- Capítulo 19

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— Meu Deus, Harry detonou com você!

É a primeira coisa que Louis escuta de Zayn quando o vê. O besta foi sentar na beirada da escadaria e calculou errado o espaço que tinha, o que causou uma dor horrível e soltou, sem querer, um gemido sôfrego enquanto fazia uma careta. Zayn viu a cena toda e concluiu sozinho o que poderia ter feito o amigo estar tão sensível na bunda, caiu na risada por ter a confirmação em um "cala a boca, Malik" dele. Foi estranho não ver Liam ali também, então perguntou pelo namorado, se surpreendendo ao escutar que tinham brigado então Zayn veio de bicicleta pra escola.

Niall e Luke são os próximos a chegarem, saltitantes e alegres, desejando bom dias animados e sorridentes. Ao serem questionados, Horan diz que só está feliz, assim como Luke. Harry aparece dois minutos depois — sorrindo todo bobo pro menor e lhe dando um demorado beijo na testa — e Liam e Aron fecham o grupo. Os meninos dão os presentes que compraram, rindo com as bajulações e "vocês são lindos. Amo demais!" que escutam. Louis reparou na super tensão entre Payne e Malik, chama os outros pra entrarem e deixam o casal pra trás, murmura um "depois explico" pra um Harry confuso e segura pela gravata um Niall curioso demais, querendo ficar pra saber o que eles iam discutir.

Eles entram na sala bem na hora que Bebe está se inclinando na direção de Taylor, ficam sem graça e se afastam disfarçadamente. Outro ponto estranho foi quando Ed pediu pra falar com Niall e o loiro muda a expressão rápido demais, dizendo um "agora não, Ed, por favor" antes de virar as costas pro ruivo. Okay... todo mundo decidiu agir estranho hoje? O casal aparece, mas pela expressão na cara dos dois, a briga ainda não foi resolvida.

Um minuto antes de o sino tocar, Louis nota que seu livro e caderno ficaram no armário desde a última sexta, corre pra buscá-los e torce para o professor enrolar tomando um cafezinho na sala dos professores. O sino toca e ele não vê o Sr. Davis, pega seu material e suspira aliviado, mas antes de voltar pra sala, ouve uma das mulheres que trabalha na limpeza soltar um palavrão e dizer o nome do diretor. Louis para e presta atenção na conversa.

— Semana passada, eu tirei o número de celular de alguém da porta do banheiro feminino.

— Esses jovens acham que podem fazer o que quiserem. Já cansei de esfregar palavrões e desenhos sujos e ridículos do banheiro masculino. Nem parece que tem aula de artes aqui! — a voz estava mesmo irritada. — Eu acho que o diretor deveria pregar um papel em cada canto, assim eles riscariam as paredes à vontade!

Aquilo chamou a atenção do garoto, ele acabou se lembrando de quando riscaram o leão também. Ao ver o Sr. Davis na ponta do corredor, corre pra sala. O assunto se desenvolve em sua mente e ele pensa no que ouviu. Louis mesmo já viu várias vezes as portas das cabines do banheiro com desenhos e rabiscos, até mesmo algumas mesas nas salas de aula. Em sua antiga escola, aquilo era algo tão normal que ninguém dava a mínima pra isso, o diretor não ia esquentar a cabeça com adolescentes usando canetas pra se expressarem — mesmo que no lugar errado. Mas ali era a Elite, a alta elite, onde aparências são extremamente importantes, então Louis entendeu a irritação da mulher, porque eram elas que tinham que limpar a sujeira toda santa vez que aconteciam.

Na hora do intervalo, Harry vai segurar o braço do menor pra irem até o refeitório, como de costume, mas Tomlinson desvia de seu toque, recebendo um olhar que partiu seu coração vindo dele. Ele explica que vai conversar com o diretor, dá um selinho nos lábios do cacheado e corre até a sala dele. Viu que ele estava em reunião com dois pais, então senta no banco que tem ali do lado e espera, montando e repassando todos os seus argumentos na cabeça, pra não errar nem gaguejar quando for expor a ideia completamente insana e provavelmente não considerada que teve.

Cinco minutos depois, a porta abre e um casal sai lá de dentro, não muito satisfeitos com a conversa, pelo visto. Ao ver o garoto sentado ali, abre um sorriso pra ele e o chama pra entrarem, fecha a porta e se joga em sua cadeira enorme de couro marrom.

Hiraeth - LarryOnde histórias criam vida. Descubra agora