O colar

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Finalmente aquele dia havia acabado, Zemilly voltou para casa com sua mãe, e seu pai doente e com seus dias contados continuou no hospital. Na manhã do dia seguinte Zemilly decide ligar para as meninas e convocar uma reunião, para que elas pudessem conversar entre si, e que pudessem se ajudar também, para Cecília que continuou ouvindo discussões em sua casa aquela era uma ideia maravilhosa, porém para Tauane que estava esperando a visita de seu pai, que ela achou por muito tempo que estava morto, aquela reunião seria somente uma perda de tempo, visto que seu pai chegaria naquele dia e ela não queria ficar nem um minuto longe dele.
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Casa de Tauane - 12:30 da manhã

O clima por aqui está tenso desde a última briga que Tauane teve com sua mãe por conta da carta de seu pai, bendita carta que com palavras reconfortantes para Tauane, conseguiu desestabilizar o relacionamento da mãe e da filha, Tauane estava ansiosa com a chegada de seu pai, ela não sabia o que esperar, e não era para menos, Tauane não sabia nada de seu pai pois sua mãe a privou dessas informações.
A ansiedade sobrepôs todos os sentimentos que Tauane tinha e poderia vir a ter naquele dia, ela não se segurava em um lugar somente.

* Celular toca *

- Oie miga, tudo bem? – Falou Tauane ao celular, tendo visto que a pessoa que ligou para ela tinha sido sua amiga Zemilly.

- Oie Tau, vai vir aqui pra casa hoje a tarde? Vamos conversar sobre tudo que aconteceu aqui comigo e com a Cecy, e se você tiver algo pra contar a gente conversa sobre também, vai ser importante pra nós. – Disse Zemilly, ansiando a presença de sua amiga em uma das reuniões mais importantes, se não a mais importante da Irmandade.

- Olha eu não sei se posso, tô morrendo de dor de cabeça e febre acho que não vou poder ir não, mas vocês conversem entre si, quando marcarmos outra reunião prometo que irei. – Respondeu Tauane mentindo, pois não queria contar para suas amigas que seu pai estava chegando na cidade.

- A gente pode ir aí na sua casa te ajudar, com alguma coisa que você precisar. – Disse Zemilly procurando uma maneira de ajudar sua amiga naquele momento difícil para ela.

- NÃO, Que isso miga não precisa eu sei me virar, – Exclamou Tauane.

Zemilly e Tauane continuaram a conversa, até que Tauane teve que desligar, pois sua mãe subiu para o seu quarto e pediu para conversar com ela.

- Filha, já que você quer ver o seu pai tudo bem, não vou te impedir, mas saiba que ele não é quem aparenta ser, você pode não conhecer ele agora, mas ele faz de tudo pra sair por cima em qualquer situação mesmo que isso magoe pessoas próximas dele. – Disse Mãe de Tauane sentada na cama, ao lado de sua filha,

- Mãe entendo a preocupação, mas por favor eu preciso falar com ele, não o conheço, a senhora não me falou nada sobre ele esse tempo todo, eu preciso saber quem é meu Pai. – Falou Tauane, que logo após se levantou e foi em direção a sua escrivaninha.

Tauane abriu uma gaveta de sua escrivaninha e pegou um colar, com um pingente de coração, um coração vermelho com suas bordas cobertas por pequenos pontos que pareciam costuras, da cor dourada, era um belo pingente, um colar realmente valioso e de grande estima, depois de pegar o colar Tauane voltou para a cama e sentou-se novamente ao lado de sua mãe.

- A única coisa que a senhora me disse sobre meu pai é que ele tinha me presenteado com este colar no meu aniversário de 1 ano, eu realmente tenho duvidas, se o que a senhora disse é real ou apenas mais uma mentira. – Disse Tauane segurando o colar e admirando aquele belo pingente.

- Não minha filha isso é verdade, e eu não posso contar pra você por que eu menti, ainda não, mas no momento certo eu vou contar não se preocupe, mesmo que você me odeie por isso. – Respondeu a Mãe de Tauane, enquanto tentava pegar as mãos de Tauane num ato afetivo.

- Raiva eu não tenho da senhora, só fiquei mal com todas as mentiras, eu não ligo pro passado do papai, só quero viver feliz com uma família completa, mesmo que vocês continuem separados, um pai longe é melhor que um morto. – Falou Tauane enquanto abraçava sua mãe.

As lágrimas dos olhos da Mãe de Tauane rolaram naquele momento, ela sabia que sua filha ainda iria se magoar muito com o que estava por vir, ela tinha medo de que o segredo da família Albuquerque viesse a tona novamente, anos depois de todos os acontecidos que chocaram aquela minúscula cidade.

A Cupido que nunca amouOnde histórias criam vida. Descubra agora