30

513 63 46
                                        

Anatoli volta a encher a taça de Lili.

ㅡ Você mal tocou na comida.

ㅡ Não estou com fome.

ㅡ Nesse caso, acho que está na hora de irmos para a cama.

O tom de voz dele a fez erguero olhar na hora. Anatoli está acomodado na cadeira, atento. A espera. Como um predador. Com o indicador, ele dá batidinhas no lábio superior como se estivesse imerso nos próprios pensamentos, os olhos brilhando.

Já tomou pelo menos três taças de vinho. Além do uísque. Ele vira o restante da taça e se levanta devagar. Os olhos fixos nela, intensos, mais escuros. Ela fica paralisada diante daquele olhar.
Não.

ㅡ Não sei por que eu devia esperar até nossa noite de núpcias.
Ele se aproxima.
(N/A: se tu tocar nela te mato idiota)

ㅡ Não. Anatoli ㅡ murmura ela. ㅡ Por favor. Não.

Ela se agarra à mesa.
Ele desliza um dedo pela bochecha de Lili.

ㅡ Linda. Levante-se. Não dificulte as coisas para nós dois.

ㅡ Nós devíamos esperar ㅡ sussurra Lili, o cérebro fervilhando, avaliando suas opções.

ㅡ Eu não quero esperar. E, se tiver que lutar com você, que assim seja.

Ele faz um gesto repentino, agarrando-a pelos ombros e colocando-a de pé com tanta força que a cadeira tomba no chão. Tanto o medo quanto a raiva percorrem seu corpo.

Ela gira e chuta, o pé atingindo a canela de Anatoli e depois a mesa, chacoalhando a louça, derrubando a taça de vinho e
derramando o restante da bebida.

ㅡ Ai. Merda ㅡ resmunga ele.

ㅡ Não! ㅡ grita Lili, dando coices com os pés, batendo os punhos, na esperança de acertar Anatoli. Ele a agarra pela cintura, puxando-a com força para os seus braços. Depois a levanta no ar enquanto ela chuta qualquer coisa que esteja à sua frente, no esforço de atingi-lo. ㅡ Nāo! ㅡ berra. ㅡ Por favor, Anatoli!

Ignorando os gritos, ele aperta ainda mais os braços ao redor dela e a leva para o quarto, meio a arrastando, meio a carregando.

ㅡ Não. Não. Pare!

ㅡ Quieta! ㅡ grita ele, enquanto a sacode e a joga na cama com o rosto para baixo.

Ele se senta ao seu lado, imobilizando-a, pressionando as costas dela com uma das mãos, enquanto com a outra começa a puxar as botas.

ㅡ Não! ㅡ berra ela de novo, e gira, chutando-o uma vez, depois outra, tentando se desvencilhar enquanto o esmurra.

ㅡ Puta que pariu, Lili!

Ela está possessa, a raiva Ihe dando uma força que não sabia que tinha. Ela luta, consumida pelo ódio, que concentra naquele homem detestável.

ㅡ Inferno

Anatoli se joga em cima dela, esmagando-a contra o colchão e impedindo-a de respirar. Lili tenta expulsá-lo de cima de si, mas ele é pesado demais.

ㅡ Calminha ㅡ sussurra no ouvido dela. ㅡ Calminha.

Ela fica imóvel, reunindo forças e se empenhando em bombear ar para os pulmões. Anatoli troca o peso de lugar e a vira bruscamente, de forma que roçam no nariz um do outro. Mantendo a perna nas coxas de Lili, ele agarra as mãos dela e as puxa para cima da cabeça, prendendo-as com uma das mãos.

ㅡ Eu quero você. Você é minha esposa.

ㅡ Por favor. Não ㅡ sussurra ela, encarando os olhos selvagens e arregalados do homem.

Mister | SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora