[29] Dois copos de água potável e sem gás pela metade que são suficientes juntos

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#ReginaGeorgeJaponesa

Tzuyu não estava pensando direito quando sugeriu uma caminhada pelos arredores da chácara, caso estivesse com certeza teria previsto a atual situação.

Em sua defesa, Sana parecia tão cabisbaixa e irritada com a discussão com Mina que apenas abraçá-la por cinco minutos não foi o suficiente, precisava que ela soubesse que estaria ao seu lado. E que maneira melhor de demonstrar isso do que um passeio pela floresta?!

Definitivamente, a aranha gigante com quem Sana deu de cara não achou essa uma maneira melhor.

Aconteceu rápido demais. Estavam andando lado a lado e tudo bem, Tzuyu admitia, Sana não tinha nem 10% de sua atenção. Era apenas muito lindo, o sol clareando tudo ao redor, o som dos pássaros, o cheiro inconfundível da natureza e nossa!, as folhas das árvores eram verdes demais. Talvez por isso não pôde alertar à sua não-namorada que ela estava prestes a colidir com uma aranha repousando serenamente em sua teia entre duas árvores.

— Sannie, sério, me desculpa! — suas mãos se moviam sem parar, retirando todas as teias grudadas no cabelo loiro perfeito, tentando ao máximo disfarçar a careta de nojo por encostar naquela coisa pegajosa. — Você tá tendo uma manhã péssima e eu tô só piorando. Eu vou matar essa aranha, juro.

A Minatozaki arqueou uma sobrancelha, o que deixava Tzuyu um pouco mais tranquila era o divertimento nos olhos castanhos, ainda que não na intensidade que gostaria.

— Vai, é? Porque você gritou bem alto e era o meu rosto sendo usado por aquelas patinhas peludas.

Incluso ao fato de ter ficado mais preocupada com algumas árvores qualquer do que sua não-namorada, também vinha junto o fato de que a única reação de Tzuyu quando viu Sana trombando com uma aranha do tamanho de sua mão foi gritar e se afastar o máximo possível até que aquele monstro horrendo estivesse correndo para bem longe, só aí teve a decência de colocar Sana sentada em um tronco caído ali perto e ajoelhar a sua frente para ajudá-la.

— Era uma aranha bem, bem grande. — se justificou, franzindo o cenho ao tirar a última teia do cabelo alheio e deixando escapar um suspiro cabisbaixo. — Você tá brava.

Conhecia Sana o suficiente para saber que, por mais que ela aparentasse achar graça da situação, seus punhos levemente cerrados demonstravam o quanto ela se segurava para não explodir.

Droga, Tzuyu! Que tremenda idiota você.

— Não com você. — Sana garantiu, segurando suavemente sua cintura para afirmar suas palavras. — Com Mina e com a dona aranha? Total, muito brava. Mas não com você.

Tzuyu ainda não estava convencida e desviou o olhar. Em sua cabeça, não tinha como ela não ser a culpada daquilo, afinal, Sana nem sabia que Mina havia dito aquelas coisas até sua estupidez deixar escapar essa informação. Agora as duas brigaram, Sana teve seu dia arruinado e Tzuyu conseguiu arruinar ainda mais após apenas alguns minutos desde que se encontraram no carro.

— Quer conversar? Sobre a briga. — tentou, se levantando momentaneamente somente para sentar ao seu lado no tronco, seus olhos vagando para qualquer lugar que não fosse o rosto dela.

Sana era complicada. Deus, e como. Mas era uma espécie de complicação que conhecia bem e já estava acostumada, por isso sabia que a garota tendia a se irritar um milhão de vezes mais se alguém tocar em um assunto que não fosse de seu agrado.

Indo totalmente contra suas expectativas, Sana só sorriu e se levantou, estendendo a mão e a ajudando a fazer o mesmo.

— Não é bom você se meter nisso, Chewy. — e assim, sem mais nem menos, o assunto foi desviado do modo mais grosseiro possível.

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde histórias criam vida. Descubra agora