[32] Wilson, o pobre, inofensivo e inocente

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#ReginaGeorgeJaponesa

Tzuyu achou graça de Sana dizendo que Deus e o mundo vinham tentando impedir que tivessem um contato íntimo sem pressa, mas quando foram interrompidas mais uma vez por um toque infernal de celular, percebeu que só podia ser verdade.

Riu ao separar o beijo afoito e ver Sana jogar a cabeça para trás e soltar um grunhido irritado. Tirou a mão de dentro de sua blusa e a empurrou de cima de si para poder levantar da cama onde estava deitada, enquanto ajeitava o cabelo e abaixava a blusa que tinha subido um pouco, notou de canto de olho Sana se jogar na cama com um beicinho triste. Pegou o celular no bolso do short no chão e voltou a se sentar, vendo que se tratava de seu pai, soltou um suspiro ao ver que não tinha chances de continuarem o que começaram.

Devia ser frustrante para ela, acostumada a ter alguém para saciar seus desejos quando e onde quisesse. A última vez que a tocou foi há semanas, e desde então tiveram mais algumas experiências sexuais bastante unilaterais, Sana devia estar mais do que frustrada com todo esse tempo indo dormir na vontade, isso presumindo que Tzuyu realmente foi a última a fazê-la sentir prazer - esperava que sim.

Seus olhinhos brilhando em desapontamento fizeram Tzuyu querer pular em cima dela e depositar toda sua atenção nela, mas ao invés disso, levou o celular à orelha depois de respirar algumas vezes para controlar a respiração ofegante. Conhecia seu pai e sabia que se não atendesse, ele iria pegar o carro e vir atrás.

— Oi, pai. — disse com desânimo óbvio, e o simples mencionar de seu progenitor fez Sana se levantar em um pulo para colocar a blusa que foi jogada em algum canto do quarto minutos antes, seu rosto agora todo ansioso quando ela sentou ao seu lado.

Onde você está? — a voz dele saiu normal como a de qualquer outro dia, como se estivesse perguntando algo banal, como se estivesse perguntando onde estava sua caneca de café. No entanto, Tzuyu sabia que tinha errado e sabia que tinha tudo a ver com a garota nervosa ao lado.

Por um segundo, hesitou. Pensou em mentir, dizer que ainda estava na chácara e que chegaria só pela noite, que decidiu ir passar um tempo com Dahyun e seus pais, ou que a irmã mais nova de Nayeon exigiu sua presença para um chá da realeza envolvendo a famosíssima rainha boneca. Só que valeria mesmo a pena? Ele precisaria conhecer Sana uma hora ou outra, do que adiantava adiar o inevitável?

— Na casa da Sana. — quando a linha ficou em silêncio, se sentiu na obrigação de incluir: — Mamãe falou que você queria conhecer ela

Ah, sim, eu disse! Pode ser agora mesmo, onde ela mora?

— Agora? — olhou assustada para Sana, que repetiu uma série de xingamentos baixinhos e correu para o banheiro do quarto só de short e sutiã. — Sim, agora é ótimo, agora é bom demais. Eu vou te enviar a localização.

Localização?

Suspirou. Essas gerações antigas...

— Vou mandar pra Ashley.

Faça isso. — conseguiu ouvir um barulho estridente de choro ao fundo e não soube o que sentiu em saber que seria um som bem presente em sua vida agora. — Tenho que ir, filha, o dever me chama!

Com uma risada grave, a ligação terminou. E Tzuyu caiu de volta na cama, já sofrendo com esse encontro antes mesmo dele acontecer. Não sabia qual seria a reação de seu pai com Sana sendo uma garota, não sabia nem o que ele pensava sobre esse lance de garotas namorando outras garotas. Yenling pediu o divórcio antes que tivesse idade suficiente para assistirem a um filme na sala com aparições de casais do mesmo gênero, será que ele soltaria piadinhas, não falaria nada ou faria comentários super homofóbicos?

Aulas Para (com certeza) VirgensOnde histórias criam vida. Descubra agora