antes. 

Os olhos negros de Matthew foram a última coisa que ela viu antes da consciência deixar seu corpo. 

 

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