[20] Pelo Lions, e por todas as negações de amor

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#ReginaGeorgeJaponesa

Tzuyu nunca imaginou uma cena como aquela.

Como poderia? Afinal, uns meses atrás continuava odiando Sana e sua mãe continuava odiando o Sr. Kim. Mas lá estavam os dois na residência Chou, provando o quão hipócrita eram mãe e filha.

— Tá, isso é tipo, muito estranho. — Tzuyu disse, enfiando os dedos entre o cabelo e segurando os fios com força em uma tentativa falha de acordá-la daquele pesadelo por meio da dor causada.

Yenling não parecia diferente, ainda olhando de Sana para Tzuyu com os olhos mais arregalados do que quando flagrou o marido e a secretária juntos.

— Você e a Minatozaki... — arfou, surpresa. — Eu vou morrer.

Eu vou morrer, mãe! — Tzuyu rebateu, travando os olhos no Sr. Kim parado ao fundo claramente perdido na discussão. — Nós precisamos de uma reunião urgente!

Reuniões eram um hábito da família Chou, costumavam realizá-las com frequência quando Tzuyu ainda tinha o privilégio dos pais casados. Aconteciam sempre que, por algum motivo, a família precisava se reunir para debater seriamente um tema específico, geralmente o foco da reunião era sempre Tzuyu e seus bilhetinhos da secretaria informando aos pais mais uma briga na escola entre ela e Sana.

Não podia acreditar que sua mãe estava saindo com o Sr. Kim, arrumada e tudo, até de salto! O que eles teriam feito se ela não estivesse em casa? Mas também sendo um pouco mais justa, não sabia o que ela e Sana teriam feito caso eles não tivessem chegado.

— Ah, faça-me o favor, eu sou adulta, posso sair com quem eu quiser! — Yenling bufou e deixou a bolsa de qualquer jeito no chão, passando reto em direção a cozinha, onde abriu a geladeira.

Tzuyu, totalmente indignada e não fazendo questão de esconder isso, foi atrás em passos pesados, encontrando a mãe curvada tentando alcançar uma garrafinha de água no fundo da prateleira.

— Qual é, mãe! Você deve uma explicação!

— Eu sou casada, Tzuyu?! — a cabeça de Yenling brotou de cima da porta da geladeira.

— Não, mas-

— Então não devo explicação nenhuma, e se reclamar é castigo!

Tzuyu grunhiu e voltou para sala, nem se ligou de que deixou Sana sozinha com o Sr. Kim até voltar e encontrar os dois parados em pé, cada um em um canto do cômodo.

— Eu sou a Sana, eu sou meio odiada nessa casa. — ouviu ela se apresentar.

O Sr. Kim sorriu e esticou a mão para Sana apertá-la, a qual ela fez com simpatia.

— Eu sou o Soomin, eu também sou meio odiado nessa casa.

Tzuyu franziu o cenho pela cena mas logo sua atenção foi desviada para Yenling que entrava na sala já sem os saltos e bebendo água da garrafinha.

— Vocês dois, sentem. — ela mandou, e logo Sana e o Sr. Kim obedeceram sem hesitar. — Agora, pelo amor de Deus, o que essa garota tá fazendo aqui e por que você tava beijando ela?

Até aquele momento, Tzuyu não parou para pensar no fato de que também foi descoberta. Não sabia como seria a reação da mãe, esperava que não fosse ruim. Hora de se assumir, de uma maneira nada convencional.

E Sana provavelmente a achava uma idiota louca agora, certamente a família Minatozaki não reagiria desse jeito caso descobrissem do caso das duas.

— A gente tem um... lance, sabe? Uns beijinhos ali e aqui, nada demais, sabe? — olhou desesperada para Sana, que entendeu o recado silencioso e começou a assentir para afirmar a fala.

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde histórias criam vida. Descubra agora