#ReginaGeorgeJaponesa
Tzuyu, mesmo não fazendo parte e até mesmo repudiando o clube de atletas, sabia detalhadamente sobre a rivalidade entre os dois colégios mais populares da região: Lions e Riverland.
Isso não era de agora, Lions e Riverland vinham se enfrentando há décadas, desde o surgimento de ambas as instituições. Era comum ver finais de campeonatos de xadrez, soletrando, debate ou matemática composta por participantes usando vermelho e azul, mas essa guerra era principalmente no futebol. O esporte era levado muito a sério pelos dois colégios, não foi surpresa ver os meninos da Riverland tentando uma revanche em troca do troféu.
Tzuyu optou por ficar na varanda do quarto enquanto os outros estavam lá, tendo dali de cima a vista privilegiada de tudo que acontecia. Achou meio patético o time da Riverland se humilhar desse jeito, talvez seja algo recorrente no futebol que Tzuyu não sabia. De todo jeito, seu foco estava exclusivamente em Sana, parecendo tão atraente toda irritada e séria daquele jeito.
Esse último pensamento a causou um aperto chato no peito, estando sozinha agora as coisas ficaram um pouco diferentes sobre Sana. A hora do coração mandar já passou e a do coração decidir chegou, esperava que seu coração estivesse com a resposta na ponta da língua, mas ele estava ainda mais confuso do que antes.
Com um suspiro derrotado, se afastou da varanda e pegou o que precisava para um banho, iria aproveitar todos do lado de fora para conseguir a privacidade desejada. Mesmo com a porta trancada, continuava sendo desconfortável ficar nua ouvindo todos seus colegas de classe conversando e rindo.
Precisava resolver urgentemente o que queria, precisava organizar os sentimentos e decidir logo o que fazer. De preferência, gostaria de uma alternativa que não lhe machucasse e tampouco Sana.
Foi com isso rondando sua cabeça que entrou debaixo do chuveiro, começando a tirar toda aquela areia do corpo.
Estava apaixonada mesmo ou foi só o calor do momento que a fez tomar decisões precipitadas? Não queria machucar Sana com sua indecisão, no entanto, não julgava estar pronta para dar uma resposta concreta.
Sana era linda, por dentro e por fora. E era estranho afirmar isso tão facilmente depois de anos acreditando o contrário, mas simplesmente não podia mais agir como uma criança de doze anos, conviver com Sana a ensinou que não era porque uma pessoa tinha atitudes ruins que ela obrigatoriamente era uma pessoa ruim.
Infelizmente, não conseguia esquecer essas atitudes ruins. Tanto de Sana, quanto das suas.
A Sana por qual possivelmente estava apaixonada agora era a mesma que a machucou anos atrás. Tzuyu a machucou também. Como poderia ligar o botão do foda-se e ir viver uma história de amor tendo esse passado as atormentando? Não parecia certo.
Odiou que fosse Minatozaki Sana a garota que seu coração escolheu, odiou que fosse Sana a responsável por fazê-la querer viver um romance desses de filme, odiou porque odiava ela. Não tinha como seguir com uma pessoa que odiava, não com tanta coisa em risco.
Era o último ano, poxa, o último ano no colégio. Tzuyu estava mesmo disposta a enfrentar os olhares, os julgamentos e as piadinhas que vinham de bagagem com a ex-capitã? Estava mesmo disposta a passar pela dor da distância depois que Sana fosse para longe concluir o ensino superior? Rica do jeito que era, Daichi com certeza a colocaria em uma universidade prestigiada, talvez fora do país? Tzuyu nem sabia se queria faculdade, como iria viver sendo a dona do Bunker Bom Pra Cachorro no meio da renomada família Minatozaki?
O banho terminou com lágrimas e sensações ruins, tão intenso que quando Tzuyu passou já vestida pelo corredor em direção às escadas e alguém chamou seu nome nem conseguiu se importar. Não se importava mais com nada, queria só chorar e chorar. Maldito dia em que decidiu pegar aquele panfleto, maldito dia em que resolveu mandar mensagem, maldito dia em que se permitiu ficar bem ao lado daquela que deveria odiar.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Aulas Para (com certeza) Virgens
FanficTzuyu, aos dezessete anos, era virgem em todos os sentidos. Ir para escola se tornou um pesadelo, apenas porque teria de ouvir suas melhores amigas falando sobre os beijos que deram ou na transa maravilhosa que tiveram na última festa. A Chou gostar...