- Capítulo 3

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Duas semanas se passaram desde o início das aulas. Louis, Zayn e Bebe ficaram extremamente grudados com Liam, Niall e o resto dos meninos. Harry, é claro, tentava ao máximo ignorar a presença do menor por pura implicância mesmo, porque às vezes até conversava tranquilamente com Zayn e Bebe. As provocações agora eram apenas verbais, uma ofensa ou outra e apelidos ridículos que os dois inventavam um pro outro. Louis descobriu que um ótimo jeito de tirar o garoto do sério era quando ou o deixava falando sozinho ou flertava descaradamente com ele na frente de todo mundo. Tomlinson achava o máximo ver o rosto de Harry corar em vergonha e raiva e seus olhos desviarem por não conseguir sustentar um olhar firme quando ficava sem resposta.

Uma coisa que pegou Louis desprevenido, porém, foi a primeira vez que viu o cacheado sorrir em uma conversa super animada com Aron e Taylor, porque não foi um sorriso de deboche, ou sarcasmo, ou forçado, como os que recebia normalmente. Foi um sorriso realmente verdadeiro, que revelou covinhas insuportavelmente adoráveis. Oh, aquilo atingiu um pontinho sensível em Tomlinson. Mas ele não admitiria isso nunca, tinha um orgulho a zelar.

Curiosidade: Taylor e Bebe parecem ter seguido a mesma linha temperamental de Harry e Louis, porque apesar de conseguirem conversar de boa às vezes, era muito fácil que perdessem a paciência uma com a outra também. As duas tinham opinões diferentes em quase tudo e nunca davam o braço a torcer. Taylor a apelidou de Barbie das trevas só porque ela sempre usava meia calça preta e tênis em cores escuras, assim como suas maquiagens eram sempre bem caprichadas — principalmente no lápis de olho. Bebe retribuiu o favor, lógico, chamando-a de projeto de Polly Pocket. Mas diferente dos meninos, elas nunca passaram de troca de farpas e causaram alguma confusão. Sabiam a hora de parar.

Niall era o mais feliz daquele grupo inteiro. Gostou de fazer amigos novos e se divertia horrores com as briguinhas deles. Já tinha aceitado que não podia obrigar ninguém a conviver do seu jeito, então a saída era pelo menos rir do falatório chato sempre que aconteciam. Não tinha uma vez que não corava quando Louis ou Zayn flertavam abertamente com ele, mas já sabia que era brincadeira e o jeitinho deles. Mas, no fundo, ele achava que se desse uma chance, qualquer um dos dois diria "sim".

Isso chamava a atenção de Liam, que sempre via os meninos fazerem esses jogos de paquera sem o menor problema. Não se importaram nem mesmo quando Nick Grimshaw viu os dois darem um selinho na brincadeira e fez cara de nojo antes de dizer ofensas clichês e ultrapassadas. O cara é um idiota de primeira; implicava com os garotos do primeiro ano, desenhava figuras da genitália masculina na porta do banheiro e ainda acreditava que "nerd" continuava sendo um xingamento. Nem mesmo Styles gostava dele.

Por ser um dos garotos mais ricos daquele colégio, Harry era bem conhecido, então chamava atenção para todo o grupo, e todos sabiam quem eles eram. Ele gostava disso, mas não agia como um narcisista prepotente e arrogante; sua mãe lhe deu educação, afinal. Apenas sabia como usar toda aquela atenção e reconhecimento a seu favor. E por fazer parte do grupo agora, Louis meio que compartilhava disso tudo também. Algumas meninas — e até alguns meninos já que a Elite toda sabe do beijo dele e do Zayn no segundo dia de aula — chegavam nele pra conversar, pedir dicas nas aulas de matemática — porque o professor fez questão de espalhar que ele havia gabaritado sua matéria, coisa que aparentemente não acontecia há muito tempo — e algumas foram até diretas chamando-o pra sair.

Apesar de tudo, Louis achava aquilo tudo um pouco engraçado. Nunca foi grosso ou antipático com ninguém, nem na hora de dispensar um convite pra um encontro. Na verdade, fazia aquilo com tanta naturalidade e leveza que a pessoa nem se lembrava ou dava conta de que estava levando um fora. Artimanhas de Louis Tomlinson, meus caros.

Em uma conversa aleatória com Zayn e Bebe, os três acabaram discutindo sobre o quanto a rotina ali era diferente da de seus antigos colégios. Eles estavam acostumados com a metodologia de escola pública, aquelas que têm nos filmes adolescentes, e se viram adaptando-se até rápido na pegada da Elite. Certo... não que muita coisa fosse absurdamente diferente! Mas alguns pequenos detalhes se destacavam, e não eram necessariamente ruins, apenas diferentes. Claro que muita coisa irritava profundamente os três, o fato de muitos ali se acharem melhor que os outros só por terem dinheiro, por exemplo. Louis, Bebe e Zayn viam com muita clareza a diferença de comportamento, porque ali, aquelas pessoas se preocupavam apenas com as compras no fim de semana, ou se o papai alugou uma casa de praia para as férias. Conversas superficiais e personalidades vazias... como sabiam que iriam encontrar, mas que não deixava de ser um porre. Mas pelo menos eles se divertiam quando os imitavam ou riam de suas manias de gente mimada — com respeito, claro.

Hiraeth - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora