[23] Quem manda hoje é o coração, o cérebro decide depois

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#ReginaGeorgeJaponesa

Tzuyu acordou com a cabeça doendo e a boca seca.

Demorou a perceber que estava em sua cama, ocupada demais piscando excessivamente os olhos para tentar acostumá-los com a claridade forte vinda da varanda aberta. Resmungou com o pulsar forte e umedeceu os lábios com a língua, sentindo o gosto amargo da bebida.

— Droga. — se ouviu reclamar, a voz rouca e preguiçosa teria a assustado mais se não fosse por sua atenção nos enjôos. — Eu nunca mais vou beber na minha vida.

Foi difícil conseguir sustentar o próprio peso nos braços para conseguir se levantar, descobrindo ter sido uma péssima ideia dormir de bruços, mas quando conseguiu, arqueou as sobrancelhas ao ver o lençol sujo de pó colorido. Olhando para baixo, se viu usando as mesmas roupas sujas da noite anterior, não queria nem imaginar como deveria estar seu rosto e seu cabelo. O fato de ter ido se deitar sem tomar um único banho ou escovar os dentes a incomodou profundamente, nunca faria isso em sã consciência.

O que aconteceu na festa, afinal? Sua última lembrança era do pique-pega envolvendo pó que aconteceu entre os colegas de classe, depois disso era tudo um borrão de imagens aleatórias que Tzuyu não conseguia raciocinar estando nesse estado.

Alguém riu e Tzuyu levou um tempo para processar o som, olhando ao redor com uma cara provavelmente esquisita e lenta. Seus olhos focaram em Chaeyoung encostada com as costas na cabeceira da cama ao lado mexendo no celular, depois em Nayeon dormindo toda colorida na cama do meio e em seguida passaram para Dahyun, deitada no chão em um sono profundo, mesmo que sua cama estivesse vazia. Sem sinal de Jeongyeon.

Espera, Dahyun estava no chão?

— Parabéns pela primeira ressaca! — Chaeyoung debochou, abaixando o celular. — Como está sendo?

— Eu quero morrer.

— Esse é o espírito!

— Não grita. — suplicou, resistindo ao desejo de voltar a deitar e dormir. — O que aconteceu ontem?

Chaeyoung sorriu desesperada, como se lembrasse de acontecimentos que gostaria de esquecer.

— Muita coisa aconteceu, mas você não tá em condições de ouvir agora. Vai tomar um banho e voltar a dormir, aproveita o banheiro livre porque eu acho que ninguém acordou ainda.

Não resolveu contestar, realmente não conseguiria ouvir nada com sua cabeça doendo de tal forma que se tornava impossível ouvir os próprios pensamentos.

Quis dizer algo para Chaeyoung enquanto se levantava, mas o que quer que seja foi rapidamente esquecido com a tontura forte que a atingiu, quase a fazendo cair sentada novamente. Depois de uns minutos parada tentando não cair e risos contidos de Chaeyoung, finalmente conseguiu reunir forças para abrir o baú da cama para pegar uma toalha, roupas e uma escova de dentes. Saiu do quarto parecendo um zumbi, precisando tomar cuidado para não pisar em uma Dahyun desacordada com pó colorido em todo o rosto.

Ressaca era uma droga, como os adolescentes do Lions conseguiam aguentar isso todo final de semana?

A parte mais difícil, sem dúvidas, foi descer as escadas sem tropeçar e cair. O simples movimento de alternar entre os degraus a causou tanta confusão que o procedimento que demoraria alguns segundos acabou tomando longos minutos de seu tempo.

A sala de estar estava um caos, com copos vazios espalhados por todos os cantos e as paredes coloridas, Tzuyu esperava que esse pó não fosse tão difícil de retirar. Seguiu caminho para o corredor, entrando pela porta do banheiro. Deixou as roupas de qualquer jeito em cima da tampa do vaso sanitário e jogou a toalha pelos ombros, não pensando que isso poderia sujá-la. Felizmente, alguém já tinha colocado uma pasta de dentes ali.

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde histórias criam vida. Descubra agora