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Amor. Confuso. Irracional. Frustrante... Arrebatador. E a impressão que tenho.
Estou perdido, louca e ridiculamente apaixonado pela mulher sentada à minha frente.

Minha diarista. Lili Reinhart. Eu me senti assim na primeira vez que a vi, parada no corredor do meu apartamento segurando uma vassoura. Lembro como fiquei desconcertado... zangado.

Como as paredes pareciam estar se fechando e precisei sair dali porque não entendia a profundidade dos meus sentimentos. Era disso que eu estava fugindo. Achei que estivesse só muito atraído por ela. Mas não. Não é só pelo corpo dela que anseio.

Nunca foi apenas isso. Nenhuma mulher me atraiu como ela antes. Eu a amo. E por isso que fui atrás dela quando ela fugiu para
Brenttord. E por isso que eu a trouxe para cá. Quero protegê-la. Eu a quero feliz. Eu a quero comigo.
Porra.
Que revelação.

E ela não tem ideia de quem eu sou nem do que faço. E sei tão pouco sobre ela! Na verdade, não faço ideia do que sente por mim. No entanto, ainda assim ela esta aqui comigo, então com certeza isso significa ela gosta de mim. Mas, por outro lado, que alternativa tinha? Sou sua única opção. Ela estava com medo e não tinha para onde fugir. E de alguma maneira eu sabia disso, e tentei ficar longe, mas não consegui, porque ela encontrou um caminho até o meu coração.

Eu me apaixonei pela minha faxineira.
Mas que bagunça da porra.
E agora ela está finalmente se abrindo para mim ㅡ mas, apesar de tudo o que fiz, ela ainda tem medo. Não fiz o suficiente. Perco o apetite.

ㅡ Sinto muito. Eu não queria ser desmanchadora de prazeres ㅡ diz ela,
interrompendo meus pensamentos.

ㅡ Desmanchadora de prazeres?
Ela franze a testa.

ㅡ Não é assim que fala?

ㅡ Acho que você quis dizer desmancha-prazeres.
Seu sorriso é tímido.

ㅡ Mas você não foi ㅡ tranquilizo. ㅡ Vamos dar um jeito, Lili. Você vai ver.

Ela assente, mas não parece convencida.

ㅡ Não está com fome? ㅡ pergunta.

Fito meu sanduíche de frango e meu estômago ronca. Ela dá uma risadinha, e é o som mais maravilhoso do mundo.

ㅡ Assim é melhor. ㅡ Fico satisteito com seu divertimento, aliviado por ela ter recuperado o ânimo, e volto minha atenção para a comida.

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Lili relaxa. Ela não se lembra de já ter conversado com ele sobre seus
sentimentos, e ele não parece chateado.

Quando Cole a encara, os olhos dele são calorosos, a expressão, tranquilizadora.
Vamos dar um jeito, Lili. Você vai ver.

Ela volta a se concentrar na sopa de abóbora, o apetite reformando. Reflete,
admirada, sobre a sequência de acontecimentos que a levaram até ali.

Quando sua mãe a colocou no micro-ônibus naquela estrada congelante em Kukës, Lili sabia que sua vida mudaria por completo. Tinha tanta esperança de levar uma vida nova na Inglaterra. Não imagınava que a jornada fosse ser tão dificil nem tão perigosa.

E a ironia é que ela partiu tentando fugir do perigo. E, ainda assim, tudo a levou até ele.
O Senhor Cole.

O homem de rosto lindo, risada fácil e sorriso radiante. Ela o observa comer. Ele tem modos impecáveis à mesa. É organizado e limpo e mastiga com a boca
fechada. A avó de Lili defendia as boas maneiras. Ela o teria aprovado.

Mister | SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora