CAPITULO QUARENTA E DOIS
estou contando todos os passos enquanto você sobe as escadas.
𖥸
Caleb estava sentado, mas sua perna balançava em movimentos repetitivos, demostrando o quanto estava nervoso. Tris estava sentada ao lado dele, e Pietra mexia no computador de Matthew.
Caleb já estava usando a roupa de proteção para entrar no cofre e as bombas estavam em uma mochila, sobre o seu colo.
Eles estavam apenas aguardando o sinal de Matthew para irem. Tris acompanharia Caleb até o último andar para lhe dar cobertura, e então ele explodiria a porta do laboratório e todos torciam para que não morresse antes de desativar o Soro da Memória.
— Está na hora — Pietra disse, se virando para os dois.
— Certo — Caleb respirou fundo e se levantou.
— Posso falar com a Pietra um minuto? — pediu, e seu irmão assentiu e deixou a sala.
— Você não precisa fazer isso — Pietra disse, assim que Caleb deixou a sala — Eu posso levá-lo até lá e você fica de olho nas câmeras.
— Não, eu já me decidi — Tris se aproximou, as mãos juntas atrás do corpo.
— Certo, então sobre o que quer falar?
— Lembra alguns meses atrás, quando estávamos no banheiro da Erudição. Edward havia acabado de morrer, e eu te segui até lá? — ela assentiu — Naquele dia você me perguntou sobre Caleb. Sobre como eu estava me sentindo, e disse que eu o perdoaria. Sabe o que eu te respondi?
— Você disse que eu estava errada.
— Também — Tris fungou — Mas antes disso, eu disse que jamais faria com ele o que ele fez comigo. Se lembra? As exatas palavras que eu usei foram: eu jamais o acompanharia para a própria execução.
— O que você está tentando me dizer, Tris? — pavor começou a tomar conta de Pietra quando Tris a envolveu com os braços, eu um abraço apertado.
Pietra ouviu um click, antes de Tris se afastar.
— Estou tentando dizer que eu não posso deixar que meu irmão faça isso por mim.
Pietra olhou para o próprio pulso, que Tris havia algemado a mesa.
— Não! — gritou — Tris! Volta aqui, agora. Tris, não faz isso. Você não pode fazer isso.
Havia pânico em sua voz. Pavor. Seus olhos estavam arregalados enquanto observava Tris limpar as lágrimas da própria bochecha e deixar o cômodo, trancando a porta atrás de si.
— Sua filha da puta! — gritou enquanto tentava a todo custo se soltar da algema que a prendia.
Tris havia algemado sua mão esquerda no puxador da gaveta da mesa, que era colada a parede. Ela tentou gritar o máximo que conseguia, mas ninguém veio ao seu encontro. Depois de cerca de dois minutos, ela fechou os olhos cheios de lágrimas.
Não podia deixar Tris morrer. Aquela garota era como sua irmã mais nova, ela havia passado por tanta coisa ao lado de Pietra. Ela não conseguia sequer pensar em perder mais alguém. Não podia perder mais uma pessoa.
— Ah, cara. Como eu vou me arrepender disso depois — resmungou.
Pietra olhou outra vez para o pulso envolto no metal, e depois para gaveta escancarada. Usou toda a força que tinha para puxar seu braço, e urrou de dor quando a gaveta se quebrou e caiu no chão, junto com sua mão.
Ela caiu de joelhos, os olhos lacrimejando de dor. Nunca havia quebrado um osso, e não imaginava que a dor seria tão infernal. Olhou para sua mão, em uma posição esquisita, e usou toda sua força de vontade para se levantar do chão.
Saiu correndo em direção ao último andar. Enquanto subia as escadas em desespero, esqueceu do próprio machucado graças a adrenalina, e apoiou a mão esquerda no corrimão. Isso fez uma onda de dor irradiar por seu corpo, e ela quase caiu. Sentia que seu corpo não aguentava mais, e sua mente lhe implorava para parar ou ela iria desmaiar de dor. Mas isso não a impediu de continuar subindo.
Quando chegou no último lance de escadas, Pietra ouviu a bomba explodir. Isso fez seu corpo e mente falharem por um segundo. Apenas um segundo.
Por um segundo, o medo de inalar o Soro da Morte a fez hesitar. A fez diminuir a velocidade, e olhar para baixo. Mas seu coração falou mais alto. Talvez tivesse uma chance de salvar Tris.
Pietra não tinha nenhuma roupa de proteção, então quando finalmente atingiu o último andar, ela não entrou no laboratório. Ao invés disso ela tirou a arma do cós da calça com a mão direita, e a apontou na direção da fumaça roxa.
O Soro já não estava tão denso, então Pietra conseguiu enxergar perfeitamente quem estava lá dentro junto com Tris.
E enxergou perfeitamente quando ele atirou nela. Três vezes.
Enxergou perfeitamente Tris caindo no chão, logo depois de desativar o Soro da Memória de Chicago, e ativar no Departamento.
Enxergou perfeitamente seu dedo no gatilho, e enxergou perfeitamente David caindo no chão, sem vida.
Da mesma forma que Tris agora estava.
𖥸
preciso nem falar sobre o quanto foi triste escrever esse capítulo, né?
gente eu postei uma nova história. é uma fanfic sobre uma série da disney chamada "guerreiros wasabi", tem todos os episódios no youtube e eu juro que não tem tanto tombo como drown.
enfim, me deem uma moralzinha lá por favor pq eu não quero que flope.
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DROWN, convergente³ ✓
FanfictionAs coisas deram muito errado. Com Tris presa, Evelyn liderando Chicago e a necessidade de descobrir o que de fato existe fora daqueles muros, Pietra começa a lidar com uma nova realidade: a de que não tem o controle de tudo. E isso a consome tanto q...